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Acesso à inovação tem de ser mais rápido

Muitas vezes a introdução de uma inovação, contando o processo de aprovação e o acesso ao nível hospitalar, tem três anos de diferença em relação a outros países da Europa Ocidental.

Negócios 18 de Novembro de 2020 às 17:00
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"É dedicada à covid-19 porque no momento em que realizamos esta conferência o mundo enfrenta tremendos desafios fruto desta pandemia", referiu Filipa Mota e Costa, diretora-geral da Janssen na abertura da segunda conferência Investir em Saúde. "De facto a esperança reside no desenvolvimento de uma vacina, que tem sido extraordinariamente acelerada e que todos esperamos que chegue no início do próximo ano para garantir a saúde de todos, devolver a dinâmica à nossa economia e garantir o bem-estar social de que tanto precisamos, sobretudo os mais frágeis."

Uma pandemia que desencadeou um esforço sem precedentes do desenvolvimento de tratamentos e de vacinas no espírito de colaboração extraordinário entre centros de investigação públicos e privados, indústria farmacêutica "e a expectativa é que se venha a ter a vacina durante os próximos seis de meses de 2021. Se no início do ano alguém dissesse que seria possível desenvolver uma vacina em tão curto espaço de tempo não seria levado a sério", disse André Veríssimo, diretor do Jornal de Negócios.

Isto acontece porque governos e cidadãos têm a consciência plena não "só do impacto na saúde, mas também no enorme custo económico e social da pandemia que provocou recessões de dimensão histórica, que está a levar a um forte crescimento do desemprego e ao aumento da pobreza", concluiu.

Inovação e colaboração

Filipa Mota e Costa referiu que a colaboração e a inovação são duas dimensões que devem reconhecidas não só para os doentes covid-19 mas também para os doentes não covid-19. Por isso invocou que a celeridade do acesso à inovação com a vacina para a covid-19 deveria marcar também o acesso à inovação para os doentes não covid-19 nomeadamente em Portugal, "em que já houve melhorias no sistema, mas o acesso à inovação continua um processo demorado, moroso e bem menos célere do que gostaríamos".

"A questão, um pouco utópica, é, se estamos a fazer isto com a vacina, não será que conseguimos ter a mesma determinação e a mesma celeridade, por parte do Estado e dos vários intervenientes da saúde, pelo menos aproximada, em relação aos tratamentos de outras doenças que ao longo dos anos já fizeram e farão demasiadas vítimas com custos económicos e sociais muito elevados?", salientou André Veríssimo.

Muitas vezes a introdução de uma inovação, contando o processo de aprovação e o acesso ao nível hospitalar, tem três anos de diferença em relação a outros países da Europa Ocidental. "É muito, sobretudo quando pensamos que é da vida de um doente que se trata, do impacto na família e na sociedade. Nunca como em tempos de pandemia nos apercebemos do impacto que a saúde tem na economia e na vida de todos nós", concluiu Filipa Mota e Costa.

O debate e os prémios  A segunda parte da conferência Investir em Saúde teve lugar no dia 4 de novembro com uma reflexão sobre a avaliação de tecnologias em saúde, a inovação e o seu valor para a sociedade, e a atribuição dos prémios Investir em Saúde 2020. A abertura foi feita por André Veríssimo, diretor do Jornal de Negócios, e Filipa Costa, diretora-geral da Janssen. Seguiu-se a apresentação do estudo "Avaliação de Tecnologias em Saúde: Práticas atuais e desafios futuros", por João Pereira, professor da Escola Nacional de Saúde Pública. No debate, moderado por André Veríssimo, diretor do Jornal de Negócios, estiveram presentes Ana Sampaio, presidente da Associação Portuguesa de Doença Inflamatória do Intestino, Céu Mateus, coautora das novas orientações metodológicas e professora de Economia da Saúde da Universidade de Lancaster, Cláudia Furtado, diretora da Direção de Informação e Planeamento Estratégico e Direção de Avaliação de Tecnologias de Saúde do Infarmed, e Francisco Rocha Gonçalves, diretor Healthcare Technologies Management da Luz Saúde. Foi mais uma iniciativa da Janssen, companhia farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, e do Jornal de Negócios com o apoio da APAH e da Accenture.
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