Petróleo desliza para mínimo de sete meses abaixo dos 70 dólares

As cotações do petróleo estão a acentuar a tendência negativa, com o Brent em Londres já a transaccionar no valor mais baixo desde Abril e a acumular uma queda de quase 20% apenas num mês.
Nuno Carregueiro 09 de Novembro de 2018 às 11:25

O petróleo está esta sexta-feira a transaccionar em terreno negativo, com as cotações do Brent em Londres abaixo dos 70 dólares e do WTI em Nova Iorque abaixo dos 60 dólares.  

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A matéria-prima transaccionada em Londres está a recuar 1,2% para 69,80 dólares e já esteve a negociar nos 69,7 dólares, o que corresponde ao valor mais baixo desde 10 de Abril.

 

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Comparando com o máximo de quatro anos fixado a 3 de Outubro nos 86,74 dólares, a cotação do Brent já recuou 19,6%, ficando assim muito perto de entrar em "bear market" (o chamado mercado urso – quando um activo perde 20% face ao último máximo).

 

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No caso do WTI, que já entrou ontem em "bear market", continua a perder terreno e desce 1,30% para 59,88 dólares. No caso da matéria-prima cotada em Nova Iorque, esta é já a 10.ª sessão consecutiva de perdas, o que de acordo com a Bloomberg nunca aconteceu até hoje. Quanto ao Brent, desvalorizou em nove das últimas 10 sessões.

 

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Petróleo desliza para mínimo de sete meses abaixo dos 70 dólares

Há mais estatísticas que mostram quão rápida e acentuada está a ser a descida das cotações da matéria-prima. Esta é já quinta semana seguida de perdas, sendo que nas últimas cinco sessões a queda é superior a 4%.

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Mas o que justifica esta inversão de tendência numa matéria-prima que chegou a brilhar ao longo de 2018? São várias as justificações avançadas pelos analistas, umas mais de curto prazo e outras estruturais.

 

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A mais imediata está relacionada com a notícia do Financial Times, que dá conta que o Iraque está perto de chegar a acordo com o Curdistão para retomar as exportações de petróleo na região de Kirkuk.

 

São mais 400 mil barris de petróleo por dia que podem chegar ao mercado, o que vem elevar a percepção de excesso de oferta de matéria-prima no mercado.

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Sobretudo porque a produção nos Estados Unidos continua a subir e este ano deve atingir novo recorde e também porque apesar das sanções ao Irão terem arrancado esta semana, foram permitidas excepções que possibilitam a este país continuar a vender petróleo para vários países, como o Japão e a Índia.

 

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Este ciclo de quedas acentuado e o aumento de produção nos EUA levou já a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a ponderar uma alteração significativa e abrupta na sua estratégia.

 

Depois de seis meses de aumentos consecutivos de produção, os membros do cartel, que vão estar reunidos este fim-de-semana em Abu Dhabi, estão a estudar um corte na produção em 2019.

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