Janeiro dá à Europa melhor mês desde novembro de 2023

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.
petroleo combustiveis
Sebastian Widmann/AP
Diogo Mendo Fernandes e Pedro Curvelo e Inês Santinhos Gonçalves e Marta Velho 31 de Janeiro de 2025 às 17:30
Últimos eventos
Futuros da Europa em alta. Bolsas sul coreanas reabrem pressionadas por tecnológicas

Os principais índices europeus estão a apontar para ganhos na abertura, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a avançarem 0,15%, depois de os resultados da Apple e Intel terem gerado maior apetite por ativos de risco.

Ainda a centrar atenções estão as tarifas de 25% anunciadas por Donald Trump sobre o Canadá e o México que vão mesmo ser implementadas a 1 de fevereiro. O Presidente revelou ainda que não foi tomada uma decisão sobre se as taxas vão abranger o petróleo, uma vez que o Canadá e o México são os principais fornecedores de crude aos EUA.

Na Ásia, as tecnológicas pressionaram o índice sul-coreano Kospi (-0,77%), numa reação com atraso às fortes perdas do setor na segunda-feira, uma vez que várias bolsas da região estiveram encerradas devido às celebrações do novo ano chinês.

Entre as maiores perdas esteve uma fornecedora da Nvidia, a SK Hynix, que chegou a cair mais de 11%, pressionada pela turbulência causada dias antes pela startup chinesa DeepSeek. Também a Samsung desceu mais de 2% após ter revelado que a sua divisão de "chips" teve menor lucro que o esperado em 2024.

Outras praças na China, Hong Kong, Taiwan e Vietname continuam encerradas.

Já no Japão, o Topix avançou 0,24% e o Nikkei subiu 0,15%.

Tarifas dos EUA ao Canadá e México iminentes impulsionam petróleo

Os preços do petróleo seguem a negociar em alta esta sexta-feira, com o mercado centrado na imposição de tarifas às importações do Canadá e México por parte do Presidente dos Estados Unidos, os dois maiores exportadores de crude para os EUA, que poderão entrar em vigor já amanhã.

Contudo, ainda não foi tomada uma decisão sobre se as taxas vão abranger o petróleo, clarificou Donald Trump em declarações na Casa Branca.

O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, sobe 0,66% para 73,21 dólares, enquanto o Brent do Mar do Norte, o "benchmark" europeu, ganha 0,35% para 77,14 dólares. Os dois índices caminham para uma perda semanal em torno dos 2% e um ganho semanal acima dessa fasquia.

Os investidores aguardam agora mais detalhes sobre as taxas alfandegárias cujos detalhes deverão ser clarificados ao longo desta sexta-feira.

Ouro atinge novo recorde à beira dos 3.000 dólares

A incerteza em torno do aumento das taxas alfandegárias pelo novo residente da Casa Branca levou o ouro novamente a máximos históricos. Após ter superado um recorde alcançado em outubro na quinta-feira, o metal amarelo chegou hoje aos 2.799,65 dólares por onça, à beira da fasquia dos 3.000 dólares.

O ouro, que soma a esta hora 0,08% para 2.796,7 dólares por onça, tem beneficiado da procura por ativos-refúgio dadas as questões sobre as tarifas que os EUA pretendem aplicar ao Canadá e México já a partir deste sábado.

Ainda a centrar atenções vai estar a divulgação do índice PCE (índice de preços de consumo pessoal), que é o indicador de inflação preferido da Fed para analisar o progresso feito na frente da subida de preços.

"As repetidas ameaças de tarifas alimentaram a procura por refúgio junto do ouro... qualquer surpresa negativa na leitura da inflação poderia sugerir maior flexibilidade política para a Fed, potencialmente antecipando as expectativas de corte de taxas e fornecendo mais apoio ao metal precioso", disse à Reuters o estratega da IG, Yeap Jun Rong.

Ameaça de tarifas sustenta dólar

O dólar segue a negociar em alta, sustentado pelo primeiro teste do novo Presidente dos Estados Unidos no que toca à implementação de tarifas. Ontem Donald Trump confirmou que espera aumentar as taxas alfandegárias a importações do Canadá e México para 25%.

O índice do dólar, que segue a "nota verde" contra as suas principais rivais, soma 0,29% para 108,107 dólares, enquanto o euro cede 0,18% para 1,0372 dólares. Contra o iene, o dólar desce 0,55% para 154,31.

