Europa fecha dividida à espera de acordo entre UE e EUA
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
- Queda de Tóquio deixa Ásia sem rumo definido. Europa sem grandes alterações
- Petróleo dispara após CNN revelar que Israel pode vir a atacar o Irão
- Ouro sobe com receios de incerteza orçamental com novo projeto de Trump
- Congresso não aprova cortes de impostos e dólar cai. Libra sobe após inflação
- Juros da dívida europeia agravam-se. Inflação no Reino Unido conduz "gilts" a maior subida
- Europa sem rumo apesar de ganhos na banca. JD Sports perde mais de 7%
- Taxas Euribor caem nos principais prazos e a três meses para 2,046%
- Bitcoin segue próxima do recorde alcançado ontem
- Wall Street negoceia no vermelho. Target perde 7%
- Ouro em máximos de uma semana. Política fiscal dos EUA em foco
- Dólar recua com receios de subida ainda maior do endividamento dos EUA
- Petróleo reverte ganhos com descida da tensão entre Israel e Irão
- Juros das dívidas soberanas europeias registam agravamentos em toda a linha
- Europa fecha dividida à espera de acordo entre UE e EUA

As bolsas asiáticas terminaram a sessão em terreno misto, com os principais índices japoneses no vermelho. O mercado da dívida soberana do país está a fazer soar os alarmes e a lançar um aviso ao banco central de que a quebra da procura por obrigações tem de ser feita de forma cautelosa.
Esta semana, os investidores viraram costas a um leilão de dívida pública e as yields estão a subir, num momento em que os investidores se reúnem com os responsáveis do Banco do Japão para partilharem opiniões sobre a redução da dívida.
Assim, no Japão, o Nikkei 225 e Topix recuaram 0,55% e 0,26%, respetivamente. Já o sul-coreano Kospi ganhou 0,93%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 saltou 0,52%.
Ainda que depois de uma semana mais calma, as tensões geopolíticas continuam a centrar atenções e podem agora trazer ventos contrários aos mercados. "A maioria dos investidores ainda são bastante cautelosos, e acho que com razão, dadas as perspectivas económicas e a incerteza política, que é mega alta", disse Joe Little, estratega do HSBC Asset Management, em Hong Kong, à Bloomberg.
A maioria das moedas asiáticas somou ganhos, enquanto um indicador do dólar desceu pelo terceiro dia consecutivo. "O dólar norte-americano perdeu, naturalmente, o seu brilho como ativo-refúgio", disse Richard Franulovich, do Westpac Banking, à Bloomberg. Um dólar mais fraco e taxas de juro mais baixas beneficiarão as ações asiáticas, segundo os especialistas do Morgan Stanley.
Na China, o Shanghai Composite acelerou 0,4%, enquanto o CSI 300 - "benchmark" para a negociação da China Continental - ganhou 0,54%. Por sua vez, o Hang Seng, de Hong Kong, cresceu 0,5%.
Os mercados asiáticos poderiam beneficiar ainda mais de uma rotação dos ativos norte-americanos, mas tudo depende da possibilidade de se chegar a acordos comerciais antes de 8 de julho, data em que expira a pausa de 90 dias nas tarifas dos EUA.
Pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura praticamente inalterada.
O barril de petróleo chegou a disparar 3,5% esta madrugada e a cotar acima dos 66 dólares, depois de a CNN ter noticiado que Israel estaria a preparar um ataque contra as infraestruturas nucleares do Irão, citando os serviços secretos norte-americanos. No entanto, a estação de televisão norte-americana afirma que o Governo israelita ainda não tomou uma decisão final.
Entretanto os dois "benchmarks" reduziram os ganhos e o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA e para entrega em julho – avança a esta hora 1,10% para 62,71 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 1,01% para os 66,04 dólares por barril.
Os preços do crude têm estado bastante voláteis nos últimos dias, numa altura em que as negociações entre EUA e Irão emitem sinais mistos para os investidores. Um acordo entre as duas potências levaria à entrada de um maior número de barris no mercado, mas Teerão parece não estar disposto a ceder das suas pretensões nucleares.
