Juros baixos e procura por certificados fazem abrandar entrada de poupanças nos depósitos
No final de outubro de 2025, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 197,5 mil milhões de euros, mais 398 milhões do que em setembro.
As poupanças que as famílias têm paradas nos bancos voltaram a aumentar, mas a um ritmo mais baixo, o que poderá estar relacionado com os juros pagos pelos bancos e pela procura por certificados de aforro e fundos de investimento. No final de outubro, o "stock" de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 197,5 mil milhões de euros, mais 398 milhões do que em setembro.
Segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, esta variação refletiu uma redução de 79 milhões de euros nas responsabilidades à vista (constituídas quase na totalidade por depósitos à ordem) e um aumento de 477 milhões nos depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso).
Em termos homólogos, o stock de depósitos de particulares cresceu 4,4%, o que compara com 4,8% em setembro, retomando a tendência de desaceleração observada desde novembro de 2024. "Esta desaceleração poderá estar associada à remuneração destes depósitos e ao aumento das subscrições líquidas de certificados de aforro e da detenção de unidades de participação em fundos de investimento", justifica o Banco de Portugal.
No final de outubro de 2025, o stock de depósitos das empresas nos bancos residentes ascendia a 74,5 mil milhões de euros, mais 2083 milhões do que em setembro de 2025. A taxa de crescimento anual foi de 11,5%, acima da registada em setembro (10,9%).
Empréstimos para a casa aceleram há 22 meses
No caso do crédito, em outubro de 2025, o montante total de empréstimos a particulares cresceu 9,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Relativamente a setembro, o "stock" de empréstimos para habitação aumentou 993 milhões de euros, totalizando 109,1 mil milhões de euros no final de outubro. Em comparação com o mês homólogo, cresceu 9,4%, o que compara com 8,9% em setembro, mantendo a trajetória de aceleração observada desde janeiro de 2024.
O montante de empréstimos ao consumo e outros fins aumentou 166 milhões de euros em relação a setembro, para 33,4 mil milhões de euros. A taxa de variação anual foi de 7,9% (7,7% em setembro), refletindo um crescimento de 7,2% nos empréstimos para consumo e de 9,1% nos empréstimos para outros fins.
Por seu turno, o "stock" de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas ascendia a 73,8 mil milhões de euros, menos 447 milhões do que no final de setembro. Relativamente a outubro de 2024, o crescimento foi de 4,3% (contra 4,2% em setembro).
As microempresas e as pequenas empresas mantiveram taxas de variação anual positivas (13,3% e 4,0%, respetivamente). Já os empréstimos às médias empresas continuaram a apresentar uma taxa de variação anual negativa (-0,8%), tendência que persiste desde julho de 2022. As grandes empresas também registaram uma taxa de variação anual negativa (-0,5%), interrompendo a trajetória de crescimento que durava havia 17 meses.
O crédito ao setor da construção e atividades imobiliárias acelerou pelo sexto mês consecutivo, com a taxa de variação anual a atingir 8,6% (8,4% em setembro). Nos setores do comércio, transportes e alojamento, a taxa de variação anual foi de 3,5%, mas ocorreram comportamentos diferenciados: o crédito ao alojamento e restauração e o crédito ao comércio aumentaram em relação ao mês homólogo 4,4% e 5,3%, respetivamente, enquanto o crédito ao setor dos transportes e armazenagem diminuiu 3,1%.
(Notícia atualizada às 11:25)
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