Mercado reforça aposta na saída de Portugal do "lixo" este ano 

A Moody's seguiu os passos da Fitch e melhorou a perspectiva para o "rating". E no mercado essa decisão pode levar a uma descida dos prémios de risco, com os investidores a especularem num regresso a grau de investimento este ano.
Mário Centeno ministro finanças
Miguel Baltazar/Negócios
Rui Barroso e Marta Moitinho Oliveira 03 de Setembro de 2017 às 10:59

A Moody's melhorou a perspectiva para o "rating" de Portugal de estável para positiva. Mas deixou a notação inalterada em Ba1, a um nível de sair de lixo. Seguiu as pisadas da Fitch, que tomou a mesma decisão em Junho deste ano. Esta agência ainda se pode manifestar sobre Portugal este ano, em Dezembro. E com a Moody's a confirmar a perspectiva de trajectória positiva do "rating", o mercado pode reforçar a aposta num regresso a grau de investimento.

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Antes da decisão da Moody's ter sido divulgada, os analistas do Commerzbank referiam, numa nota a investidores que "ainda viam potencial para as obrigações portuguesas baterem o desempenho dos títulos italianos devido à especulação de uma subida para grau de investimento por parte da Fitch no final de ano". A agência pode pronunciar-se sobre Portugal a 15 de Dezembro.

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No entanto, Christoph Rieger, analista do Commerzbank tinha referido ao Negócios que essa é uma previsão difícil de fazer, já que, além de se manter a consolidação orçamental e o dinamismo da economia, é necessário que o mercado não reaja de forma adversa à retirada das compras do BCE.

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Os analistas, o Governo e até a Comissão Europeia têm discutido nos últimos meses sobre se Portugal apresenta melhorias suficientes para ter um "rating" de grau de investimento. Mas as agências querem jogar pelo seguro e é improvável que tirem Portugal de "lixo" antes de conhecer as medidas do Orçamento do Estado para 2018 e os dados da economia e da dívida para a quase totalidade de 2018.

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A S&P ainda pode manifestar-se sobre o "rating" este mês, a 15 de Setembro. Mas o "modus operandi" destas entidades é de cautela nas subidas, melhorando primeiro a perspectiva antes de se comprometerem com um melhor "rating", pelo que não se antecipa uma retirada de "lixo", já que a S&P tem a perspectiva estável.

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Rui Serra, economista do Montepio, considera que "começam a estar reunidas as condições" para Portugal sair de "lixo". Mas sublinhou que "o OE de 2018 terá necessariamente de prosseguir com a consolidação orçamental de modo a ter o "aval" das agências de 'rating'". 

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Moody's admite decisão em 12 meses

A Moody's tinha sido  a primeira a colocar Portugal em "lixo" no Verão de 2011. Mas agora admite que pode subir o "rating" em 12 meses. Justificou a melhoria do "outlook" com a a "melhoria da resiliência do crescimento dada a recuperação no investimento; os esforços orçamentais significativos" e com "a melhoria na estrutura da dívida".

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S&P  - 15 de Setembro

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A S&P tem o "rating" de Portugal a um nível de sair de lixo com perspectiva estável. Depois da melhoria do "outlook" por parte da Fitch e da Moody's, o mercado espera para ver se a S&P toma a mesma decisão.

DBRS - 20 de Outubro

A DBRS é a única da agência seguida pelo BCE que avalia Portugal acima de "lixo", um nível apenas acima desse patamar. Mas com a tendência positiva do "rating" junto da Moody's e a da Fitch, as decisões da DBRS têm tido menos atenção do mercado.

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Fitch - 15 de Dezembro

Após a revisão da perspectiva para positiva em Junho, a Fitch deixou o "rating" mais perto de sair de "lixo" e tem uma data potencial para o fazer. Mas a Fitch já teve o "rating" nessa situação entre 2014 e 2016 sem o melhorar.

Moody's - 2018

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A Moody's já não tem nenhuma data agendada em 2017 para se poder pronunciar sobre o "rating". Mas poderá fazê-lo no início de 2018, já com mais informação disponível para confirmar ou não as tendências que poderão significar uma saída de "lixo".

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