Juros da dívida da Zona Euro agravam. Ouro ganha terreno com "shutdown" nos EUA
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta quinta-feira.
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Juros da dívida da Zona Euro agravam-se
As taxas de juro das dívidas soberanas europeias agravam em quase toda a linha esta quinta-feira, num mercado ainda atento ao impacto do “shutdown” governamental nos Estados Unidos e às perspetivas de política monetária da Reserva Federal.
Na Zona Euro, os juros das “bunds” alemãs a 10 anos, referência para o continente europeu, sobem 0,2 pontos-base para 2,712%. Já a dívida francesa alivia 0,2 pontos-base para 3,525%, enquanto em Itália a "yield" avança 0,4 pontos-base para 3,526%.
Em Espanha, os juros sobem 0,1 pontos-base para 3,249% e em Portugal registam um acréscimo de 0,3 pontos-base para 3,107%.
Fora da moeda única, a taxa de juro das “gilts” britânicas desce 0,4 pontos-base, situando-se em 4,690%.
Dólar negoceia sem tendência definida com "traders" a avaliarem "shutdown" nos EUA
O dólar segue a negociar sem tendência definida, depois de ter invertido por momentos uma sequência de quatro dias de perdas, após o Supremo Tribunal dos EUA ter dito que ouviria argumentos em janeiro sobre a tentativa do Presidente Donald Trump de destituir a governadora da Fed Lisa Cook, que manterá, por enquanto, o seu cargo no banco central.
O índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais – desvaloriza 0,11% para os 97,598 pontos.
A preocupação do mercado com a independência da Fed “passa agora para segundo plano nos próximos meses”, disse à Bloomberg Tony Sycamore, da IG.
Os “traders” estão a avaliar quanto tempo durará a paralisação do Governo dos EUA, e continuam à espera para perceber qual será o efeito deste “shutdown” sobre a divulgação de dados económicos e como isso poderá influenciar a tomada de decisões da Fed no que toca à política monetária. Isto numa altura em que o mercado laboral do lado de lá do Atlântico tem vindo a mostrar sinais de abrandamento.
A esta hora o dólar recua 0,01% para os 147,750 ienes.
Por cá, a moeda única valoriza 0,17% para os 1,175 dólares. Já a libra avança 0,13% para os 1,349 dólares. O dólar avança ainda 0,03% face à divisa japonesa para 147,12 ienes, mas perde 0,05% face à moeda suíça, negociando nos 0,7967 francos.
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Ouro ganha terreno com "shutdown" nos EUA e apostas em cortes de juros pela Fed
O ouro segue a ganhar terreno esta manhã – após uma recuperação de cinco dias ter levado o "metal amarelo” a atingir recordes sucessivos –, com o início da paralisação do Governo dos EUA e as maiores apostas num corte nas taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) norte-americana a impulsionarem a procura por ouro, após dados fracos sobre o emprego no setor privado.
O metal amarelo avança agora 0,13% para os 3.870,760 dólares por onça.
Os números dos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA, que deveriam ser divulgados na sexta-feira, serão adiados devido à paralisação da Administração Federal norte-americana, que entrou ontem em efeito — fator que também aumenta o risco de pressão sobre o dólar. A situação do lado de lá do Atlântico está a aumentar a procura por ouro enquanto ativo-refúgio.
Já na linha da política monetária, os “traders” aumentaram as apostas de que a Fed reduzirá as taxas diretoras mais duas vezes este ano para apoiar um mercado de trabalho que mostra sinais de abrandamento e enfraquecimento. Com efeito, o “metal amarelo” tende a ter um melhor desempenho com taxas de juros mais baixas, por não render juros.
O metal precioso já subiu cerca de 47% este ano, colocando o ouro a caminho do maior ganho anual desde 1979.
Petróleo com valorizações contidas. "Traders" aguardam por reunião da OPEP+
Os preços do petróleo seguem a subir ligeiramente esta quinta-feira, após terem caído quase 7% nas três sessões anteriores, antes da reunião da OPEP+ que se realiza neste fim de semana e que, segundo os indicadores já apurados, levará a um novo aumento da produção de crude.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – segue a valorizar 0,03% para os 61,80 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – soma a esta hora 0,05% para os 65,38 dólares por barril
Na quarta-feira, a Administração de Informação Energética dos EUA revelou que os "stocks” de petróleo bruto dos EUA aumentaram pela primeira vez em três semanas, enquanto os de gasolina tiveram o maior aumento desde junho.
A par disso, a produção das refinarias caiu. “O crescimento da procura é fraco, enquanto a oferta é abundante, apontando para um mercado com excesso de oferta até 2026”, disse à Bloomberg Priyanka Sachdeva, da corretora Phillip Nova.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados estão prestes a concordar com um aumento na produção para novembro, quando o grupo se reunir este domingo, apesar das expectativas generalizadas de um excedente de oferta iminente, depois de este ano o cartel já ter aumentado a produção várias vezes.
Nesta linha, o terminal de exportação de petróleo de Ceyhan, na Turquia, deverá carregar a sua primeira carga de crude da região do Iraque desde 2023, após um acordo alcançado no mês passado para permitir a retomada dos fluxos de petróleo desta região, adicionando ainda mais "ouro negro" ao mercado.
Depois de Europa e EUA, Ásia atinge máximos com impulso das tecnológicas
Os índices asiáticos fecharam em alta, depois de uma recuperação ter levado as principais praças nos EUA e na Europa a recordes, movimento seguido igualmente pela Ásia, que bateu máximos históricos na sessão desta quinta-feira. O setor tecnológico impulsionou o sentimento dos investidores, após o acordo da OpenAI com fabricantes de “chips” sul-coreanos ter reforçado o entusiasmo em torno da inteligência artificial. Já pela Europa - e depois de o Stoxx 600 ter ontem atingido máximos -, os futuros do Eurostoxx 50 avançam 0,50% e apontam para uma abertura em alta.
Entre os principais índices da região, pelo Japão, o Nikkei subiu 0,88% e o Topix cedeu 0,14%. Já o sul-coreano Kospi disparou 2,85% e superou o seu último máximo histórico. O Hang Seng de Hong Kong subiu 1,86%. Pela China continental, prossegue a Semana Dourada, que vai manter as bolsas do país fechadas até 8 de outubro para assinalar o Dia Nacional da China.
Entre os movimentos, a Samsung Electronics ganhou 4,36% e a SK Hynix saltou mais de 10%.
Sam Altman, CEO da OpenAI, assinou uma carta de intenções na quarta-feira para recrutar estas duas empresas sul-coreanas para o seu projeto de construção de um centro de dados, um empreendimento global que envolve os maiores players do setor, que vão da Nvidia à Oracle.
A OpenAI também concluiu uma venda de ações tendo conseguido uma avaliação recorde de 500 mil milhões de dólares, elevando a dona do ChatGPT à posição de startup mais valiosa do mundo.
Assim, os investidores pareceram ignorar, para já, o impasse político em Washington, que levou à primeira paralisação do Governo em sete anos, fator que ameaça obstruir dados económicos cruciais.