Europa negoceia com ganhos com "earnings season" a aproximar-se do fim
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta quinta-feira.
Europa negoceia com ganhos com "earnings season" a aproximar-se do fim
Os principais índices europeus estão a negociar com ganhos e perto de máximos pela quarta sessão consecutiva, num dia movimentado em termos de resultados das cotadas, com o sentimento dos investidores a ser impulsionado, também, pelo fim do “shutdown” do Governo Federal norte-americano.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – avança 0,12%, para os 584,93 pontos e negoceia próximo de máximos históricos.
Quanto aos principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX recua 0,24%, o espanhol IBEX 35 soma ligeiros 0,01%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,29% e o francês CAC-40 ganha 0,44%. Já o britânico FTSE 100 perde 0,30% e o neerlandês AEX soma 0,25%.
O"benchmark" do Reino Unido negoceia em contramão com os restantes índices do Velho Continente, pressionado pelos resultados do 3i Group – fundo de private equity - e pelos preços mais baixos do petróleo. O 3i Group segue a desvalorizar mais de 11%, atingindo mínimos de sete meses, depois de a empresa de private equity listada no FTSE 100 ter apresentado resultados que apontaram para um segundo trimestre mais forte, ao mesmo tempo que apresentou um “outlook” cauteloso que segue a pressionar a negociação da cotada a esta hora.
Com a temporada de divulgação de resultados quase no fim, o crescimento dos lucros por ação do índice regional MSCI Europe está em 5,8%, em comparação com as expectativas de um crescimento nulo, mostram dados compilados pela Bloomberg Intelligence. Nesta linha, “as perspetivas para as ações europeias continuam robustas. Vimos resultados sólidos na maioria dos setores nesta temporada de resultados e uma recuperação com maior amplitude, o que ajuda a mitigar alguns dos riscos de concentração evidentes nos EUA”, disse à agência de notícias financeiras Susana Cruz, da Panmure Liberum.
Além da positiva “earnings season”, o sentimento positivo do mercado também ganhou tração depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter assinado uma lei para pôr fim à mais longa paralisação de sempre do Governo Federal dos EUA, marcando o fim oficial de um impasse que durou 43 dias e que condicionou a divulgação de importantes dados económicos do lado de lá do Atlântico.
Entre os movimentos do mercado, a farmacêutica alemã Merck soma mais de 6%, após ter superado as estimativas de vendas do terceiro trimestre.
Quanto aos setores, o tecnológico (+1,01%), e o dos químicos (+0,89%) registam os maiores ganhos esta manhã, numa altura em que os serviços financeiros (-0,80%) lideram as perdas.
Juros aliviam ligeiramente na Zona Euro. "Yield" da dívida portuguesa abaixo dos 3%
As taxas de juro das dívidas soberanas da Zona Euro aliviam ligeiramente esta quinta-feira, com os investidores a mostrarem maior apetite pelo risco.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos recuam 0,2 pontos base, para 2,972%, enquanto no país vizinho a "yield" desce 0,1 pontos, até aos 3,136%.
A rendibilidade das "Bunds" alemãs, o "benchmark" europeu, segue inalterada nos 2,642%, ao passo que os juros em França aliviam 0,7 pontos base, para os 3,368% e a "yield" da dívida italiana cai 0,6 pontos, 3,363%.
Fora do bloco da moeda única europeia, os juros das "Gilts" britânicas cedem 0,3 pontos base, para os 4,393%.
Iene negoceia perto de mínimos históricos face ao euro
O iene – considerado um ativo-refúgio - atingiu nesta quinta-feira o seu valor mais baixo em cerca de nove meses face ao dólar, ao mesmo tempo que tocou mínimos históricos em relação ao euro, depois de a nova primeira-ministra do Japão ter dito que queria que o banco central fosse cauteloso com os aumentos das taxas de juros.
A esta hora, o iene recupera algum terreno face à “nota verde”, numa altura em que o dólar cede 0,14%, para 154,570 ienes. Já o euro ganha 0,14% para os 179,700 ienes.
Os mercados cambiais podem enfrentar volatilidade acrescida nos próximos dias, enquanto se espera que sejam divulgados dados económicos que ficaram suspensos durante o “shutdown” do Governo Federal dos EUA, que chegou agora ao fim. No entanto, a Casa Branca disse que os números do emprego e dos preços no consumidor de outubro podem nunca vir a ser divulgados.
Ainda assim, recentes dados laborais do setor privado apontaram para um enfraquecimento do mercado de trabalho nos EUA, fator que está a levar os investidores a aumentar as apostas de que a Fed corte os juros em dezembro.
Do lado de lá do Atlântico, o índice do dólar cai 0,15%, para 99,343 pontos.
Por cá, o euro ganha ligeiros 0,16%, para os 1,161 dólares. Ainda pela Europa, a libra avança 0,03%, para os 1,314 dólares.
Ouro soma mais de 1% com "traders" a aumentarem apostas de um corte de juros nos EUA
Os preços do ouro negoceiam com ganhos pela quinta sessão consecutiva e fixam-se perto de máximos de três semanas, impulsionados pelas expectativas de que a reabertura do Governo Federal norte-americano reinicie o fluxo de divulgação de dados económicos, à medida que os “traders” aumentam a probabilidade de se vir a assistir um novo corte de juros na reunião da Fed em dezembro.
A esta hora, o metal precioso avança 1,01%, para os 4.237,900 dólares por onça.
