Fitch corta rating do Fundo Europeu de Estabilização Financeira devido a França

O corte de notação do mecanismo que serviu de apoio a Portugal, Grécia e Irlanda durante a crise da dívida soberana reflete a descida do rating de França, refere a agência.
Fitch
Justin Lane/EPA
Pedro Barros Costa 18 de Setembro de 2025 às 23:57

É mais uma consequência da crise orçamental e política em França. A agência de notação Fitch cortou esta quinta-feira o rating do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) de AA- para A+, no seguimento do corte da notação de França na semana passada.

Na última sexta-feira, , depois de o país ter ficado sem primeiro-ministro pela terceira vez em um ano. “A descida do rating da dívida de longo prazo garantida do FEEF para A+ reflete o downgrade do rating de emitente de longo prazo de França para A+/estável, face a AA- a 12 de setembro de 2025”, refere agora a agência em comunicado.

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A instabilidade política em França foi uma das razões que levou a Fitch a tomar esta decisão, juntamente com o elevado endividamento do país. A agência de notação financeira acredita que a "capacidade do sistema político para realizar uma consolidação orçamental substancial" está em risco, com a sucessiva queda de Executivos a tornar "improvável que o défice orçamental global seja reduzido para 3% do PIB até 2029, conforme previsto pelo Governo cessante".

A Fitch prevê ainda que a dívida gaulesa atinja os 121% do PIB em 2027, bastante acima dos 113,2% registados em 2024, "sem um horizonte claro para a estabilização nos anos seguintes". "O aumento da dívida pública francesa limita a capacidade de resposta a novos choques sem agravar ainda mais as finanças públicas", considera.

Depois de ter desempenhado um papel importante no auxílio aos países mais afetados pela crise da dívida soberana - Portugal, Grécia e Irlanda - após a sua criação, em junho de 2010, através da emissão de obrigações e outro tipo de instrumentos de dívida, as funções do FEEF foram em grande parte substituídas pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

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Contudo, o fundo continua a operar para receber pagamentos dos empréstimos aos países beneficiários, fazer pagamentos de juros e do principal aos detentores de obrigações do FEEF e prolongar as obrigações do FEEF que atingem a maturidade, uma vez que as maturidades dos empréstimos concedidos a Portugal, Grécia e Irlanda são mais longas do que a data de vencimento das obrigações emitidas pelo FEEF, refere a página oficial do MEE.

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