Portugal emitiu esta quarta-feira 1.167 milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) de longo prazo, a 10 e 29 anos. O resultado do primeiro leilão depois da eleição do novo Governo foi avançado pela Bloomberg.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP pretendia colocar entre 1.000 e 1.250 milhões de euros, ou seja, ficou aquém do montante mais elevado proposto.

Na maturidade mais curta, que vence em 2035, foram angariados 677 milhões de euros e o juro ficou em 3,003%. Já na maturidade mais longa, que atinge a maturidade em 2054, foram colocados 490 milhões de euros, com um cupão de 3,785%. A procura ficou em níveis diferentes nas duas linhas, na primeira ficou em 1,79 vezes e na mais longa mais do que duplicou a oferta e ascendeu a 2,39 vezes.

No caso da maturidade de referência, a dez anos, Portugal tinha ido ao mercado em meados de março e colocou obrigações com prazo em junho de 2035. Na altura foram emitidos 563 milhões, com uma "yield" de 3,381% e a procura superou em 1,99 vezes a oferta. "O risco percebido da dívida pública continua a recuperar da subida registada no início de março, aquando da queda do Governo português, beneficiando da tendência positiva das contas públicas nacionais", justifica Paulo Monteiro Rosa, economista sénior do Banco Carregosa.

Já a 29 anos, a última emissão comparável foi em fevereiro de 2025, em que Portugal emitiu 491 milhões em obrigações a 27 anos, com um juro de 3,433%. A procura tinha sido 1,73 vezes superior à oferta.

No mercado secundário, a "yield" das obrigações a 10 anos agrava-se 2 pontos base para 2,996%, enquanto a taxa de rendibilidade dos títulos a 30 anos (mais próximo da maturidade mais longa desta emissão) soma 1,9 pontos base para 3,787%.