Portugal emite dívida a 12 meses com taxa negativa mais baixa de sempre e inferior a -0,50%
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realizou esta quarta-feira um duplo leilão de dívida de curto prazo (a seis e 12 meses), voltando a conseguir financiar-se a taxas negativas, que foram mesmo as mais baixas de sempre em ambas as maturidades.
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A entidade liderada por Cristina Casalinho colocou 750 milhões de euros em títulos com maturidade em janeiro de 2022 (12 meses), tendo a yield sido fixada em -0,522%. Foi assim atingido um novo mínimo histórico nesta maturidade, sendo que em setembro o IGCP tinha colocado 1,25 mil milhões milhões em Bilhetes do Tesouro a 12 meses com uma taxa de -0,497%.
No primeiro leilão de bilhetes do Tesouro de 2021 o IGCP também colocou 750 milhões de euros em títulos a seis meses (maturidade em julho de 2021) com uma taxa de -0,554%, que é igualmente a mais baixa de sempre. Em setembro o IGCP tinha emitido títulos a seis meses com uma taxa de -052%.
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No total o IGCP captou 1.500 milhões de euros, o que representa o limite máximo do intervalo pré anunciado. O novo mínimo nas taxas de juro a que Portugal se financia mostra o apetite dos investidores por dívida soberana da Zona Euro, devido sobretudo ao suporte do Banco Central Europeu, que tem no terreno um programa de compra de ativos.
Na semana passada Portugal conseguiu financiar-se a taxas negativas pela primeira vez numa emissão de obrigações com maturidade de 10 anos.
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Na emissão de títulos a 12 meses a procura atingiu 2,55 vezes a oferta, o que compara com o rácio de 1,86 vezes na última emissão. Nos títulos a 6 meses a procura superou a oferta em 1,97 vezes, abaixo da última emissão comparável.
"Este novo mínimo histórico mostra bem o suporte que o Banco Central Europeu tem vindo a dar a todos os países através do seu programa de compra de ativos", refere Filipe Silva, Diretor de Investimentos do Banco Carregosa, estimando que a tendência vai deve manter-se "pelo menos enquanto tivermos na situação atual com as economias tão debilitadas e a necessitar de um constante suporte por parte dos Governos e Bancos Centrais".
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