Petróleo cai e arrasta tendência às bolsas europeias
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
- Europa aponta para o verde. Ásia fecha mista
- Petróleo desvaloriza com dólar mais forte. Preços do gás cedem
- Ouro desvaloriza pressionado por dólar mais forte
- Euro desvaloriza face ao dólar
- Juros aliviam na Zona Euro
- Europa mista com investidores a ponderarem próximos passos
- Euribor cai a três, seis e 12 meses, depois de máximos na segunda-feira
- Wall Street em alta com possível acordo sobre o tecto da dívida. Nvidia sobe mais de 6%
- Com dólar em queda, ouro sobe de mínimos de dois meses
- Petróleo cai mais de 4% com tecto da dívida nos EUA e reunião da OPEP+ na mira
- Petrolíferas abalam bolsas europeias
- Juros da dívida da Zona Euro aliviam com maior aposta em obrigações
As bolsas europeias apontam para um arranque em terreno positivo, num dia em que são conhecidos novos dados económicos. Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,1%.
O Eurostat divulga esta terça-feira como se situou a confiança dos consumidores na Zona Euro. Além dos dados económicos que vão sendo divulgados, os investidores estão também atentos aos desenvolvimentos sobre o limite do tecto da dívida dos Estados Unidos. Depois de, durante o fim de semana, o presidente norte-americano, Joe Biden, e o "speaker" da maioria republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, terem chegado a um acordo de princípio, o foco recai agora sobre se este será ou não aprovado no Congresso.
Já na Ásia, a sessão fechou mista, com os índices chineses a serem novamente os mais penalizados. Uma recuperação económica mais lenta do que o esperado, uma moeda mais fragilizada e crescentes tensões com os Estados Unidos estão a manter os investidores globais afastados dos mercados chineses.
Na China, Xangai desvalorizou 0,32% e, em Hong Kong, o Hang Seng recuou 0,17%. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,95%, enquanto no Japão o Topix cedeu 0,06% e o Nikkei ganhou 0,30%.

Os preços do petróleo seguem a desvalorizar, numa altura em que um dólar mais forte está a tornar as matérias-primas cotadas na moeda norte-americana menos atrativa. Uma maior aversão ao risco na Ásia também se sobrepôs aos progressos no acordo sobre o tecto da dívida dos Estados Unidos.
O West Texas Intermediate (WTI), referência para os Estados Unidos, perde 0,34% para 72,42 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,57% para 76,63 dólares por barril.
O crude desvalorizou cerca de 11% desde o início do ano, pressionado por uma procura menos robusta do que o esperado por parte da China - maior importador mundial de petróleo. Após anos de restrições devido à covid-19, as previsões iniciais apontavam para uma retoma mais robusta.
Os investidores estão agora de olhos postos na próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+), que decorre a 3 e 4 de junho, de forma a perceber se haverá mais cortes em vista. Isto depois de em maio a organização ter anunciado uma redução da produção em mais de um milhão de barris por dia.
No mercado do gás natural, a matéria-prima negociada em Amesterdão, o TTF, recua 1,41% para 24,22 euros por megawatt-hora.

O ouro segue a desvalorizar, pressionado por um dólar mais forte à medida que aumenta o otimismo de que o acordo de princípio sobre o tecto da dívida do país alcançado, durante o fim de semana, entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o porta-voz da maioria republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, será aprovado no Congresso.
Biden e McCarthy têm tentado reunir apoio dos seus respetivos partidos, tendo já o apoio de alguns alguns membros importantes, o que ajudou a elevar as apostas de que a maior economia do mundo conseguirá evitar entrar em incumprimento. E essa perspetiva está a diminuir o apetite por ativos-refúgio, como é o caso do ouro. Além disso, um dólar mais forte também torna as matérias-primas cotadas nesta moeda menos atrativas.
O metal amarelo a pronto, negociado em Londres, perde 0,33% para 1.936,85 dólares por onça, enquanto o paládio soma 1,19% para 1.434,95 dólares, a platina valoriza 0,03% para 1.028,91 dólares e a prata cede 0,81% para 23 dólares.