"Este é o sinal mais claro até agora de que o que está em jogo nas negociações nucleares entre os EUA e o Irão - e até onde Israel pode ir se o Irão insistir em manter as suas capacidades nucleares", afirma Robert Rennie, analista do Westpac Banking Corp., à Bloomberg. "O petróleo vai manter um prémio de risco elevado enquanto as negociações continuarem a não dar grandes sinais de alívio."
Os preços do ouro continuam a subir à boleia de um dólar norte-americano mais fraco. O metal amarelo atingiu, esta quarta-feira, máximos de uma semana, ao mesmo tempo que a incerteza orçamental se abate sobre os Estados Unidos e os investidores se viram para o ouro enquanto um ativo refúgio.
O ouro ganha a esta hora 0,73% para 3.314,07dólares por onça.
Os analistas consultados pela Reuters indicam que o ceticismo em relação ao projeto de corte de impostos de Donald Trump mantém pressão sobre a moeda dos Estados Unidos, o que está a fazer aumentar o preço do metal amarelo.
"No médio e longo prazo, o ouro é favorecido. Contudo, a surgirem notícias positivas em relação a acordos comerciais, isso pode ser visto como um obstáculo para o metal, que tenta recuperar o valor de 3.500 dólares", explicou o analista Tim Waterer da KCM Trade à publicação.
Outro motivo a dar alento ao metal amarelo pode estar no facto da CNN ter noticiado que Israel se estará a preparar para atacar o Irão, nomeadamente as suas infraestruturas nucleares.

O dólar norte-americano está a recuar face aos principais pares, isto depois de Donald Trump não ter convencido os republicanos a aprovarem o projeto de cortes de impostos no Congresso. Além disso, o mercado desconfia de que a Administração dos EUA vai tentar negociar uma desvalorização da "nota verde" durante uma reunião dos G7, no Canadá.
"Os investidores estarão atentos a quaisquer sinais de que a Administração Trump está, de facto, a procurar um dólar americano mais fraco", escreveu o Commonwealth Bank of Australia, citado pela Reuters.
A descida de rating da dívida pública dos EUA pela Moody's gerou ainda uma nova onda do movimento "Sell America", enquanto os investidores demonstram ter cada vez menos confiança no país enquanto ativo seguro global.
Pelo terceiro dia em queda, o índice de dólar da Bloomberg recua 0,45% para 99,664 pontos. O euro soma 0,4% para 1,1327 dólares e, face à divisa nipónica, a nota verde cede 0,4% para 143,93 ienes.
O ministro das Finanças do Japão, Katsunobu Kato, disse esta terça-feira que está a organizar uma reunião bilateral com o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, ainda esta semana, para discutir temas como questões cambiais.
As moedas suíça e japonesa receberam um impulso adicional após a CNN ter avançado que os serviços secretos dos EUA afirmarem que Israel se prepara para atacar as instalações nucleares iranianas.
A libra chegou a subir 0,4% para 1,3451 dólares, em máximos de fevereiro de 2022, depois de a inflação no Reino Unido ter acelerado mais do que os economistas estimavam em abril, para 3,5% em termos homólogos.
Os juros da dívida soberana da Zona Euro estão a registar agravamentos esta quarta-feira, acompanhando as perdas dos títulos do Tesouro dos EUA, devido às crescentes preocupações de que a procura global de obrigações com prazos mais longos esteja a ter dificuldades em acompanhar a oferta.
Os investidores estarão ainda a reagir ao corte de rating dos EUA por parte da Moody's, que pôs em causa o excecionalismo norte-americano, que agitou o mercado obrigacionista europeu esta segunda-feira.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, sobem 4,4 pontos-base, para 3,135%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento avança 4,9 pontos nos 3,264%.
Por sua vez, os juros das obrigações francesas crescem 5,1 pontos-base para 3,310%, enquanto a "yield" das "bunds" alemãs, de referência para a região, registam um agravamento de 4,6 pontos para 2,649%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguem a mesma tendência e somam 5,6 pontos base para 4,757%, após os dados terem mostrado que a inflação no Reino Unido subiu mais do que o esperado em abril, para 3,5%, levando os investidores a reduzir as apostas em novos cortes nas taxas de juro do Banco de Inglaterra.
