A inflação nos Estados Unidos, medida pelo índice de preços no consumidor (IPC), acelerou para 2,9% em agosto – um valor que não era visto há sete meses, mas que fica em linha com as expectativas dos analistas ouvidos pela Bloomberg. Em julho, os preços tinham crescido 2,7%. 

Segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Gabinete das Estatísticas Laborais norte-americano, face a julho os preços aumentaram 0,4% em cadeia - uma variação ligeiramente acima do estimado, que apontava para 0,3%. Por sua vez, a inflação subjacente, que retira dos cálculos os preços da energia e alimentos por serem mais voláteis, fixou-se nos 3,1% em agosto. É o mesmo valor do mês anterior. 

Apesar desta nova leitura reforçar a ideia de que a inflação veio para ficar nos EUA, principalmente por causa do impacto das tarifas da administração Trump nos preços, é expectável que a Reserva Federal (Fed) norte-americana avance com um corte nas taxas de juro de 25 pontos-base já na reunião da próxima semana. O duplo mandato do banco central prevê a estabilização dos preços, mas também o pleno emprego – e o mercado laboral do país tem mostrado sinais de grande debilidade nos últimos meses. 

No início da semana, o Departamento do Trabalho dos EUA reviu em baixa o crescimento do emprego no período compreendido entre abril de 2024 e março de 2025, concluindo que foram criados menos 911 mil postos de trabalho do que o reportado anteriormente. Os dados vieram reforçar a narrativa de que o mercado de trabalho está estagnado, isto depois de ter sido revelado que, em agosto, foram criados apenas 22 mil empregos, abaixo da previsão de 75 mil. O desemprego atingiu os níveis mais altos desde 2021.

Um outro relatório divulgado esta quinta-feira revela que os pedidos de subsídio de desemprego no país atingiram o nível mais elevado em quase quatro anos na semana passada, crescendo em 27 mil para 263 mil pedidos. O valor fica bastante acima do esperado pelos analistas, que apontavam para os 235 mil.

(Notícia atualizada às 14:22)