"Earnings season" dá gás a bolsas europeias. Stoxx 600 em máximos de um ano
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quinta-feira.
- Futuros da Europa apontam para o verde. Tecnológicas puxam praças asiáticas para ganhos
- Petróleo avança com melhoria das perspetivas de consumo para 2023. Gás desvaloriza
- Ouro sobe ligeiramente, com investidores à espera de dados do emprego nos EUA
- Investidores com maior apetite pelo risco levam dólar a desvalorizar
- Juros aliviam, com investidores a aguardar comentários de membros do BCE
- Europa negoceia com ganhos pelo quarto dia consecutivo
- Euribor sobe para novos máximos a 3, 6 e 12 meses pela 4.ª sessão consecutiva
- Preços no produtor mais altos atiram Wall Street para o vermelho
- Ouro atinge o nível mais baixo este ano após dados da inflação
- Euro recua após declarações "dovish" de Panetta e dólar ganha força
- Petróleo negoceia com ganhos após manhã volátil
- "Earnings season" dá gás a bolsas europeias. Stoxx 600 em máximos de um ano
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão em terreno positivo, à semelhança do cenário vivido esta quarta-feira em que as bolsas do Velho Continente beneficiaram de bons resultados das empresas.
As contas das cotadas na "earnings season" em curso parecem estar a sobrepor-se às perspetivas de contínuo agravamento da política monetária na Europa e nos Estados Unidos.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,4%, num dia em que os investidores vão estar atentos a vários discursos de membros da Reserva Federal norte-americana, Banco Central Europeu e Banco de Inglaterra.
Na Ásia a sessão foi também de ganhos com as tecnológicas em Hong Kong a liderarem o "rally" da região. Depois de um "bull market" em janeiro, as ações asiáticas têm registado uma queda nas últimas três semanas, com os investidores a avaliarem a política dos Estados Unidos face à reabertura da China.
"Penso que a recuperação está a ser impulsionada por investidores que estavam à espera de uma boa oportunidade para entrarem no capital das tecnológicas chinesas", explicou o analista Very-Sern Ling da Union Bancaire Privee à Bloomberg.
"Muitos perderam o 'rally' do setor desde outubro e o declínio de 10% nas últimas três semanas dão uma boa oportunidade", completou.
No Japão, o Nikkei subiu 0,7% e o Topix avançou 0,6%. Na China, Xangai somou 0,8%, enquanto o tecnológico Hang Seng pulou 2,7%. Por fim, na Coreia do Sul o Kospi valorizou 1,8%.
O petróleo está a valorizar, interrompendo alguns dias de perdas depois da notícia de que os Estados Unidos vão colocar 26 milhões de barris da sua reserva estratégica no mercado.
O West Texas Intermediate (WTI) sobe 0,53% para 79,01 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte ganha 0,36% para 85,69 dólares por barril.
Esta quinta-feira, os investidores parecem estar mais focados no aumento de consumo por parte da China, o maior importador de crude do mundo. Ainda a influenciar a negociação estão relatórios da Agência Internacional de Energia e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, que revelaram perspetivas positivas de aumento do consumo para 2023.
"Todos os olhos estão agora postos no regresso da China", começou por explicar o analista Will Sungchil Yun, da SI Securities, à Bloomberg. "É provável que os preços permaneçam voláteis nas próximas semanas em antecipação do congresso do Partido Comunista Chinês", onde é esperado o anúncio de medidas para estimular a economia, completou o analista.
No mercado do gás, os futuros estão a desvalorizar, depois de dois dias de subidas, com a possibilidade de temperaturas mais quentes e com o armazenamento dos países europeus ainda acima da média para esta altura do ano.
A matéria-prima negociada em Amesterdão (TTF) – que serve de referência para o mercado europeu – recua 1,18% para 53,41 euros.
O ouro está a valorizar ligeiramente, depois de ter tocado o valor mais baixo desde janeiro. O metal amarelo sobe 0,1% para 1.837,89 dólares por onça.
Os investidores aguardam esta quinta-feira dados relativos ao emprego nos Estados Unidos, numa altura em que a robustez do mercado de trabalho tem sido uma das explicações do presidente da Fed, Jerome Powell, para a contínua subida dos juros diretores.
