Fed corta juros nos EUA em 25 pontos-base. Sinaliza mais reduções este ano
A Reserva Federal (Fed) norte-americana decidiu cortar as taxas de juro de referência nos Estados Unidos. A decisão já era esperada pelo mercado, que estava, contudo, com dúvidas sobre a dimensão. A redução acabou por ser de apenas 25 pontos-base, colocando o intervalo entre 4% e 4,25%.
A expectativa em torno deste corte deve-se à debilidade no mercado laboral, mas também porque a inflação voltou a acelerar em agosto, atingindo máximos de sete meses. E a Fed tem dois mandatos: o pleno emprego e a estabilidade dos preços, com uma meta de 2% para a inflação.
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"Os indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade económica moderou-se no primeiro semestre do ano. O aumento do emprego abrandou e a taxa de desemprego subiu ligeiramente, mas continua baixa. A inflação subiu e permanece um pouco elevada", pode ler-se no comunicado, em que a Fed sublinha que a "incerteza quanto às perspetivas económicas continua elevada".
A decisão de cortar em 25 pontos-base não foi, contudo, unânime. O governador Stephen Miran - que foi recentemente escolhido pelo Presidente Donald Trump para integrar o conselho - votou a favor de uma redução jumbo, ou seja, de 50 pontos-base.
Sobre o futuro, o "dot plot" – mapa trimestral que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores – sinaliza que haverá mais cortes tanto este ano como no próximo. A média as projeções apontam para taxas médias de 3,6% no final deste ano (abaixo dos 3,9% das projeções de junho) e 3,4% no próximo (em comparação com os anteriores 3,6%).
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Nas novas projeções económicas também atualizadas esta quarta-feira, a instituição liderada por Jerome Powell aponta para um crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1,6%, duas décimas acima do valor avançado em junho. Já quanto à inflação, medida pelo índice de preços das despesas dos consumidores (PCE), as expectativas mantêm-se nos 3% para este ano, mas agravam-se em duas décimas face a junho no que toca aos valores de 2026, com a Fed a projetar agora um valor de 2,6%.
"Ao considerar ajustes adicionais ao intervalo da taxa dos fundos federais, o Comité avaliará cuidadosamente os dados recebidos, as perspectivas em evolução e o equilíbrio dos riscos", sublinha, acrescentando que está "preparado para ajustar a postura da política monetária, conforme apropriado, caso surjam riscos que possam impedir que os objetivos sejam atingidos".
A Fed iniciou em setembro do ano passado o ciclo de alívio dos juros diretores, tendo procedido a três cortes, num total de 100 pontos-base (um ponto percentual), até ao fim do ano. Em 2025 tinha optado até agora por ficar em modo de pausa.
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(Notícia atualizada às 19:15)
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