Já nos EUA, e após o disparo de segunda-feira, a "yield" das "Tresuries" norte-americanas sobe 4,4 pontos para 4,531%.

As ações europeias estão a recuar de máximos de dois meses, num momento em que os investidores reagem ao facto de o projeto de corte de impostos nos EUA ter sido reprovado pela maioria dos republicanos no Congresso, o que fez o dólar afundar, contagiando o sentimento europeu.
Os investidores continuam atentos a possíveis desenvolvimentos na política comercial dos EUA com os seus parceiros, numa altura em que se aproxima a data de implementação das tarifas recíprocas de Donald Trump - que foram adiadas por 90 dias em inícios de abril. O mercado movimenta-se com alguma cautela, já que a falta de mais acordos comerciais com a maior economia do mundo está a deixar os investidores reticentes.
Esta quarta-feira, o Morgan Stanley reviu em alta a avaliação ao setor da banca europeia de "em linha" para "atrativo", citando riscos cada vez menores em relação ao crescimento do setor e a aposta numa contínua subida dos rendimentos. Para as ações norte-americanas, o banco elevou a classificação para "overweight", citando uma economia global em desaceleração, mas ainda em expansão, apesar da incerteza política.
A esta hora, o Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, perde 0,24% para 552,68 pontos, pressionado pelos setores automóvel e retalho. A banca sobe 0,1%.
Entre as restantes principais praças da Europa Ocidental, Madrid avança modestos 0,06%, Paris perde 0,38%, Amesterdão desvaloriza 0,1%, enquanto Milão sobe 0,14%. Já Londres perde 0,2%, após a inflação britânica ter subido mais do que o esperado em abril, para 3,5%, sobretudo em segmentos seguidos de perto pelo Banco da Inglaterra, complicando o caminho do banco central em direção a cortes nas taxas de juros.
Entre as principais movimentações de mercado, o Julius Baer cede 4,4% após o credor ter relatado encargos sobre a carteira de crédito, ao mesmo tempo que anunciou a substituição do diretor de risco.
A JD Sports perde 7,5% depois de uma queda de 2% nas vendas subjacentes do primeiro trimestre. A retalhista britânica alertou ainda que preços mais altos no seu maior mercado - os EUA -, poderiam afetar a procura do consumidor.
A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a terça-feira, no prazo mais curto para um novo mínimo desde 9 de dezembro de 2022.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,046%, ficou abaixo das taxas a seis (2,113%) e a 12 meses (2,084%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje, ao ser fixada em 2,113%, menos 0,008 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março indicam que a Euribor a seis meses representava 37,65% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,39% e 25,67%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também recuou, ao ser fixada em 2,084%, menos 0,011 pontos do que na terça-feira.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março passado, voltou a recuar hoje, para 2,046%, menos 0,014 pontos e um novo mínimo desde 9 de dezembro de 2022.
Em abril, as médias mensais da Euribor caíram fortemente nos três prazos, mais intensamente do que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses).
A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em abril desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.
Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%.
A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de junho em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
* Lusa
A bitcoin negoceia esta quarta-feira nos 106.380 dólares, muito próximo do máximo histórico alcançado ontem, quando a mais popular criptomoeda tocou os 106.953 dólares.
A impulsionar os criptoativos está o anúncio do JPMorgan de que iria começar a disponibilizar bitcoins aos seus clientes.
No início de abril, a bitcoin tinha perdido o "gás" dado pela vitótia de Donald Trump nas presidenciais dos EUA, e cotava em torno dos 76 mil dólares.

Os principais índices norte-americanos negoceiam com perdas, com os investidores a mostrarem-se nervosos com a subida dos juros das obrigações norte-americanas, enquanto se debatem os cortes fiscais que estão no centro da agenda política da Administração Trump.
O S&P 500 desliza 0,57% para os 5.906,48 pontos, enquanto o Nasdaq Composite perde também 0,57% para 19.034,35 pontos. Já o Dow Jones recua 0,81% para 42.330,56 pontos.