O dólar está a desvalorizar, com os investidores a mostrarem maior apetite pelo risco, depois de dias marcados pela divulgação de várias estatísticas nos Estados Unidos que mostram que a Reserva Federal norte-americana vai ter se manter mais "hawkish" durante mais tempo.
Os investidores parecem estar mais focados num cenário de crescimento global, com a reabertura da China e a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos e na Europa a desaparecerem.
Esta manhã, a moeda norte-americana recua uns ligeiros 0,08% para 0,9345 euros. O índice do dólar da Bloomberg - que mede a força do dólar face a dez moedas rivais - desce 0,27% para os 103,639 pontos.
"Se dermos um passo atrás, os dados melhores que o esperado nos Estados Unidos devem apoiar uma fotografia de crescimento global. Adicionalmente, a história da reabertura da China ainda tem muito para desenvolver e os dados nas próximas semanas vão começar a mostrar um aumento da atividade económica, e isto deve contribuir para o crescimento global", explicou o analista Cristopher Wong, da OCBC, à Bloomberg.
Os juros da dívida soberana na Zona Euro estão a aliviar ligeiramente, com os investidores a aguardarem discursos de vários membros do Banco Central Europeu para tentarem compreender o caminho a seguir pela autoridade monetária.
Os juros das "Bunds" alemãs com maturidade a dez anos - referência para a região - recuam 1,7 pontos base para 2,452%, enquanto os juros da dívida italiana descem 1,1 pontos base para 4,315%.
Já a "yield" da dívida francesa alivia 1,3 pontos base para 2,919% e os juros da dívida espanhola decrescem 1,1 pontos base para 3,418%.
Por cá, os juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 1 ponto base para 3,325%.
Fora da Zona Euro, os juros do Reino Unido recuam 1,5 pontos base para 3,467%.
As principais praças europeias estão a valorizar pela quarta sessão consecutiva e a caminho do maior número de dias de ganhos seguidos num mês, numa altura em que os investidores avaliam bons resultados das empresas que estão a dar um impulso às bolsas do Velho Continente.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, sobe 0,43% para 166,36 pontos, com o setor de media, telecomunicações e banca a registarem as maiores subidas acima de 1%. De todos os setores do "benchmark" apenas o petróleo e o gás perdem, embora com uma queda ligeira de 0,07%.
Uma época de resultados resiliente, bem como o otimismo dos investidores sobre a situação económica dos países da Europa têm dado força às bolsas europeias.
A exposição da região à Ásia está também a dar força a uma melhor performance na Europa do que nos Estados Unidos, à medida que a segunda maior economia do mundo vai reabrindo, indicam analistas à Bloomberg.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax ganha 0,45%, o francês CAC-40 valoriza 0,71%, o italiano FTSEMIB soma 0,52%, o britânico FTSE 100 sobe 0,31% e o espanhol IBEX 35 pula 0,52%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,63%.
A taxa Euribor subiu hoje a três, seis e 12 meses, pela quarta sessão consecutiva para novos máximos de mais de 14 anos, ao serem fixadas, respetivamente, em 2,703%, 3,192% e 3,567%.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 3,567%, mais 0,025 pontos, um novo máximo desde dezembro de 2008.
Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%.
Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,018% em dezembro para 3,338% em janeiro, mais 0,320 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho, também avançou hoje, para 3,192%, mais 0,026 pontos, um novo máximo desde dezembro de 2008.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
A média da Euribor a seis meses subiu de 2,560% em dezembro para 2,864% em janeiro, mais 0,304 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, avançou hoje, ao ser fixada em 2,703%, mais 0,021 pontos, um novo máximo desde janeiro de 2009.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 2,063% em dezembro para 2,354% em janeiro, ou seja, um acréscimo de 0,291 pontos.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na última reunião de política monetária, em 2 de fevereiro, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.
Em 21 de julho, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
As bolsas norte-americanas abriram com perdas, num dia em que foi divulgado que o índice de preços no produtor subiu mais do que o esperado em janeiro.
Os mais recentes dados económicos somam-se aos restantes conhecidos durante a semana, entre os quais a inflação - que abrandou menos do que o esperado em janeiro, - e aumentam a pressão sobre a continuação de uma política monetária mais "hawkish", ou seja, mais agressiva.
