Europa cai com aversão ao risco. Petróleo aponta ao melhor trimestre desde invasão da Ucrânia
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.
- Futuros da Europa inalterados. Tecnologia penaliza Ásia
- Petróleo escala com aperto do mercado. WTI e Brent acima dos 91 dólares
- Expectativas sobre a inflação nos EUA em mínimos de dois anos dão ganhos ao ouro
- Dólar inalterado em semana de decisões de bancos centrais
- Juros agravam-se na Zona Euro
- Europa abre no vermelho. Fed e China penalizam sentimento
- Euribor sobe e a três e a seis meses para novos máximos desde novembro de 2008
- Georgieva toca sino de abertura. Wall Street abre com ganhos ligeiros
- Ouro sobe de olhos postos na Fed
- Euro ganha face ao dólar, libra e iene
- Petróleo a caminho de trimestre de maior ganhos desde invasão da Ucrânia
- Juros da dívida portuguesa em máximos de seis meses
- Bolsas europeias caem com aversão ao risco
Os índices europeus estão a apontar para uma abertura praticamente inalterados, numa semana preenchida nos mercados. A partir desta terça-feira juntam-se os responsáveis da Reserva Federal (Fed) norte-americana numa reunião de política monetária e é esperado que o banco central mantenha os juros diretores.
Segundo um inquérito da Bloomberg, o facto de a economia dos EUA estar resiliente vai levar a Fed a subir as taxas de juro mais uma vez este ano: os analistas estimam que seja em novembro. É ainda esperado que os juros se mantenham em terreno restritivo durante grande parte de 2024, durante mais tempo do que era esperado.
Os futuros sobre o Euro Stoxx cedem 0,1%.
Na Ásia, a primeira sessão de semana fez-se no vermelho, com o setor da tecnologia a penalizar o sentimento, com a TSMC e a Samsung a liderarem as perdas.
O otimismo, visível na semana passada, numa altura em que aumentam os sinais de estabilização da economia chinesa, estão novamente a ser afetados pelo setor do imobiliário, com algumas empresas em incumprimento a aproximarem-se das datas de pagamento da dívida emitida.
"Os investidores permanecem céticos relativamente ao facto de as novas medidas levarem a uma recuperação económica sustentada", disse à Bloomberg o analista Chetan Seth do Nomura, referindo-se à redução decretada do rácio de reserva dos bancos chineses.
"O mercado gostaria de ver pelo menos um ou dois meses de melhores dados antes dos investidores voltarem a ganhar confiança no mercado acionista chinês", completou.
Pela Ásia, na China, Xangai subiu 0,2% e Hong Kong caiu 0,9%. Na Coreia do Sul, o Kospi desceu 0,8%. No Japão, o Topix e o Nikkei estiveram encerrados devido a um feriado.
O petróleo continua a valorizar, ainda a ser influenciado por reduções da produção e exportações anunciados pela Arábia Saudita e Rússia, líderes "de facto" da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+).
Os investidores irão estar também atentos à presença do ministro saudita da energia, Abdulaziz bin Salman, no "World Petroleum Congress", que irá discursar sobre a política petrolífera do Reino e a perspetiva sobre as emissões zero.
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – sobe 0,95% para 91,63 dólares por barril. Por sua vez, o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – soma 0,77% para 94,65 dólares por barril, depois de três semanas de ganhos em que avançou 11%.
Numa semana de reuniões de política monetária do Banco de Inglaterra e da Reserva Federal dos Estados Unidos, a subida dos preços do crude deverá ser um dos desafios para os banqueiros centrais, que deverão determinar se já fizeram o suficiente para abrandar a inflação, ou se mais subidas de juros são necessárias.
O ouro está a negociar em alta, mantendo os ganhos registados na sexta-feira. O metal precioso está a ser influenciado pelas expectativas sobre a inflação nos Estados Unidos que caíram para mínimos de dois anos, segundo os dados divulgados na sexta-feira, o que poderá encorajar a Fed a manter as taxas de juro inalteradas.
O metal amarelo sobe 0,24% para 1.928,57 dólares por onça. O ouro tem negociado sem tendência definida desde o início de agosto, cotando entre os 1.900 e os 1.950 dólares por onça. Uma forte subida do dólar desde meados de julho tem mantido os ganhos do metal reduzidos, uma vez que o ouro é negociado em dólares e nestas situações fica mais dispendioso para compradores com moeda estrangeira.