O euro está a desvalorizar face à divisa norte-americana, estando a moeda única europeia a ceder 0,23% para 1,0683 dólares.
A moeda norte-americana valorizou à medida que a administração Biden e os líderes republicanos do Congresso deram início a campanhas para garantir apoio ao acordo sobre o tecto da dívida dos EUA.
Já o renminbi caiu para o valor mais baixo desde novembro esta manhã, estando a desvalorizar face ao dólar e face ao euro.
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a aliviar, o que mostra uma maior aposta dos investidores nas obrigações. Isto num dia em que as principais bolsas europeias negoceiam maioritariamente no vermelho.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, cedem 4,6 pontos base para 2,383% e os juros da dívida italiana recuam 4,2 pontos base para 4,232%.
Os juros da dívida pública portuguesa com a mesma maturidade deslizam 3,5 pontos base para 3,092%, os juros da dívida espanhola aliviam 4,3 pontos base para 3,445% e os juros da dívida francesa cedem 4,3 pontos base para 2,956%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica recuam 5,1 pontos base para 4,275%.
As bolsas europeias abriram em terreno negativo, tendo entretanto passado a negociar mistas, numa altura em que os investidores tentar perceber se há sinais de que o acordo sobre o tecto da dívida dos Estados Unidos será aprovado no Congresso. Isto ao mesmo tempo que pesam se os bancos centrais vão manter a posição mais agressiva na política monetária.
O Stoxx 600, referência para a região, soma 0,05% para 461,12 pontos, com praticamente todos os setores a registarem ganhos moderados. O do imobiliário e o das utilities (água, luz e gás) são os que mais sobem, 0,96% e 0,72%, respetivamente.
Entre as principais movimentações, a Nestlé cai 1,50% para 110,38 francos suíços por ação, após ter anunciado que o CFO da empresa, Francois-Xavier Roger, deixou o cargo, e que este será assumido por Anna Manz - até agora CFO e membro do conselho de administração da London Stock Exchange. Os analistas da Jefferies disseram, em declarações à Bloomberg, que estão "desiludidos" com a "surpresa".
Nas principais praças europeias, o alemão Dax soma 0,27%, o francês CAC-40 recua 0,46%, o italiano FTSE Mib valoriza 0,20%, o britânico FTSE 100 recua 0,04% e o Aex, em Amesterdão, cede 0,05%. Já em Espanha, o Ibex 35 valoriza 0,51%, um dia após terem sido convocadas eleições antecipadas no país.

As taxas Euribor desceram hoje a três, a seis e a 12 meses, depois de terem subido para novos máximos desde novembro de 2008 na segunda-feira.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje para 3,965%, menos 0,017 pontos, depois de ter subido em 29 de maio para 3,982%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representa 41% do "stock" de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representam 33,7% e 22,9%, respetivamente.
A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,647% em março para 3,757% em abril, mais 0,110 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho de 2022, também recuou hoje, ao ser fixada em 3,770%, menos 0,011 pontos, contra o novo máximo desde novembro de 2008, de 3,781%, verificado na segunda-feira.
A média da Euribor a seis meses subiu de 3,267% em março para 3,516% em abril, mais 0,249 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, desceu hoje, ao ser fixada em 3,474%, menos 0,009 pontos, depois de ter subido na segunda-feira até 3,483%, um novo máximo desde novembro de 2008.
A média da Euribor a três meses subiu de 2,911% em março para 3,179% em abril, ou seja, um acréscimo de 0,268 pontos percentuais.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 4 de maio, o BCE voltou a subir, pela sétima vez consecutiva, mas apenas em 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro.
Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa

Após um dia de feriado nos Estados Unidos (Memorial Day) e que levou ao encerramento das bolsas no país, Wall Street abriu esta terça-feira a negociar maioritariamente em alta, com a possibilidade de um acordo em torno do tecto da dívida norte-americana possa ser concretizado nos próximos dias.
O S&P 500, índice de referência, sobe 0,51% para 4.226,8 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite valoriza 1,27% para 13.140,06 pontos. Já o industrial Dow Jones recua 0,29% para 32.996,47 pontos.Esta terça-feira o Comité Parlamentar da Câmara dos Representantes reúnem-se para discutir o projeto de lei para a suspensão do "debt ceiling". Até agora, um conjunto de congressistas republicanos já afirmou que se iria opor à medida, um sinal de que o acordo bipartidária poderá ter um caminho difícil no Congresso.
"O mercado está cautelosamente a incorporar no preço que já há acordo", comentou Thomas Hayes, analista da great Hill Capital, à Bloomberg.
Entre os principais movimentos de mercado, a Nvidia subiu mais de 6% na abertura, após ter revelado que estava a construir o supercomputador de inteligência artificial mais poderoso em Israel. A fabricante de "chips" mais valiosa do mundo está a caminho de atingir uma valorização de mercado de um bilião de dólares pela primeira vez.
"Se esta tendência de inteligência artificial é real, a procura imediata vai estar em 'chips' e poder de computação e a Nvidia é o exemplo disso mesmo atualmente", completou Hayes.
O ouro está a valorizar, depois de ter tocado mínimos de dois meses, ajudado por uma queda do dólar.
O ouro sobe 0,79% para 1.958,56 dólares por onça, após ter tocado mínimos de março de 2017.
"O dólar está a inverter a direção, apoiando o ouro -que já estava atrativo, depois de ter encontrado uma zona de apoio nos 1.933 dólares por onça", afirmou Ole Hansen, estratega do Saxo Bank, à Bloomberg.
Já o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda contra dez divisas rivais - desce 0,23% para 103,964 pontos, recuando assim de máximos de dois meses, com as negociações em torno do aumento do tecto da dívida norte-americana a manterem os investidores afastados do risco.

