Fecho dos mercados: Bolsas e petróleo recuam. Prémio de risco acima dos 200 pontos
Num dia marcado pela alta dos juros da dívida entre os países que partilham a moeda única, as bolsas recuaram. O Stoxx 600 caiu 0,4%, já o PSI-20 desceu 1,43%, pressionado pela banca e os CTT. O petróleo voltou a perder valor, já a libra afundou.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 1,43% para 5.511,04 pontos
Stoxx 600 caiu 0,4% para 378,76 pontos
S&P 500 desvaloriza 0,26% para 2.096,76 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal subiu seis pontos base para 2,616%
Euro sobe 0,02% para 1,0868 dólares
Petróleo cai 1,01% para 45,85 dólares por barril
Bolsas recuam, com destaque para Lisboa
Foi uma sessão negativa para as bolsas europeias, que acabaram por seguir o desempenho das pares norte-americanas após três dias marcados por ganhos acentuados. O Stoxx 600 recuou 0,4%, pressionado pelos títulos do sector energético, num dia de novas quedas nas cotações do petróleo, mas também do sector financeiro. A bolsa nacional destacou-se nas quedas, sendo a apenas superada pela queda de 3,72% da bolsa da Grécia, mas no caso português a pressão veio dos títulos do sector financeiro perante a subida dos juros da dívida nacional.
O índice de referência da praça portuguesa, que subiu nas últimas seis sessões, recuou 1,43% para 5.511,04 pontos. O BCP afundou 5,69% para 5,3 cêntimos ao passo que o BPI perdeu 3,17% para 1,10 euros. Já o Banif caiu 3,57% para 0,27 cêntimos. Pior registo foi apresentado pelos CTT que registou a maior descida deste 5 de Novembro, ao recuar 9,44% para 9,50 euros, depois de ter revelado que o resultado líquido caiu 3,8% para 50,6 milhões de euros nos primeiros noves meses do ano. Pela positiva, destaque para a Nos que somou 1,22% e a Pharol que ganhou 6,14% para 0,415 euros.
Prémio de risco acima dos 200 pontos
Os juros da dívida dos países europeus subiram, acompanhando a tendência mundial numa altura em que os investidores revêem as suas apostas perante a antecipada subida da taxa de juro de referência nos EUA. A "yield" dos títulos a 10 anos da Alemanha subiu 0,8 pontos base para 0,607%, sendo que também em Espanha e Itália se registaram aumentos, até mais expressivos. Contudo, Portugal esteve na "linha da frente" das subidas, com a taxa a 10 anos a aumentar seis pontos para 2,616% depois de a DBRS admitir colocar o "rating" de Portugal em "lixo". O prémio de risco da dívida nacional face às "bunds" agravou-se para 200,8 pontos.
Euribor renova mínimo a três meses. Sobe a seis
As Euribor desceram para novos mínimos a três e a 12 meses. Acentuaram a descida desde que na última reunião Mario Draghi deixou em aberto a possibilidade de avançar já em Dezembro com mais estímulos à economia tendo em conta a travagem na inflação, com a taxa a três meses a recuar para -0,071% e a de 12 meses a baixar para 0,098%. Já a Euribor a seis meses subiu. Depois de ter tocado em 0% na sessão anterior, avançou para 0,001%.
Mark Carney faz tombar a libra
Num dia em que o euro permaneceu estável face ao dólar, a moeda que mais se destacou foi a libra. A moeda britânica caiu depois de Mark Carney, o governador do Banco de Inglaterra, ter concedido uma entrevista à Bloomberg em que pôs "água na fervura" nas expectativas quanto a uma subida da taxa de juro, acrescentando que a subida da divisa está a prejudicar a recuperação do Reino Unido. A libra caiu 1,01% face ao euro, com um euro a comprar 0,71347 libras. Recuou para 1,5233 dólares, um mínimo de Setembro.
