Ao minuto10h15

Europa negoceia com fortes perdas. Setor tecnológico e banca tombam mais de 2%

Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta sexta-feira.
Kamil Zihnioglu/AP
10:15
Últimos eventos
10h15

Europa negoceia com fortes perdas. Setor tecnológico e banca tombam mais de 2%

Os principais índices europeus estão a negociar com perdas expressivas em toda a linha esta manhã, com os investidores a mostrarem-se preocupados com as perspetivas para as taxas de juro da Reserva Federal (Fed) norte-americana, enquanto dados fracos vindos da China e receios em relação a uma possível sobrevalorização das ações ligadas à área da inteligência artificial pressionam os ativos de risco.

O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – recua 1,08%, para os 574,41 pontos.

Quanto aos principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perde 0,94%, o espanhol IBEX 35 cede 1,27%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 1,20%, o francês CAC-40 subtrai 0,87%, o britânico FTSE 100 tomba 1,24% e o neerlandês AEX desliza 1,40%.

O “benchmark” britânico está a registar um desempenho inferior a muitos dos seus pares devido a relatos de uma reviravolta na política de aumento de impostos no país, a poucos dias de o Governo trabalhista apresentar o orçamento.

A aumentar as preocupações dos investidores - além de incerteza no rumo da política monetária norte-americana e preocupações com a área da inteligência artificial - estão dados económicos da China que mostram que a atividade económica da segunda maior economia mundial arrefeceu mais do que o esperado no início do quarto trimestre, com uma queda sem precedentes no investimento e um crescimento mais lento na produção industrial, segundo avança a Bloomberg.

“O nervosismo é palpável nos mercados e provém de diferentes fontes: há dados realmente maus vindos da China, há dúvidas sobre se o investimento em IA irá compensar e há incerteza sobre a Reserva Federal e os dados dos EUA”, disse à agência de notícias financeiras Arnaud Girod, da Kepler Cheuvreux.

O recuo das ações europeias segue-se a sessões que impulsionaram os índices para máximos.

Entre os setores, a tecnologia (-2,44%) e a banca (-2,07%) são os mais pressionados neste momento, com a grande maioria dos restantes setores a perderem mais de 1%. A energia (+0,90%), por sua vez, segue impulsionada pelo aumento dos preços do petróleo, sendo que o setor dos bens domésticos (+0,54%) é, de resto, o único a valorizar.

Quanto aos movimentos do mercado, a Siemens Energy pula mais de 10%, após ter aumentado as suas metas financeiras de médio prazo, apoiada pela procura por turbinas a gás e equipamentos para centros de dados, bem como pelo progresso da reestruturação da sua unidade de turbinas eólicas. No setor de luxo, a Richemont – dona da Cartier – valoriza mais de 7%, depois de as vendas do grupo suíço terem aumentado devido à procura acima do esperado nas Américas e na China – maior consumidor de artigos de luxo -, o mais recente sinal de que a indústria está a conseguir recuperar.

Já a tecnológica ASML, atualmente a cotada mais valiosa da Europa – recua mais de 2,70%.

09h50

Juros das "Gilts" disparam com recuo em subida de impostos

Os juros das "Gilts" britânicas chegaram a disparar 13 pontos-base após notícias de que a ministra britânica das Finanças, Rachel Reeves, terá recuado na intenção de aumentar os impostos sobre o rendimento. Entretanto, a subida aliviou e é agora de 6,4 pontos, para os 4,500%.

Na Zona Euro, as "yields" agravam-se também em toda a linha, com a rendibilidade das "Bunds" alemãs, referência para a região, a subir 2 pontos base, até aos 2,706%, enquanto em França o agravamento é de 3,1 pontos, para 3,446%.

Os juros da dívida portuguesa a 10 anos sobem 3,1 pontos base, para 3,048%, e em Espanha o agravamento é de 2,9 pontos, para 3,212%. Em Itália, a "yield" aumenta 3,7 pontos base, para 3,455%.

09h03

Libra tem maior queda entre pares do G-10

Bank of England

O dólar está a caminho de registar uma queda no acumulado desta semana, à medida que os “traders” aguardam pela divulgação de importantes dados económicos que ficaram suspensos devido ao “shutdown” do Governo Federal norte-americano.

A esta hora, o iene perde terreno face à “nota verde”, numa altura em que o dólar avança 0,05%, para 154,630 ienes. Autoridades da Fed sinalizaram cautela em relação a uma nova flexibilização dos juros durante a noite, citando preocupações com a inflação e sinais de relativa estabilidade no mercado de trabalho.

O tom ligeiramente mais “hawkish” passado por membros da autoridade de política monetária segue a reduzir as perdas da “nota verde” a esta hora.

Do lado de lá do Atlântico, o índice do dólar sobe 0,14%, para 99,295 pontos.

Por cá, o euro perde ligeiros 0,01%, para os 1,163 dólares. Ainda pela Europa, a libra desvaloriza 0,39%, para os 1,314 dólares - registando as maiores perdas entre os seus pares do G-10 -, depois de uma reportagem do Financial Times avançar que o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e a ministra das Finanças Rachel Reeves terão abandonado planos de aumentar impostos sobre os rendimentos, marcando uma mudança brusca da posição do Governo trabalhista a poucas semanas de ser apresentado o orçamento a 26 de novembro.

08h36

Ouro soma ganhos com prata a registar melhor semana em mais de um ano

Sven Hoppe / picture-alliance / dpa / AP Images

Os preços do ouro negoceiam com uma ligeira valorização a esta hora, impulsionados por um dólar mais fraco, enquanto os investidores aguardam pela divulgação de mais dados económicos dos EUA para avaliar a probabilidade de um corte nas taxas de juro em dezembro, após comentários “hawkish” de funcionários da Reserva Federal norte-americana.

