Ouro em máximos de seis semanas. Prata atinge novo recorde histórico
Juros agravam-se na Zona Euro em dia de emissões de dívida
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a registar agravamentos esta segunda-feira, dia em que se vão realizar três leilões de emissão de dívida da União Europeia - um com maturidade em 2028, outro em 2031 e o mais longo em 2041.
Os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, avançam 3,9 pontos base para 2,726%, enquanto a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade ganha 4,8 pontos para 3,455%. Em Itália, os juros aceleram 4,8 pontos para os 3,445%.
Pela Península Ibéria, regista-se a mesma tendência, com a "yield" das obrigações portuguesas e espanholas a dez anos a agravarem-se em 3,7 pontos base para 3,036% e para 4,1 pontos base para 3,202%, respetivamente.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas, também a dez anos, também se agravam: 4,4 pontos-base para 4,483%, depois de, na semana passada, o Governo britânico ter apresentado do Orçamento de Outono.
Dólar prepara-se para corte de juros este mês. Iene sobe com sinais do BOJ
O dólar perde força esta manhã, com os investidores a prepararem-se para a última reunião do ano da Reserva Federal, de onde pode sair mais um corte dos juros. Os traders estão agora a apostar numa probabilidade de 87% de um corte de 25 pontos base, de acordo com a CME FedWatch.
O índice do dólar - que mede a força da divisa face às principais concorrentes - segue a ceder 0,107%, para os 99,352 pontos.
Já o iene valoriza esta segunda-feira, animado por comentários do governador do banco central, Kazuo Ueda, que indicou que uma subida dos juros em dezembro pode estar em cima da mesa - Ueda afirmou que o BoJ vai analisar "os prós e contras" de uma subida dos juros na sua reunião este mês, um comentário que está a ser interpretado como um sinal de que as taxas poderão subir.
Ouro em máximos de seis semanas. Prata atinge novo recorde histórico
Os preços do ouro atingiram esta segunda-feira um recorde de seis semanas, tendo entretanto estabilizado, numa altura em que os investidores estão focados no possível corte de juros pela Reserva Federal norte-americana este mês.
A esta hora, o metal precioso sobe 0,19%, para os 4.247,6800 dólares por onça.
"Há uma sessão de aversão ao risco nos futuros do S&P, que caíram 0,8%, em linha com um 'sell-off' das principais criptomoedas. Isso também criou um ciclo de feedback positivo para o ouro como um ativo de refúgio seguro na sessão de hoje, que está a ser negociada de forma muito mais fraca", disse à Reuters Kelvin Wong, analista de mercado do OANDA.
Tanto o governador da Fed Christopher Waller como o presidente do banco central de Nova Iorque John Williams fizeram recentes comentários no sentido da flexibilização das taxas de juro, que têm feito elevar as expectativas de um corte. Kevin Hassett, visto como o favorito na corrida ao lugar de Jerome Powell já manifestou a sua opinião de que os juros devem ser baixos. Taxas de juro mais baixas tendem a beneficiar o ouro.
Mas o ouro não é o único a subir. A prata subiu mais de 2% esta manhã para um novo recorde histórico, negociando agora nos 57,2531 dólares por onça. O metal sobe há seis dias consecutivos e já duplicou de valor este ano.
Petróleo soma quase 2% após OPEP+ anunciar que vai manter nível de oferta
O petróleo segue em forte valorização esta manhã, depois de a OPEP+ ter confirmado, este domingo, que vai manter inalterado o nível da sua oferta conjunta de petróleo, que representa quase metade da produção global, pelo menos até 1 de abril de 2026.
O WTI - de referência para os EUA – valoriza 1,90% para os 59,67 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a avançar 1,78% para os 63,48 dólares por barril.
O petróleo registou a quarta queda mensal consecutiva em novembro, algo que já não acontecia desde 2023, com a Agência Internacional de Energia a prever um excedente recorde em 2026. Ainda assim, as tensões geopolíticas têm conseguido impulsionar os preços este ano.
"Embora as perspetivas para o mercado sejam pessimistas, com expectativas de um grande excedente, os riscos persistentes de abastecimento significam que está a demorar mais tempo para que esses fatores negativos sejam totalmente refletidos nos preços", disse à Bloomberg Warren Patterson, diretor de estratégia de matérias-primas do ING Groep NV.
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