O "benchmark" S&P 500 cede 1,12% para 4.101,14 pontos, o industrial Dow Jones recua 1,05% para 33.768,21 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite perde 1,10% para 11,937.27 pontos. Após a divulgação dos dados, a presidente da Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse que há razões económicas para "um aumento das taxas de juro em 50 pontos base". No início de fevereiro, a autoridade monetária norte-americana avançou com uma subida de 25 pontos base, que representou o segundo abrandamento consecutivo no ritmo de aumentos e lançou a expectativa de que poderia estar para breve um alívio da política monetária.
Após a divulgação dos dados, a presidente da Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse que há razões económicas para "um aumento das taxas de juro em 50 pontos base".
No início de fevereiro, a autoridade monetária norte-americana avançou com uma subida de 25 pontos base, que representou o segundo abrandamento consecutivo no ritmo de aumentos e lançou a expectativa de que poderia estar para breve um alívio da política monetária.
O ouro alcançou o valor por onça mais baixo este ano, pressionado pelos números da inflação na ótica do produtor.
O metal amarelo recua ligeiramente (-0,06%) para 1.834,93 dólares por onça, depois de ter caído para 1.833,54 dólares a onça, como não era visto desde o passado dia 30 de dezembro. Prata e platina seguem esta tendência negativa, enquanto o paládio sobe.
O índice de preços no produtor cresceu 0,7% em janeiro como não era visto desde junho, dando sustento para que a Reserva Federal norte-americana (Fed) mantenha o ritmo da sua política monetária restritiva.
O dia está ainda a servir para os investidores digerirem os mais recentes números sobre o mercado e trabalho norte-americano. O número de pedidos de subsídio de desemprego caíram para 194 mil, acima das expectativas dos economistas que apontavam para os 200 mil.
O euro recua 0,10% para 1,0678 dólares, no mesmo dia em que o membro do conselho do BCE, Fabio Panetta, salientou a necessidade de "aumentos mais pequenos" das taxas de juro na Zona euro.
"Ao suavizar as nossas subidas das taxas de juro, ou seja, ao movermo-nos a passos mais pequenos, podemos garantir que calibramos os elementos com mais precisão à medida das informações que são recebidas", referiu o membro do BCE.
Já o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais – soma para 0,14% para 104,066 pontos, impulsionado pela subida do índice de preços no produtor (na sigla inglesa PPI) em janeiro.
Os preços do petróleo seguem a valorizar, depois de estarem a negociar entre ganhos e perdas ao longo do dia. Isto numa altura em que os investidores avaliam dados relativos à procura por parte da China, assim como o aumento do inventário de crude nos Estados Unidos.
Dados hoje divulgados apontam para um aumento de passageiros nas três principais companhias aéreas chinesas, dando sinais de que a mobilidade e o consumo de energia no país está a aumentar. Contudo, o aumento das reservas do "ouro negro" nos EUA - em mais de 16 milhões de barris - parecem ter prevalecido, tendo travado maiores ganhos do petróleo.
O West Texas Intermediate (WTI) sobe 0,14% para 78,70 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte ganha 0,13% para 85,49 dólares por barril.
"A força total da reabertura da economia chinesa será sentida na segunda metade do ano", estimou Tamas Varga, analista na PVM, em declarações à Bloomberg.
As bolsas europeias fecharam em terreno positivo, impulsionadas por mais uma onda de resultados de empresas na região.
O Stoxx 600, referência para a Europa, somou 0,19% para 465,24 pontos, renovando máximos desde 16 de fevereiro de 2022, quando fechou nos 467,77 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o da banca e o dos recursos naturais foram os que maior contributo deram (2,08% e 1,05%, respetivamente).
Entre as empresas que esta quinta-feira apresentaram resultados está a Airbus, que registou um lucro líquido recorde de 4,2 mil milhões de euros em 2022, mais 1% do que em 2021, apesar das dificuldades em aumentar a produção de aeronaves, e o Commerzbank. O banco alemão teve um lucro líquido atribuído de 1.435 milhões de euros em 2022, o resultado mais elevado em mais de 10 anos e 233,7% acima de 2021. Nas restantes praças europeias, o alemão Dax subiu 0,18%, o francês CAC-40 cresceu 0,89%, o espanhol Ibex somou 0,35% e o britânico FTSE 100 valorizou 0,18%. Já o Aex, em Amesterdão, avançou 0,25% e o italiano FTSE Mib aumentou 1,16%.
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