Os preços do "ouro negro" seguem a afundar nos principais mercados internacionais, devido à incerteza quanto à aprovação, no Congresso norte-americano, do aumento do tecto da dívida dos EUA – depois do acordo de princípio alcançado no fim de semana entre o presidente Joe Biden e o speaker da maioria republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.
Os investidores estão também na expectativa quanto à decisão dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) na reunião agendada para 4 de junho – havendo quem aponte para um novo corte da oferta.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 4,28% para 69,56 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, perde 4,36% para 73,71 dólares/barril.
"Os participantes de mercado continuam a escrutinar a adesão da Rússia ao seu compromisso de corte da oferta de crude, mas nós preferimos focar-nos nos dados sobre os inventários", sublinha Giovanni Staunovo, analista de mercados do UBS, numa nota de "research" a que o Negócios teve acesso.
Em fevereiro, recorda a análise do estratega do banco suíço, o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak comprometeu-se a cortar a sua produção em 500 mil barris por dia a partir de março. Esse compromisso foi depois estendido até junho e depois até ao final do ano, "mas, como a Rússia já não publica dados sobre petróleo, os participantes voltaram-se para outro indicador para avaliarem o corte de produção: as exportações de crude via petroleiros", refere.
Segundo esses dados, "as exportações de crude russo via marítima mantiveram-se elevadas nos últimos meses, levando alguns participantes de mercado a crer que isto resulta do facto de a Rússia não estar de facto a cortar a produção na medida em que se comprometeu", aponta Staunovo.
O UBS prefere estar mais atento às reservas norte-americanas de crude – que na semana passada caíram fortemente. "Com vários membros da OPEP+ a retirarem voluntariamente barris do mercado, num contexto de aumento da procura, estimamos que os stocks continuem a diminuir, sustentando assim os preços", diz o mesmo analista.

Os principais índices europeus terminaram o dia em terreno negativo, com a queda das cotadas do petróleo a pesar.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, recuou 0,92% para 456,63 pontos, com o setor do petróleo entre os que mais penalizou, num dia em que os preços desta matéria-prima afundam mais de 4%.
Além disso, a Nestlé e a Unilever também pressionaram, ao caírem mais de 3% depois de terem anunciado a substituição dos seus diretores financeiros, à medida que a inflação pressiona o setor.
Também a questão do aumento do tecto da dívida nos EUA pesou no sentimento dos investidores. O acordo de princípio entre o presidente dos EUA Joe Biden e o presidente da maioria republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, entra numa reta final crucial, com menos de uma semana para obter a aprovação do Congresso antes do prazo previsto de incumprimento do país a 5 de junho.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 0,27%, o francês CAC-40 desvalorizou 1,29%, o italiano FTSEMIB recuou 0,16% e o espanhol IBEX 35 caiu 0,14%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,97%.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro terminaram a sessão desta terça-feira a aliviar, o que mostra uma maior aposta dos investidores na segurança das obrigações, num dia em que as bolsas europeias negociaram no vermelho. A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, cedeu 9,4 pontos base para 2,336% e os juros da dívida portuguesa recuaram 11 pontos base para 3,017%. Os juros da dívida pública italiana com a mesma maturidade deslizaram 13,3 pontos base para 4,141%, os juros da dívida espanhola aliviaram 10,6 pontos base para 3,382% e os juros da dívida francesa cederam 9,8 pontos base para 2,901%. Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida britânica aliviaram 8,8 pontos base para 4,239%.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, cedeu 9,4 pontos base para 2,336% e os juros da dívida portuguesa recuaram 11 pontos base para 3,017%.
Os juros da dívida pública italiana com a mesma maturidade deslizaram 13,3 pontos base para 4,141%, os juros da dívida espanhola aliviaram 10,6 pontos base para 3,382% e os juros da dívida francesa cederam 9,8 pontos base para 2,901%.
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