Os republicanos chegaram a um acordo sobre as deduções fiscais estaduais e locais para a proposta de lei económica do Presidente Donald Trump, depois de as negociações se terem estendido durante a noite. Embora os investidores tenham reforçado as suas apostas nos ativos de risco nos últimos tempos, na esperança de que os EUA estejam a atenuar a sua política comercial, há dúvidas sobre se os ganhos podem ser sustentados, à medida que as preocupações com os défices orçamentais e o aumento da dívida fazem subir as taxas das obrigações.
"No fundo, o problema fiscal está em causa, e não é apenas um problema dos EUA, é um problema global", disse à Bloomberg Lindsay Rosner, diretora de investimentos da Goldman Sachs Asset Management.
Entretanto, analistas do Morgan Stanley citados pela Bloomberg aumentaram a sua aposta nas empresas cotadas e nos títulos do Tesouro dos EUA, na expectativa de que possíveis cortes nas taxas de juro apoiem as obrigações e aumentem os lucros das empresas. Acrescentaram ainda que esperam que o S&P 500 atinja os 6.500 pontos no segundo trimestre de 2026.
Entre os movimentos do mercado, a Target segue com quedas de quase 7%, depois de ter cortado a sua previsão de vendas, com o presidente executivo Brian Cornell a atribuir os resultados à diminuição da confiança dos consumidores e à incerteza sobre as tarifas, mas não só.
Quanto às "big tech", a Alphabet ganha 0,77%, a Amazon cai 1,67%, a Apple recua 1,20%, a Nvidia cede 0,56%, a Meta desliza 0,15% e a Microsoft perde 0,57%.

Os preços do ouro sobem pela terceira sessão consecutiva e estão a negociar em máximos de uma semana, numa altura em que incerteza da política comercial e fiscal dos EUA levanta preocupações entre o mercado, que recorre assim ao ativo-refúgio.
A onça de metal amarelo soma 0,3% para 3.299,54 dólares, impulsionado também por um dólar norte-americano mais fraco, tornando o metal mais barato.
Esta terça-feira, a Administração Trump não conseguiu convencer todos os republicanos a aprovarem o seu projeto de cortes de impostos. "Houve novamente uma mudança de direção relacionada com a preocupação com a situação fiscal dos EUA e o fator determinante foi o corte de rating da Moody's", disse a UBS em nota.
O metal precioso recebeu um novo impulso esta semana, depois de a Moody's ter retirado aos EUA a sua melhor notação de crédito, renovando as preocupações com o défice orçamental do país.
A procura de ouro também foi reforçada após a CNN indicar que Israel está a planear um ataque às instalações nucleares iranianas, aumentando a incerteza em relação às tensões geopolíticas, ao mesmo tempo que qualquer progresso nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia centram as atenções do mercado.
Apesar do recuo nas últimas semanas, à boleia dos vários acordos comerciais dos EUA com os parceiros, o ouro continua com uma valorização de cerca de 26% este ano.

As crescentes preocupações com a subida da dívida pública norte-americana continuam a pressionar o dólar, que se mantém no vermelho após ter atingido um mínimo de duas semanas.
O índice do dólar DXY desce 0,62% para 99,50, enquanto o euro sobe 0,48% para 1,1339 dólares. Contra o iene, a moeda norte-americana desce 0,55% para 143,75.
O diploma fiscal de Donald Trump, que prevê cortes massivos de impostos, está a causar preocupações, depois do corte do rating soberano dos EUA pela Moody’s na sexta-feira, precisamente devido à subida do endividamento para compensar a perda de receita fiscal.
Trump pressionou a Câmara dos Representantes para a aprovação do projeto-lei, tendo visitado a câmara baixa do Congresso, para que o diploma possa seguir depois para o Senado. Os republicanos já terão chegado a acordo para a sua aprovação, diz o Financial Times.
O mercado está a "lidar com a elevada incerteza em torno da política orçamental dos EUA e o papel das Treasuries e do dólar como diversificadores de portefólio e ativos seguros", referem analistas do Danske Bank numa nota citada pelo WSJ.
