Portugal paga menos para emitir 750 milhões a 11 meses

O Tesouro nacional esteve esta quarta-feira no mercado para um leilão de bilhetes com prazo em maio de 2026.
Vítor Mota
Leonor Mateus Ferreira 18 de Junho de 2025 às 10:44

Portugal pagou menos para se financiar no mercado de dívida de curto prazo. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP colocou 750 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) a 11 meses, tendo conseguido um juro de 1,941%.

A taxa de juro da operação compara com 1,974% conseguidos no último leilão de BT com a mesma maturidade que se realizou em abril, numa altura em que todo o mercado passava pela turbulência da guerra comercial. Desde então, não só as preocupações aliviaram como o Banco Central Europeu (BCE) voltou a descer as suas taxas de juro de referência.

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"As taxas de juro de curto prazo mantiveram-se estáveis ao longo do último mês. No entanto, a escalada das tensões geopolíticas e o surgimento de um novo conflito têm vindo a aumentar a incerteza quanto às perspetivas económicas", diz Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, num comentário à operação. "Os bancos centrais mantêm uma postura cautelosa, e o Banco Central Europeu poderá considerar uma nova descida das taxas de juro caso as previsões de crescimento económico se deteriorem novamente.”

Em mercado secundário, a dívida pública portuguesa segue a negociar na linha d'água. A "yield" dos títulos com maturidade a um ano aliviam 0,2 pontos-base para 1,971%, enquanto a maturidade "benchmark" segue a recuar 0,5 pontos-base para 3,035%.

No leilão desta quarta-feira, o montante colocado ficou no limite inferior do intervalo indicativo (que poderia ir até aos mil milhões de euros), apesar do forte apetite dos investidores por dívida portuguesa. A procura ficou 3,22 vezes acima da oferta, sendo que no último leilão comparável tinha sido 1,9 vezes.

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Este é o primeiro leilão de bilhetes do Tesouro depois das eleições legislativas e acontece numa altura em que o Parlamento debate o programa de Governo. Na semana passada, o IGCP já tinha também estado no mercado para colocar obrigações do Tesouro. .

(Notícia atualizada com comentário)

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