17. Os juros da casa vão subir?
As famílias portuguesas beneficiaram de um forte alívio das taxas de juro em 2013. As Euribor, que são utilizadas como referência no crédito à habitação, afundaram para mínimos históricos. Nesta recta final, começaram a subir. A perspectiva é de que no próximo ano ocorra um aumento moderado.
As Euribor estão a subir em resultado da menor oferta de liquidez (crédito barato) no mercado. Ela resulta de "os bancos continuarem a reembolsar a ritmo elevado os empréstimos obtidos [junto do BCE], da reentrada progressiva no mercado de bancos que devido à crise das dívidas soberanas tinham sido excluídos e forçados a recorrer ao BCE para crédito (estes bancos menos sólidos obtêm taxas acima da média) e do facto de os mercados estarem a aumentar a probabilidade de que o BCE não irá cortar a taxa de depósitos para negativo, nem descer mais a taxa directora", explica Rui Bernardes Serra.
O economista-chefe do Montepio antecipa "que continue a haver subidas, mas moderadas". "Estamos perante uma normalização das Euribor pelo que o normal é que as taxas estejam ligeiramente acima da taxa central, dada a componente de prémio de risco", remata Filipe Garcia, economista da IMF.
"É preciso ter consciência de que os mínimos [das Euribor] não deverão regressar. O que também é um bom sinal, pois esta normalização nas taxas de juro estará associada à melhoria de tendências na economia e no emprego", refere Paula Carvalho. Mas o "agravamento não será expressivo", sublinha a economista-chefe do BPI.
"A nossa previsão aponta para [que a Euribor a três meses esteja nos] 0,35%" no final do próximo ano". É uma subida "muito ligeira [face aos níveis actuais], pelo que o impacto na prestação será marginal", remata.
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