Petróleo volta a perder valor. Cai quase 1%
O petróleo voltou a cair, depois de ter perdido mais de 3% na sessão anterior quando foi revelado, pela Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos, que as reservas de crude aumentaram em 2,85 milhões de barris na semana passada, a sexta semana consecutiva de subidas. As elevadas reservas levaram a matéria-prima a desvalorizar novamente tanto em Londres como em Nova Iorque. O Brent seguia a perder 0,51% para 48,33 dólares, já o West Texas Intermediate recuava 1,01% para cotar nos 45,85 dólares por barril.
Ouro toca mínimos de sete semanas
O ouro prossegue as quedas. Recuou ligeiramente, apenas 0,14% para 1.106,34 dólares por onça, mas completou uma série de sete sessões consecutivas a desvalorizar, pressionado pela crescente perspectiva de que a Reserva Federal dos EUA vai avançar com uma subida da taxa de referência em Dezembro. Com esta descida, o metal precioso tocou no valor mais baixo das últimas sete semanas.
Destaques do dia
DBRS admite colocar "rating" de Portugal em "lixo" - A ameaça é real: o "rating" de Portugal pode regressar a "lixo" junto da DBRS. Em entrevista à RTP, a analista para Portugal diz que deve haver um claro compromisso político e que as reformas estruturais não podem ser revertidas.
Comissão espera que Portugal cresça mais este ano e menos em 2016 - A Comissão Europeia espera um crescimento económico de Portugal ligeiramente mais rápido em 2015, antecipando agora uma variação homóloga do PIB de 1,7% (a anterior perspectiva era 1,6%). Contudo, em 2016 ocorre o oposto: a estimativa anterior era 0,1 pontos percentuais mais optimista. Bruxelas revê também em baixa o saldo externo e deixa avisos sobre os riscos de uma situação de instabilidade política. Mas antecipa défice português de 3% para este ano.
Banca portuguesa escapa aos testes de stress em 2016 - Não há nenhum banco português a ser analisado pelos testes de esforço financeiro da EBA no próximo ano. Poderá haver um exercício idêntico, feito pelo BCE, aos maiores bancos nacionais, mas tendo em conta a sua "menor complexidade".
França e Espanha pisam o risco do défice. Alemanha continua a dar o exemplo - Paris e Madrid vão furar as metas e continuarão em défice excessivo, assim como Helsínquia. Roma fará pior do que o previsto. Lisboa fica em cima do limite de 3%, o valor mais baixo desde 2007, mas ainda acima da previsão do Governo.
Subida dos juros nos EUA cada vez mais provável em Dezembro - A presidente da Reserva Federal norte-americana, Janet Yellen, admitiu que, se os dados económicos continuarem a apontar para o crescimento e o aumento dos preços, a subida dos juros em Dezembro "é uma possibilidade real".
Mota-Engil aumenta capital em mais de 44 milhões - A retirada da Mota-Engil África de bolsa vai determinar um aumento de capital superior a 44 milhões de euros por parte da Mota-Engil. Parte deste valor será subscrito pela família Mota.
Benfica quer passar ao lado dos accionistas na gestão da dívida - A SAD pretende deixar de levar a assembleias-gerais de accionistas a aprovação para emissões de obrigações. Bastará a administração decidir para acelerar a obtenção de novos financiamentos no mercado.
Facebook dispara para máximos históricos depois dos resultados trimestrais -
O Facebook disparou mais de 6% após apresentar lucros de 896 milhões de dólares no primeiro trimestre do ano. As acções da rede social já negociaram no valor mais elevado de sempre.
O que vai acontecer amanhã
"Rating" da UE – Está agendada para esta sexta-feira a possibilidade de a Moody’s rever a notação atribuída à União Europeia.
Desemprego nos EUA – Nos EUA, numa altura em que a Fed dá sinais de que poderá elevar a taxa de juro de referência em Dezembro, será revelado mais um importante indicador para Janet Yellen. Será revelada da taxa de desemprego, em Outubro. Deverá ter estabilizado em 5,1%, antecipam os economistas consultados pela Bloomberg.
Resultados da Berkshire Hathaway
Habitação em Portugal
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