O dólar está a negociar praticamente inalterado, após ter registado na semana passada o seu primeiro saldo semanal negativo desde julho, com os "traders" focados na reunião de política monetária da Reserva Federal, cujo resultado será conhecido esta quarta-feira.
O dólar recua 0,03% para 0,938 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra outras divisas – cede 0,05% para 105,267 pontos.
Nesta semana os investidores vão focar-se nos bancos centrais, com o Banco de Inglaterra e do Japão a anunciarem as suas decisões na quinta e sexta-feira.
Os juros estão a agravar-se esta segunda-feira, com os investidores a prepararem-se para uma semana em que serão conhecidos vários dados sobre as economias europeias, bem como decisões de política monetária nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Japão. A "yield" dos juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos agrava-se em 2,9 pontos base para 3,413%. Já a "yield" das Bunds alemãs a dez anos, referência para a região, sobe 1,9 pontos base para 2,691%.
Os juros da dívida soberana italiana com o mesmo vencimento somam 2,2 pontos base para 4,476% e os juros da dívida espanhola sobem 1,8 pontos base para 3,821%, ao passo que os juros da dívida francesa crescem 1,8 pontos base para 3,235%.
Fora da Zona Euro, a rendibilidade da dívida britânica a dez anos agrava-se em 1,9 pontos base para 4,370%.
Os principais índices europeus começaram esta segunda-feira a negociar no vermelho, com os investidores a prepararem-se para uma decisão de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos, onde é esperado que as taxas de juro se mantenham inalteradas.
O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, recua 0,25% para 460,79 pontos, com a maioria dos setores no vermelho. A registar as maiores perdas está o setor de químicos e das viagens.
Entre os principais movimentos de mercado, o banco francês Société Générale cai mais de 6%, após ter anunciado um novo plano estratégico que desapontou o mercado. Entre as previsões, a terceira maior instituição financeira francesa revelou que espera que as vendas se mantenham praticamente inalteradas nos próximos anos.
Além do nervosismo relativamente à reunião da Fed, as praças europeias estão também a ser penalizadas por novas preocupações em torno do setor imobiliário chinês.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cai 0,15%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,67% e o espanhol IBEX 35 cede 0,6%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,15%.
Em sentido contrário, o britânico FTSE 100 soma 0,11% e o italiano FTSEMIB avança 0,05%. Por cá, o PSI inverte e sobe 0,11%.
A taxa Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses, nos dois prazos mais curtos, pela quarta sessão consecutiva, para novos máximos desde novembro de 2008.
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje para 4,191%, mais 0,022 pontos que na sexta-feira, depois de ter subido até 4,193% em 07 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a julho de 2023, a Euribor a 12 meses representava 39,4% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 35,1% e 23,0%, respetivamente.
No prazo a seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, subiu hoje para 4,066%, mais 0,011 pontos do que na sessão anterior e um novo máximo desde novembro de 2008.
Por sua vez, a Euribor a três meses avançou 0,025 pontos face à anterior sessão, ao ser fixada hoje em 3,903%, também um novo máximo desde novembro de 2008.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Lusa
Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de setembro, o BCE voltou a subir, pela décima sessão consecutiva, as suas taxas diretoras, desta vez em 25 pontos base - tal como em 27 de julho, em 15 de junho e 04 de maio --, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.
Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 26 de outubro em Atenas.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Num dia em que Kristalina Georgieva foi a Nova Iorque tocar o sino de abertura - uma primeira vez para um diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) -, os índices em Wall Street estão a negociar em terreno positivo.
A deslocação de Georgieva pretende enfatizar a importância da ligação entre as instituições financeiras e os mercados acionistas globais.
Neste início de semana os investidores preparam-se para uma decisão de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos, que será anunciada na quarta-feira. O mercado espera que a Fed mantenha os juros inalterados.
Um conjunto de dados económicos dos EUA melhores que o esperado têm diminuído expectativas de uma recessão, sem serem robustos o suficiente para que haja uma nova subida de juros pela Fed. No entanto, uma subida dos preços da energia está a renovar preocupações de uma inflação persistente.
O industrial Dow Jones sobe 0,12% para 34.658,81 pontos, enquanto "benchmark" mundial Standard & Poor's 500 (S&P 500) avança 0,05% para 4.452,63 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,04% para 13.714,17 pontos.
