Tensão comercial e banca europeia deixam bolsas tímidas

As principais praças europeias negoceiam sem tendência definida, embora predominem as quedas ligeiras numa altura em que persiste a tensão comercial entre a China e os EUA e em que os resultados abaixo do esperado do HSBC arrastaram o sector financeiro. O euro e ouro caem com dólar num ciclo de subidas que o colocam próximo de máximos de um ano.
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Reuters
David Santiago 06 de Agosto de 2018 às 09:31

Os mercados em números

PSI-20 cresce 0,01% para 5.594,27 pontos

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Stoxx 600 recua 0,06% para 388,94 pontos 

Nikkei cedeu 0,08% para 22.507,32 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos recuam 0,8 pontos base para 1,774%

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Euro cede 0,08% para 1,1559 dólares

Petróleo em Londres avança 0,36% para 73,47 dólares por barril

 

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Bolsas europeias com tendência de queda ligeira

As bolsas europeias estão a negociar no início de sessão desta segunda-feira, 6 de Agosto, sem rumo totalmente definido, embora predominem as quedas ligeiras. É o caso do índice de referência europeu Stoxx 600 que cede 0,06% para 388,94 pontos pressionado pelas quedas das matérias-primas e do sector bancário do velho continente.

 

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Já o luso PSI-20 segue em sentido contrário com uma ténue valorização de 0,01% para 5.594,27 pontos, isto após duas quedas consecutivas. O alemão DAX lidera as perdas com uma queda de 0,27%, isto depois de esta manhã ter sido divulgado que, em Junho, as encomendas às fábricas da Alemanha caíram devido à quebra na procura externa, o que aumenta a especulação de que os efeitos da tensão comercial já atingiram a maior economia europeia.

 

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A penalizar o sentimento dos investidores europeus está assim o novo agravar do tom utilizado na troca de ameaças feitas entre a China e os Estados Unidos que esta manhã já levaram as bolsas chinesas para terreno negativo. Esta segunda-feira, um jornal detido pelo Partido Comunista da China (PCC) acusou o presidente dos EUA, Donald Trump, de "extorsão e intimidação" garantindo que Pequim está preparada para o adensar da disputa comercial promovida por Washington.

 

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Esta predisposição da China para novas medidas retaliatórias está a prejudicar sobretudo as cotadas europeias do sector minério, que poderão passar a exportar menos para o mercado chinês. Também a penalizar o sentimento na Europa, designadamente da banca, está o HSBC e o italiano BPM depois de ambos os bancos terem registado resultados aquém das estimativas dos analistas.

 

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Juros de Portugal recuam pelo segundo dia

Os juros das dívidas da generalidade dos países da Zona Euro estão recuar, com a "yield" associada às obrigações portuguesas com prazo a 10 anos a cair 0,8 pontos base para 1,774%, no segundo dia consecutivo de quedas.

 

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Também os juros correspondentes aos títulos da Itália e da Espanha a 10 anos recuam respectivamente 1,5 e 1,415 pontos base para 2,912% e 1,415%, quedas que se verificam após três sessões de subidas. Já a "yield" das "bunds" germânicas cresce 0,6 pontos base para 0,414%.

  

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Euro com maior ciclo de quedas face ao dólar desde Maio

A moeda única europeia está a valorizar contra o dólar pelo quinto dia seguido, a maior série de ganhos face à divisa norte-americana desde Maio. O euro está nesta altura a perder ligeiros 0,08% para 1,1559 dólares.

 

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Por sua vez, o dólar encaminha-se para máximos de um ano, estando a ser impulsionado pelo receio dos investidores quanto a uma escalada de retaliações proteccionistas que coloquem em causa o comércio global.

 

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Petróleo valoriza com sinais de redução da oferta

O petróleo está a negociar em alta nos mercados internacionais numa fase em que os investidores tentam perceber qual será o rumo da matéria-prima. Isto tendo em conta uma eventual redução da procura vinda das duas maiores economias mundiais (China e EUA) como consequência da tensão comercial e os sinais que, em simultâneo, indiciam que a produção petrolífera poderá cair, assim reduzindo os níveis de oferta.

 

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A agência Bloomberg escreve que afinal a Arábia Saudita poderá cortar a sua produção petrolífera depois de não ter encontrado interessados suficientes por forma a concretizar o anunciado objectivo de reforço da produção.

 

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Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que serve como valor de referência para as importações nacionais, soma 0,36% para 73,47 dólares por barril, e em Nova Iorque o West Texas Intermediate (WTI) cresce 0,45% para 68,80 dólares.

 

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Ouro volta a cair mas deverá recuperar até Dezembro

Depois de ter tocado em mínimos de mais de um ano na sexta-feira, dia em que ainda assim fechou em alta, o metal precioso segue esta manhã a recuar 0,26% para 1.211,77 dólares por onça. A justificar a desvalorização da matéria-prima têm estado os sinais que apontam para que a Reserva Federal dos Estados Unidos aumente mais duas vezes a taxa de juro directora do país, o que diminui a atractividade do ouro.

 

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Porém, esta tendência de desvalorização poderá estar a terminar já que, segundo o ICBC Standard Bank, o metal dourado deverá em breve retomar um ciclo de ganhos para chegar a Dezembro novamente na casa dos 1.300 dólares por onça.

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