"O ouro está a prolongar a sua série de vitórias impulsionado por um dólar mais fraco, expectativas de cortes nas taxas da Fed e acumulação persistente dos bancos centrais”, disse à Reuters Jigar Trivedi, da Reliance Securities.
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou na quarta-feira uma lei que põe fim ao mais longo encerramento do Governo na história dos EUA. O "shutdown”, que começou a 1 de outubro, interrompeu a divulgação de dados económicos críticos, incluindo relatórios sobre salários e inflação.
Economistas afirmaram que a agência estatística do Departamento do Trabalho dos EUA deve dar prioridade à divulgação dos relatórios de emprego e inflação de novembro, para garantir que os responsáveis da Reserva Federal tenham informações atualizadas na sua reunião de política monetária de dezembro.
Entretanto, aumentam entre os “traders” as apostas de que a Fed irá novamente baixar a sua taxa de juro de referência em 25 pontos-base no próximo mês para apoiar um mercado de trabalho em enfraquecimento, de acordo com 80% dos economistas inquiridos pela Reuters, um ligeiro aumento em relação a uma sondagem realizada no mês passado.
O ouro, que não rende juros, tende a ter um bom desempenho num ambiente de taxas de juro mais baixas.
Petróleo perde terreno com OPEP a apontar para excesso de oferta em 2026
Os preços do petróleo negoceiam com perdas esta manhã, prolongando os recuos da sessão anterior, depois de um aumento nos “stocks” de crude dos EUA ter reforçado preocupações quanto a um excedente da oferta de peteóleo.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – desvaloriza 0,19% para os 58,38 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a perder 0,18% para os 62,60 dólares por barril.
Números do American Petroleum Institute mostraram na quarta-feira que os inventários de petróleo bruto dos EUA aumentaram 1,3 milhão de barris na semana terminada a 7 de novembro.
Os preços do crude cederam mais de 2 dólares por barril na sessão de ontem, depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter dito que a oferta global de petróleo excederá ligeiramente a procura em 2026, marcando uma mudança em relação às projeções anteriores do cartel.
“A recente fraqueza (dos preços) parece ser impulsionada pela revisão da OPEP do equilíbrio entre oferta e procura em 2026 no seu relatório mensal, que confirma que o grupo está agora a reconhecer a possibilidade de um excesso de oferta em 2026, em contraste com a sua postura mais otimista ao longo do tempo”, disse à Reuters Suvro Sarkar, do DBS Bank.
Ásia soma ganhos com fim do "shutdown" nos EUA
Os principais índices asiáticos fecharam a sessão desta quinta-feira com ganhos, impulsionados pelo fim do “shutdown” dos EUA, depois de Donald Trump, Presidente norte-americano, ter assinado a proposta de lei aprovada pelo Congresso que põe fim ao encerramento por 43 dias da atividade administrativa do Governo, o mais longo da história do país. Pela Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 somam ganhos de cerca de 0,30%, apontando para uma nova abertura em alta, depois de os máximos atingidos nas últimas sessões.
Pelo Japão, o Nikkei subiu 0,43% e o Topix valorizou 0,67%. Também o sul-coreano Kospi registou ganhos e somou 0,49%. Na China, o Hang Seng de Hong Kong avançou 0,50% e o Shanghai Composite valorizou 0,73%.
Com a temporada de divulgação dos resultados das cotadas nos EUA a aproximar-se do fim, os mercados estão a voltar o seu foco para a Fed e as perspetivas de cortes nas taxas de juro em dezembro, fator visto como o próximo catalisador para prolongar a recuperação dos índices que têm vindo a atingir máximos históricos esta semana. A ausência de indicadores-chave — como os números do desemprego e o índice de preços no consumidor de outubro — alimentou a incerteza em torno da política monetária, com a Casa Branca a confirmar que esses relatórios provavelmente não serão divulgados devido à paralisação do Governo.
“Embora os mercados estejam a precificar o fim da paralisação do Governo, há uma montanha ainda maior à nossa frente, que é a retomada de todos os dados económicos que perdemos”, disse à Bloomberg Michael Landsberg, da Landsberg Bennett Private Wealth Management. “À medida que a névoa se dissipar, veremos se o posicionamento do mercado esteve correto e se ainda há um caminho tranquilo pela frente ou se será necessária uma grande reavaliação”, acrescentou o especialista.
Pelo Japão, o iene esteve em destaque, com os “traders” a mostrarem-se cada vez mais céticos quanto à capacidade do novo Governo do país - liderado por Sanae Takaichi - para sustentar a moeda através de intervenção direta. Isto numa altura em que a divisa japonesa negoceia perto de níveis que anteriormente levaram à intervenção das autoridades, aumentando as expectativas de que o Banco do Japão possa vir a aumentar as taxas de juro.
Entre os movimentos do mercado pela região, a empresa de serviços médicos M3 Inc. subiu mais de 23%, registando o seu maior ganho desde que entrou na Bolsa de Tóquio, depois de o seu lucro operacional no segundo trimestre ter superado as expectativas dos investidores. Já o Softbank cedeu quase 4%, um dia depois de ter anunciado que vendeu toda a sua participação na Nvidia.
Na China, o Zijin Mining Group valorizou 4,17%, beneficiando da recente subida dos metais preciosos como o ouro e a prata. A Shanghai Chemspec, por sua vez, teve o maior aumento entre as cotadas do índice Shanghai Composite, num dia em que avançou mais de 20%.
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