Entre os movimentos de mercado a Micron Tecnology sobe 1,07%, num movimento de correção, após uma forte queda na sexta-feira. A empresa de "chips" está a beneficiar de uma subida da recomendação por parte do Deutsche Bank de "manter" para "comprar".
Já a Blackstone e a Airbnb descem 0,75% e 0,47%, respetivamente, no dia em que começam a integrar o S&P 500.
O ouro valoriza pela terceira sessão, depois de, na passada sexta-feira, ter atingido um recorde de três semanas, animado pela inflação nos Estados Unidos.
O metal amarelo sobe 0,06% para 1.925,09 dólares por onça. Na semana passada foi divulgado que o índice de preços no consumidor (IPC) nos EUA acelerou para 3,7% em agosto, acima dos 3,2% registados em julho e mais que os 3,6% antecipados pelos analistas. A
Por seu lado, a prata a pronto ganha 0,19% para 23,08 dólares por onça e a platina sobe 0,59% para 935,19 dólares por onça. Já paládio, desce 0,71% para 1.242,06 dólares por onça.
O euro ganha ligeiramente face ao dólar, preparando-se para um segundo dia de perdas da moeda norte-americana. A divisa é penalizada pela antecipação da reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos, que se realiza terça e quarta-feira, que deixou os "traders" em suspenso.
O euro ganha 0,13% para 1,0671 dólares. Esta segunda-feira, a moeda europeia ganha também força contra a libra, avançando 0,15%, com 1 euro a valer 0,8620 libras. O euro valoriza ainda face ao franco suíço - mais 0,14% para 0,9582 francos - e contra a moeda japonesa - sobe 0,01% para 157,5900 ienes.
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em alta nos principais mercados internacionais, mantendo-se em máximos de novembro do ano passado, sustentados sobretudo pela perspetiva de um maior défice da oferta no quarto trimestre depois de a Arábia Saudita e a Rússia terem prolongado os cortes da oferta.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 1,24% para 91,90 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,81% para 94,69 dólares.
O Brent e o WTI registaram saldo positivo no acumulado das últimas três semanas e estão a caminho do maior ganho trimestral desde que a Rússia invadiu a Ucrânia no primeiro trimestre de 2022.
Recorde-se que além corte da oferta por parte dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) que vigora atualmente, a Arábia Saudita fechou a torneira a mais um milhão de barris por dia pelo menos até ao final do ano e a Rússia também anunciou uma redução diária extra de 300.000 barris até fim de dezembro.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se esta segunda-feira, numa semana em que as atenções estão centradas nas reuniões da Reserva Federal (Fed) dos EUA e do Banco de Inglaterra.
A "yield" da dívida portuguesa a 10 anos subiu 2,7 pontos base, para os 3,412%, o valor mais elevado desde março. No país vizinho, os juros da dívida com a mesma maturidade agravaram-se em 3,5 pontos, para os 3,773%.
Já nas "bunds" alemãs, referência na Europa, a subida foi de 3,1 pontos, até aos 2,703%. Também a "yield" da dívida francesa avançou 3,1 pontos, fixando-se em 3,248%.
As dívidas italiana e grega foram as mais penalizadas, com a primeira a registar um agravamento de 4,9 pontos nos juros, para 4,503%, e a segunda a ver a "yield" subir 5,9 pontos, até aos 4,106%.
Fora do bloco da moeda única, os juros da dívida britânica subiram 3,2 pontos base, para 4,384%.
As bolsas europeias cederam terreno, pressionadas por um vasto movimento de fuga ao risco antes das decisões de política monetária, esta semana, por parte da Reserva Federal norte-americana e do Banco de Inglaterra, dado o receio de que os juros diretores se mantenham elevados durante mais tempo do que o inicialmente esperado - o que leva a uma maior prudência dos investidores.
O índice de referência Stoxx 600 fechou a ceder 1,13%, para se fixar nos 456,72 pontos.
Todos os setores estiveram em baixa, com exceção do setor das telecomunicações (que registou uma subida marginal, com um ganho de 0,02%), e entre os que mais caíram destacam-se os do imobiliário, banca, viagens e retalho.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax recuou 1,05%, o francês CAC-40 desvalorizou 1,39%, o espanhol IBEX 35 perdeu 0,71%, o britânico FTSE100 cedeu 0,76% e o italiano FTSE MIB desceu 1,07%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,76%.
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