Apesar da divulgação do índice PCE (índice de preços de consumo pessoal) - o indicador de inflação preferido da Fed - "é esperado que o dólar seja impulsionado principalmente pela história das tarifas", escreve o analista do ING Francisco Pesole numa nota.

"Se, até ao final do dia de hoje, não tivermos notícias sobre o Canadá e o México, os riscos são provavelmente de um dólar mais forte, uma vez que os mercados poderão prever uma maior probabilidade de as tarifas serem anunciadas amanhã", acrescentoou.

Juros aliviam na Zona Euro com inflação em França a ficar abaixo do esperado

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta sexta-feira, com os investidores a anteciparem os números da inflação de janeiro na Alemanha e a avaliarem os dados já conhecidos da subida dos preços em França.

A inflação na segunda maior economia do bloco europeu manteve-se inalterada face a dezembro e acelerou 1,8% em termos homólogos. Este valor fica ainda abaixo das estimativas dos analistas que apontavam para 1,9%.

As Bunds alemãs a dez anos, que servem de referência para o bloco europeu, recuam 4,7 pontos base para 2,469%. Já a rendibilidade da dívida francesa, com a mesma maturidade, desce 4,2 pontos base para 3,221%.

Por cá, as "yields" das obrigações do Tesouro cedem também 4,2 pontos base para 2,863% e a das obrigações espanholas também a dez anos recuam 4,7 pontos para 3,070%. Já as "yields" da dívida italiana descem 4,1 pontos para 3,556%.

Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos aliviam 3,4 para 4,525%.

Stoxx 600 atinge novo recorde e caminha para melhor mês desde 2023

Os principais índices europeus estão a negociar em alta esta sexta-feira, com o índice de referência da região a alcançar novos máximos históricos pela quarta sessão consecutiva e a caminho do melhor mês em um ano. A dar força ao índice têm estado os resultados de empresas do quarto trimestre, acima do esperado, e a esperança de que o Velho Continente será poupado, para já, das tarifas que o Presidente dos Estados Unidos defendeu durante a campanha.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma 0,33% para 540,62 pontos, após ter chegado a tocar novamente máximos históricos nos 540,91 pontos. O "benchmark" caminha para a sexta semana consecutiva de ganhos e uma subida superior a 6% em janeiro, a melhor performance mensal desde novembro de 2023.

O setor tecnológico é o que mais ganha ao subir mais de 1%, à boleia do grupo de tecnologia industrial Hexagon que pula quase 8%, após ter revelado lucros dos últimos três meses do ano passado acima do esperado. Ainda a impulsionar está alemã Atoss Software que ganha quase 2% após ter revelado resultados acima das estimativas.

Já a farmacêutica Novartis avança mais de 3%, com a empresa a prever que os lucros devem aumentar este ano à boleia do desenvolvimento de novos fármacos.

"O mercado adotou uma perspetiva positiva em relação ao mercado acionista europeu", afirmou à Bloomberg Thomas Brenier, "head of equities" da Lazard Freres Gestion.

"Os investidores parecem otimistas quanto ao ciclo económico e o susto da DeepSeek pode abrandar os fluxos de capitais para as grandes empresas tecnológicas dos EUA, em detrimento da Europa", acrescentou.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax avança 0,01%, o francês CAC-40 valoriza 0,4%, o italiano FTSEMIB ganha 0,43%, o britânico FTSE 100 sobe 0,35% e o espanhol IBEX 35 soma 0,24%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,79%.

Wall Street avança à boleia da Apple e após PCE sem surpresas

As bolsas de Nova Iorque arrancaram a derradeira sessão de janeiro no verde, animadas pelos bons resultados da Apple divulgados na noite de ontem e pela leitura do indicador preferido da Reserva Federal (Fed) para a inflação, que não trouxe surpresas.

O Dow Jones sobe 0,21%, para 44.974,58 pontos, enquanto o S&P 500 ganha 0,38%, até aos 6.094,00 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite avança 0,70%, para os 19.820,08 pontos.

Entre os destaques nas tecnológicas, a Apple ganha 2,85%, enquanto a Amazon sobe 1,53%, a Alphabet valoriza 1,31%, a Microsoft progride 0,69% e a Meta ganha 1,04%. A Nvidia, por seu turno, cai 0,96%.