Noutras moedas, a libra sobe 0,38% para 1,3439 dólares, depois de a inflação ter acelerado para 3,5% no Reino Unido em abril, travando as perspetivas de cortes de taxas de juro pelo Banco de Inglaterra.
Os preços do petróleo passaram a perdas esta quarta-feira, após acelerarem ao longo da manhã. Sem novidades de um possível ataque de Israel ao Irão, os investidores viraram-se para outros ativos.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA e para entrega em julho – desce a esta hora 0,47% para 61,64 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – recua 0,47% para os 65,08 dólares por barril.
Os preços do ouro negro têm apresentado uma elevada volatibilidade nas últimas horas, precisamente por causa de um possível conflito no Médio Oriente. Sem uma escalada, os investidores olham agora para outros lados.
"Uma escalada deste tamanho não punham só o fornecimento iraniano em risco, mas também em outras partes do mundo", convergem vários analistas à Reuters.
O Irão exporta mais de 1,5 milhões de barris por dia e notícias de interrupções no fornecimento de petróleo podem levar a um aumento significativo dos preços. O Irão é o terceiro maior produtor da OPEP.
Os receios de uma retaliação podem afetar ainda mais os preços, por conta do fluxo de petroleiros no Estreito de Ormuz, por onde várias economias exportam combustível e petróleo bruto.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro registaram fortes agravamentos em toda a linha, num dia em que os índices bolsistas europeus fecharam a sessão em terreno dividido.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravaram-se em 4,1 pontos-base, para 3,132%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento subiu 4,4 pontos para 3,259%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresceu 4,9 pontos-base para 3,308%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, agravaram-se em 3,9 pontos para 2,643%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, agravaram-se em 5,4 pontos-base para 4,755%.
Os principais índices europeus fecharam sem rumo definido, enquanto os investidores aguardam a revisão da proposta comercial da União Europeia (UE) com os Estados Unidos (EUA).
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – avançou 0,73%, para os 553,82 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX subiu 0,36% - depois de ontem ter ultrapassado os 24 mil pontos pela primeira vez -, enquanto o britânico FTSE 100 deslizou 0,06%, o espanhol IBEX 35 desvalorizou 0,11%, o italiano FTSEMIB avançou 0,07%, o holandês AEX somou 0,24% e o francês CAC-40 registou perdas de 0,40%.
A UE pretende dar um impulso às conversações com a Administração Trump, num contexto de ceticismo persistente quanto à possibilidade de as duas regiões chegarem a um acordo no foro da política comercial. A UE terá apresentado a Washington uma versão revista para um acordo em que cede nalgumas matérias num esforço de que um acordo transatlântico possa ser alcançado, avançou esta quarta-feira a Bloomberg.
Entretanto, no Reino Unido as ações foram pressionadas por um aquecimento da taxa de inflação que subiu, em termos homólogos, para 3,5% em abril, o valor mais elevado desde janeiro de 2024 e acima das expectativas do mercado de uma subida de 3,3%.
Os índices europeus acompanharam a recuperação global dos ativos de risco após a trégua comercial entre os EUA e a China na semana passada, mas o recente "rally" parece estar a perder força. O Stoxx 600 está agora cerca de 2% abaixo do máximo histórico atingido em março.
"A recuperação [alimentada pelo] corte de tarifas está a perder força", disse à Bloomberg Susana Cruz do Panmure Liberum. A especialista mostra-se, ainda assim, mais otimista em relação aos mercados bolsistas europeus face aos norte-americanos, uma vez que estas "beneficiam das despesas fiscais e no setor da defesa e enfrentam menos incerteza política".
Entre os setores, as telecomunicações registaram os maiores ganhos (+0,89%), seguido do tecnológico (+0,66%). Por outro lado, o retalho cedeu (-0,76%), seguido de recuos no setor do turismo e automóvel (-0,72%).
Entre os movimentos do mercado, a rede de lojas britânica Marks & Spencer caiu mais de 2,70%, depois de a empresa ter estimado uma redução de 300 milhões de libras nos lucros operacionais do ano fiscal em curso devido a um ciberataque ocorrido em abril.
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