Portugueses garantem um quarto da emissão de dívida do Tesouro
O Tesouro foi ao mercado esta quarta-feira, 6 de Abril, para angariar 1.500 milhões de euros. Em causa esteve uma dupla emissão de obrigações do Tesouro (OT), na qual a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) colocou títulos que vencem em sete e 30 anos. E os investidores portugueses foram os principais participantes da operação, algo que já não acontecia, pelo menos, desde 2014.
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Quando o sindicato bancário responsável pela emissão sindicada deu início à operação, as indicações de interesse já superavam os 2,25 mil milhões de euros, segundo o comunicado emitido pelo IGCP. A operação arrancou às 10:50 e foi concluída às 12:30, altura em que as ofertas rondavam os quatro mil milhões.
"A dupla colocação foi ultrapassada em mais de 2,5 vezes e o livro de ofertas reflecte a elevada qualidade e diversidade da procura por obrigações soberanas portuguesas", aponta o instituto liderado por Cristina Casalinho. Das ofertas dos mais de 190 investidores que participaram na operação, o IGCP colocou 1.000 milhões em dívida a sete anos com uma taxa de juro final de 2,576%, bem como 500 milhões em títulos a 30 anos com uma taxa de 4,235%.
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Mas o destaque vai para os investidores nacionais, uma vez que ficaram com 26,7% dos 1.500 milhões de euros colocados pelo IGCP. Foram, assim, a geografia mais representativa, algo que já não acontecia, pelo menos, desde 2014. Logo depois esteve o Reino Unido que garantiu 21,77% da operação. Forte foi também a participação dos investidores de Alemanha, Áustria e Suíça (com 18,07%), bem como de Espanha, Itália e França (com 15,07%).
Inédita desde 2015 é também a liderança dos bancos na colocação de dívida nacional. Estes ficaram com 41,93% dos títulos, o que corresponde a 629 milhões de euros. Já as gestoras de activos, por norma a classe de investidores mais representativa, ficaram apenas com 31,2% desta dupla emissão, logo seguidas das seguradoras e fundos de pensões com 12%.
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