Juros sobem pela primeira vez desde reunião do BCE
As taxas das obrigações portuguesas sobem esta terça-feira, 15 de Março, pela primeira vez desde que o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um reforço dos estímulos, na passada quinta-feira. A "yield" das obrigações portuguesas a dez anos sobe 6,9 pontos base para 2,996% e interrompe um ciclo de quatro sessões consecutivas de queda. No dia anterior à reunião do BCE, os investidores exigiam 3,16% para deter dívida portuguesa a dez anos.
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As "yields" de Espanha e Itália também sobem esta quarta-feira. No prazo a dez anos, a taxa italiana aumenta 2,9 pontos base para 1,335%. Já a "yield" espanhola sobe 3,4 pontos base para 1,502%. Este comportamento das obrigações do Sul da Europa ocorre numa sessão marcada pelo regresso de alguma aversão ao risco, com as bolsas a regressarem às quedas.
"Os investidores continuam a digerir o novo pacote de medidas de Draghi", referem os analistas do Commerzbank, numa nota a investidores. E acrescentam que avaliar "o alcance total das últimas medidas ‘pode levar tempo mesmo, para os especialistas’ como o membro do Conselho de Governadores do BCE, Liikanen, sugeriu na semana passada".
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Mario Draghi trouxe, na semana passada, mais artilharia pesada para a batalha contra a baixa inflação. O BCE vai reforçar o ritmo das compras mensais de activos de 60 mil milhões para 80 mil milhões de euros, cortou todas as taxas de referência, começará a comprar dívida de empresas e anunciou novas operações de refinanciamento para os bancos, em que poderá mesmo pagar para que as entidades financeiras concedam crédito.
No entanto, os investidores mostraram-se reticentes com a frase de Mario Draghi de que, dadas as circunstâncias actuais, não seriam necessários novos cortes nas taxas de referência.
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