Líder supremo do Irão apela ao aumento da produção petrolífera
Ali Khamenei também apelou a "mais dinamismo" nas exportações de petróleo, salientando a necessidade de diversificar os compradores para além do principal parceiro chinês.
O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, apelou neste domingo a um aumento da produção petrolífera do país e a uma diversificação dos mercados de exportação, num momento em que Teerão enfrenta novas ameaças de sanções internacionais.
"A produção petrolífera do país, cuja importância para a economia é evidente, é baixa. Os nossos métodos de produção petrolífera são antigos, as ferramentas são velhas" (...). Estamos atrasados em relação a muitas regiões ricas em petróleo no mundo", afirmou Ali Khamenei numa reunião com membros do Governo.
A indústria petrolífera iraniana está sujeita a sanções ocidentais desde 2018, quando os Estados Unidos saíram do acordo internacional sobre o nuclear iraniano celebrado três anos antes, uma medida tomada durante o primeiro mandato de Donald Trump. Desde que assumiu novamente a Presidência dos Estados Unidos, Trump tem seguido uma estratégia chamada de "pressão máxima" contra o Irão, prejudicando a sua economia.
Ali Khamenei também apelou a "mais dinamismo" nas exportações de petróleo, salientando a necessidade de diversificar os compradores para além do principal parceiro chinês. Segundo os órgãos de comunicação social do Irão, cerca de 92% do petróleo iraniano é vendido ao gigante asiático, muitas vezes a preços muito vantajosos.
As relações de Teerão com a Europa também se deterioraram devido ao programa nuclear iraniano.
Num artigo publicado neste domingo no The Guardian, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, escreveu que o Irão "está pronto para concluir um acordo realista e duradouro que preveja uma vigilância rigorosa e restrições ao enriquecimento em troca do levantamento das sanções". No sábado, Araghchi afirmou que o Irão está disponível para retomar as negociações nucleares com os Estados Unidos "sob novas condições".
"As negociações não podem ter a mesma forma que tinham antes da guerra. Não é possível que, após o fim da guerra, com todas as suas consequências, voltemos a sentar-nos à mesa de diálogo nas mesmas condições anteriores", afirmou, num evento em Teerão.
Na sequência da guerra de 12 dias que opôs o Irão a Israel em junho, marcada por bombardeamentos israelitas e norte-americanos às suas instalações nucleares, o Irão pôs fim à cooperação com a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA). O conflito, desencadeado por um ataque israelita a 13 de junho, suspendeu as negociações entre Teerão e Washington para concluir um novo acordo nuclear.
Os países ocidentais suspeitam que o Irão pretenda dotar-se de armas atómicas, mas Teerão nega e defende o seu direito de desenvolver um programa nuclear civil.
Mais lidas