O índice de preços das despesas pessoais de consumo (PCE) subiu 0,3% em cadeia no último mês de 2024 e avançou 2,6% em termos homólogos. Ambos os números coincidiram com as previsões dos economistas.

Na mira dos investidores estão ainda as tarifas sobre os bens importados do Canadá e México, que entram em vigor este sábado.

Ouro bate novo recorde. Cada vez mais perto dos 3.000 dólares

A corrida aos ativos seguros como o ouro continua, com os investidores a reagirem aos múltiplos anúncios de Donald Trump sobre tarifas. O metal amarelo soma 0,60%, ultrapassando, pela primeira vez, esta sexta-feira a barreira dos 2.800 dólares, negociando, a esta hora nos 2.811,46 dólares por onça. O mais recente impulso foi o anúncio de tarifas de 25% sobre os produtos do Canadá e do México, a aplicar já a partir de 1 de fevereiro. O novo Presidente dos EUA também tem reiterado a vontade de impor tarifas à China, mas ainda não fixou um número - o mesmo se aplica à União Europeia. Os receios de um cenário de guerra comercial, que possa abrandar a economia mundial, estão a beneficiar o ouro, considerado um ativo refúgio. Na quarta-feira, a Reserva Federal dos EUA decidiu manter os juros diretores no intervalo entre 4,25% e 4,50%, em linha com o que era esperado pelo mercado. Jerome Powell tem vindo a adotar uma postura cautelosa sobre a política monetária, sobretudo depois de Donald Trump ter vencido as presidenciais de 5 de novembro, já que as suas políticas protecionistas arriscam trazer mais inflação ao país.
Incerteza sobre tarifas de Trump deixa petróleo volátil

A incerteza em relação às tarifas que serão aplicadas pela administração Trump está a deixar os investidores em petróleo ansiosos.

Em particular, os mercados querem saber a dimensão das taxas aplicadas ao Canadá e se ouro negro proveniente desse país será ou não englobado. Em janeiro, os Estados Unidos importaram, em média, 4 milhões de barris por dia do Canadá.

Pelas 16h30, o West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, cai 0,1% para 72,66 dólares, enquanto o Brent do Mar do Norte, o "benchmark" europeu, recua 0,05% para 76,83 dólares. 

Juros na Zona Euro aliviam com aposta em três cortes pelo BCE este ano

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram em toda a linha esta sexta-feira, com o mercado a reforçar a aposta de que o Banco Central Europeu (BCE) irá reduzir por três vezes as taxas diretoras este ano, até aos 2%.

A "yield" da dívida portuguesa a 10 anos recuou 4,4 pontos base, para 2,860%, enquanto no país vizinho a descida foi de 5,1 pontos, para 3,065%. Ainda nos países do sul, os juros da dívida italiana cederam 4,7 pontos base, até aos 3,551%.

A "yield" das "bunds" alemãs, referência para a Europa, aliviou 5,8 pontos base, para 2,457%, enquanto os juros da dívida francesa recuaram seis pontos base, fixando-se em 3,202%.

Fora da Zona Euro, a "yield" da dívida britânica caiu 2,3 pontos base, para os 4,536%.

Janeiro dá à Europa melhor mês desde novembro de 2023

As ações europeias tiveram um arranque de ano em beleza, com janeiro a ser o melhor mês desde novembro de 2023. O bom desempenho deveu-se ao início da época de resultados, por um lado, e, por outro, à expetativa de que o bloco europeu possa, para já, ser poupado da rajada mundial de tarifas de Donald Trump. No acumulado do mês, o Stoxx 600 - índice de referência para a região - somou 6,3%, registando esta sexta-feira a sexta semana consecutiva de ganhos. Na sessão de hoje, o índice somou 0,13%. O setor tecnológico liderou os ganhos, a somar 1,65%. Já a maior queda foi protagonizada pelo ramo alimentar, que desvalorizou 0,66%. "O mercado adotou uma postura positiva em relação às ações europeias", sublinhou Thomas Brenier, chefe de ações da Lazard Frères Gestion. "Os investidores parecem otimistas quanto ao ciclo económico, e o receio em torno da DeepSeek pode desacelerar os fluxos de capital para as big techs dos EUA, favorecendo a Europa."
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