A esta hora, o metal amarelo avança 0,13%, para os 4.177,090 dólares por onça.

“Esta semana, o ouro teve um bom desempenho, principalmente devido a um ligeiro enfraquecimento do dólar e também aos fluxos especulativos que surgiram na expectativa de que a Reserva Federal baixasse as taxas de juro”, disse à Reuters Brian Lan, diretor executivo da GoldSilver Central.

No entanto, refere o especialista, “o Governo dos EUA reabriu e, devido a todos estes receios de abrandamento [do mercado laboral] e inflação, as expectativas mudaram ligeiramente para a possibilidade de a Reserva Federal poder não reduzir as taxas de forma agressiva, o que provocou uma ligeira retração nos preços do ouro”.

Citando preocupações com a inflação e sinais de relativa estabilidade no mercado de trabalho após dois cortes nas taxas este ano, um número crescente de decisores de política monetária da Fed está a sinalizar reticências em relação a uma maior flexibilização dos juros diretores.

No mês passado, o banco central baixou as taxas em 25 pontos-base, mas o líder da autoridade monetária, Jerome Powell, sinalizou cautela em relação a outra redução este ano, em parte devido à falta de dados económicos.

Os traders estão atualmente a prever uma probabilidade de 51% de um corte de um quarto de ponto nas taxas no próximo mês, abaixo dos 64% da sessão anterior, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.

Entre outros metais, a prata está a caminho da sua melhor semana desde setembro de 2024, acumulando já um avanço semanal de cerca de 10%.

08h36

Petróleo soma mais de 1% após ataques ucranianos a depósito de crude na Rússia

AP / Eric Gay

Os preços do petróleo negoceiam com ganhos esta manhã, impulsionados por receios quanto ao abastecimento após um ataque com drones ucranianos ter atingido um depósito de petróleo num importante centro de exportação russo, o porto de Novorossiysk, no Mar Negro.

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – valoriza 1,64% para os 59,65 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a avançar 1,52% para os 63,97 dólares por barril.

“Os ataques com drones ucranianos suscitaram novos receios de interrupções no fluxo de abastecimento de petróleo, uma vez que este porto [atingido] é o segundo maior centro de exportação de petróleo da Rússia”, disse à Reuters June Goh, da Sparta Commodities. E apesar de a extensão dos danos ainda não ser conhecida, “se o padrão de escalada continuar, haverá uma redução no fornecimento tanto de petróleo bruto quanto de produtos exportados da Rússia”.

Os aumentos de preços ocorrem depois de o Brent e o WTI terem caído cerca de 3% na quarta-feira, pressionados por um relatório da OPEP que indicava que a oferta global de petróleo iria igualar a procura em 2026, num novo desvio em relação às suas projeções anteriores de um défice de oferta.

Na quinta-feira, a Administração de Informação Energética dos EUA reportou um aumento maior do que o esperado nas reservas de crude norte-americanas na semana passada, com os “stocks” de petróleo bruto a aumentaram 6,4 milhões de barris, para um total de 427,6 milhões de barris.

07h50

Tecnológicas pressionam Ásia com índice sul-coreano a tombar quase 4%

Os principais índices asiáticos fecharam a última sessão da semana com fortes perdas em praticamente toda a linha, pressionados por uma crescente incerteza sobre o rumo da política monetária nos Estados Unidos (EUA) e por receios de sobreavaliações de cotadas ligadas à área da inteligência artificial. Pela Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 recuam cerca de 0,30% e apontam para uma abertura em baixa.

No Japão, o Nikkei cedeu 1,77% e o Topix desvalorizou 0,65%. O sul-coreano Kospi tombou 3,81%, pressionado pelas tecnológicas. Já pela China, o Hang Seng de Hong Kong caiu 1,80% e o Shanghai Composite perdeu 0,97%.

Entre os movimentos, o SoftBank perdeu mais de 6%, a Sony caiu quase 3%, a Samsung desvalorizou 5,45%, a SK Hynix recuou 8,50% e a Xiaomi tombou 4,29%.

A retração dos índices asiáticos nesta sexta-feira encerra uma semana em que, durante grande parte das sessões, as bolsas registaram ganhos com o otimismo em torno do fim da paralisação do Governo Federal dos EUA

Ainda assim, esse otimismo parece ter diminuído após comentários de decisores da Fed terem pesado sobre as expectativas de qualquer flexibilização das taxas diretoras no país em dezembro. É mais um golpe para os ativos de risco, que foram hoje pressionados pela forte venda de ações de cotadas ligadas ao setor da tecnologia. Por agora, os “traders” estão focados na próxima onda de dados económicos - cuja divulgação ficou suspensa devido ao “shutdown” do governo norte-americano. Os “traders” reduziram entretanto as suas apostas de um corte nas taxas de referência da Fed em dezembro para menos de 50%.

“Os mercados parecem estar bastante assustados com os temores de uma bolha de IA”, disse à Bloomberg Vishnu Varathan, do Mizuho Bank. “Uma Fed que está mais inclinada a aguardar pelo momento certo do que a correr contra o tempo torna-se muito menos propício para a queda do setor tecnológico, que normalmente tende a ser mais sensível à flexibilização da Fed”, acrescentou a especialista.

No plano comercial, o Presidente dos EUA, Donald Trump, estará a preparar cortes substanciais nas tarifas, destinados a combater os preços elevados dos alimentos, enquanto procura responder às preocupações dos cidadãos norte-americanos sobre o elevado custo dos produtos.

Saber mais sobre...
Saber mais Peste Ações Ásia
Pub
Pub
Pub