Abertura dos mercados: Bolsas e petróleo caem, juros condicionam ouro
Os mercados accionistas europeus arrancam a semana em queda, condicionados pelo Deutsche Bank. Lisboa lidera os recuos, com a Nos a afundar mais de 6% depois de um corte de recomendação. O petróleo recua a reflectir previsões do PIB na China e o ouro perde brilho à conta da Fed.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,83% para 4.621,99 pontos
Stoxx 600 recua 0,59% para 373,01 pontos
Nikkei desvalorizou 0,46% para 19.379,14 pontos
"Yield 10" anos de Portugal avança 0,2 pontos base para 3,96%
Euro sobe 0,06% para 1,0628 dólares
Petróleo desce 0,82% para 55,44 dólares por barril, em Londres
Nos leva Lisboa a liderar quedas europeias, Peugeot em máximos de quase seis anos
A praça portuguesa lidera as quedas na Europa, com a Nos a ser a maior fonte de pressão, tal como os títulos do sector energético. O PSI-20 cai 0,83% (já esteve a perder mais de 1%) com a operadora de telecomunicações a afundar mais de 6% e em mínimos de mais de dois anos depois de a Berenberg ter cortado a recomendação para a acção.
Também a Galp recua, a acompanhar a queda do preço do petróleo nas praças internacionais, pressionado por perspectivas de um crescimento mais moderado da economia chinesa. A contrabalançar as quedas, que se estendem à generalidade dos títulos – incluindo o universo EDP e a Altri, que mostrou na sexta-feira uma queda de 34,6% dos lucros em 2016 -, estão os ganhos do BCP, que esta segunda-feira após o fecho da sessão apresenta resultados anuais.
No resto da Europa as negociações são condicionadas pela queda dos títulos do Deutsche Bank – já estiveram a afundar 6,9% - depois de ontem o banco alemão ter confirmado um reforço de capital que pode ir até 10 mil milhões de euros. Pela positiva destaca-se a Peugeot, que já chegou a avançar 5,25% para máximos de Julho de 2011 depois de anunciar a compra da Opel à GM por 2.200 milhões de euros.
Juros há nove sessões abaixo dos 4%
Os juros das obrigações de Portugal seguem entre agravamentos e alívios na generalidade dos prazos na negociação em mercado secundários. No prazo a dez anos, a "yield" avança 0,2 pontos base para 3,96%, aliviando ainda nas maturidades a cinco e dois anos, enquanto em França e na Irlanda a manhã está também a ser de alívios para os juros da dívida.
O prémio de risco – diferencial entre os juros pagos na transacção de dívida portuguesa e alemã na maturidade a dez anos – afasta-se dos mínimos de Janeiro verificados nas últimas sessões, agravando para os 363,33 pontos base. Há nove sessões que os juros de Portugal a dez anos negoceiam abaixo dos 4%.
Euro com ganhos ligeiros
A moeda da Zona Euro está a registar uma subida ligeira face ao dólar, mantendo assim a trajectória iniciada na sexta-feira. Por esta altura, o euro soma 0,06% para 1,0628 dólares. A moeda norte-americana esteve, na semana passada, a subir impulsionada pela expectativa em torno de uma subida dos juros.
As notas de Janet Yellen, presidente da Fed, para o discurso que realizou em Chicago na última sexta-feira, apontam que a líder considera que, tendo em conta a progressiva melhoria das condições e ganho de robustez da maior economia mundial, é "provavelmente adequado" aumentar a taxa de juro directora já em Março.
Assim, crescem as possibilidade de uma alteração na política monetária dos Estados Unidos na reunião que termina a 15 de Março.
Brent abaixo dos 55,50 dólares
Os preços do petróleo estão a cair nos mercados internacionais. O Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e que serve de referência para as importações nacionais, recua 0,82% para 55,44 dólares. O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, desce 0,88% para 52,86 dólares por barril.
Esta evolução da cotação da matéria-prima tem lugar numa altura em que o governo chinês aponta um valor de crescimento para o PIB de 6,5% este ano (abaixo dos 6,7% atingidos no ano passado) e depois de a produção líbia de crude ter caído na sequência de confrontos que forçaram dois dos maiores portos petrolíferos do país a encerrar, de acordo com a Bloomberg. A produção líbia caiu de 700 mil barris por dia para 650 mil em poucos dias, de acordo com uma fonte, que pediu o anonimato, da agência.
Ouro em queda com investidores a avaliar possibilidade de subida dos juros
A cotação do ouro, para entrega imediata, está em queda ligeira numa altura em que os investidores avaliar a possibilidade de a Reserva Federal dos Estados Unidos subir os juros ainda este mês.
Janet Yellen, presidente da Fed, em Chicago na última sexta-feira, sustentou que, tendo em conta a progressiva melhoria das condições e ganho de robustez da maior economia mundial, é "provavelmente adequado" aumentar a taxa de juro directora já em Março.
Além disso, a influenciar a cotação deste activo de refúgio está a tensão geopolítica, com o lançamento de quatro mísseis, por parte da Coreia do Norte, três dos quais caíram na Zona Económica Exclusiva do Japão. O ouro para entrega imediata cede 0,07% para 1.233,97 dólares por onça.
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