Portugal coloca 1.500 milhões de euros a curto prazo. Cupão mantém-se abaixo dos 2%
O objetivo do IGCP era captar entre 1.250 e 1.500 milhões de euros. A procura foi cerca de três vezes superior à oferta.
Após dois adiamentos devido a problemas registados esta manhã no terminal da Bloomberg Portugal foi ao mercado levantar 1,5 mil milhões em bilhetes do Tesouro (BT) com maturidade a seis meses e um ano. O cupão ficou abaixo de 2%, segundo os detalhes da operação avançados pela Bloomberg.
O IGCP pretendia colocar entre 1.250 e 1.500 milhões de euros, conseguindo perfazer todo o montante proposto, com a procura a ser quase três vezes superior à oferta. Esta é a segunda emissão de três planeada para o atual trimestre.
Na maturidade mais curta, a seis meses, a República captou 600 milhões de euros e ofereceu um juro de 1,947%. A procura foi de 3,42 vezes a oferta.
Já a 12 meses foram colocados 900 milhões de euros, com um juro de 1,949% e a procura superou a oferta em 2,74 vezes. O cupão fica assim ligeiramente abaixo da última emissão de BT, a 11 meses, em que a procura quase duplicou face à oferta e o juro se fixou em 2,974%.
"Ambos os leilões registaram uma ligeira descida nas taxas de juro", destaca Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.
Apesar da descida de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e do mercado estar a antecipar novos cortes "será necessário aguardar pelos próximos dados económicos e respetivas projeções, uma vez que as tarifas comerciais podem provocar um duplo impacto: por um lado, o enfraquecimento da procura e por outro, uma eventual subida da inflação. Este cenário torna o exercício de previsão económica particularmente desafiante.
Os juros da dívida soberana seguem a agravar-se em toda a linha na Zona Euro esta quarta-feira. A "yield" a dez anos, de referência, das obrigações portuguesas somam 3,9 pontos base para 3,130%, enquanto o juro a seis meses avança 1,2 pontos para 1,957% e a 12 meses agrava-se 1,4 para 1,986%.
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