“Esta conferência não pretende vender marca ou serviço, permite vender Portugal e o investimento estrangeiro em Portugal, queremos contar uma história”, disse António Henriques, CEO do Bison Bank, sobre a “Portugal-Investment by Global Citizens”, conferência organizada pelo Bison Bank, que tem o Negócios como media partner. Realiza-se durante o dia 31 de outubro no Hotel EPIC SANA Lisboa, em Lisboa.
António Henriques recorda que a conferência do ano passado se focou em três pilares fundamentais para a dinâmica do investimento estrangeiro: as sociedades gestoras, as agências de imigração e as sociedades de advogados, que estão na linha da frente para a captação destes clientes. Ressalta que estas empresas estão vocacionadas para orientar os fluxos de investimentos para várias regiões e países, por isso podem ajudar a trazer investimento para Portugal.
Este ano a conferência, “Portugal-Investment by Global Citizens”, tem em conta um terceiro pilar, que são “os muitos investidores internacionais em Portugal e que de alguma forma já conseguem validar se o que lhes prometemos e que lhes vendemos é verdadeiro ou não. Se estamos só a vender sonhos ou também estamos a concretizar”, afirma António Henriques.
Os três momentos
A conferência é dividida em três momentos principais. No primeiro momento, que se intitula “O Caminho - O que foi construído”, debruçar-se-á sobre o que Portugal fez até agora em termos de investimento estrangeiro. No segundo momento falar-se-á do presente, o que se está a fazer, “qual é a nossa oferta, o nosso pitch quando queremos vender Portugal”, como sublinha António Henriques. O terceiro momento, que para o CEO do Bison Bank poderá ser “o momento de ouro”, falará do futuro no sentido “de que se fizermos o que estamos a dizer, o que queremos fazer, como é que vai ser Portugal daqui a 10 ou 20 anos. O objetivo é sairmos desta conferência com a visão de que efetivamente Portugal pode ser um país diferente e melhor daquele que temos hoje”.
António Henriques defende visão estratégica de longo prazo para desenvolvimento económico do país e sublinhou que “se há dois anos ou três anos atrás todos achávamos que o real estate era o principal modo de investir e que se acabássemos com o real estate acabávamos com o investimento em Portugal, isso ficou claro que não é verdade”.
O país tem valor intrínseco e “vale pelas pessoas, pelo clima, pela gastronomia, e pela posição geográfica que, na verdade, nos afasta, teoricamente, dos grandes perigos”, afirmou António Henriques, que revelou ainda que a segurança tem sido um fator de atração de norte-americanos. Referiu que o que “Portugal deve definir não é tanto o caminho A, B ou C, mas o que quer ser daqui a 20 ou 30 anos e assegurar-se que o investimento estrangeiro desenvolve a nossa economia no que consideramos fundamental”.
Aposta no interior
António Henriques considerou que é necessário ter uma visão global do país e identifica o desenvolvimento do interior como essencial, onde há, por exemplo, oportunidades em real estate. “Portugal é um retângulo muito pequenino” e “tenho a certeza que os estrangeiros procuram muito mais do que Lisboa, Porto e o litoral, até porque no interior há oportunidades e o investimento estrangeiro pode ajudar a aumentar o PIB dessas regiões”. Na sua opinião, a aposta na ferrovia surge como complemento fundamental, mas não apenas para as ligações internacionais. “Olhar definitivamente para a ferrovia. Não no sentido de ligar Portugal ao mundo, mas de ligar Portugal a Portugal, para que se possa ter a capacidade de viver em Coimbra e trabalhar em Lisboa”, exemplifica.
António Henriques destaca ainda dois setores estratégicos, um dos quais o turismo, sobre o qual se deveria dizer “abertamente que é uma peça importante para Portugal”. O outro tem a ver com a economia do mar. “Portugal tem a maior extensão de oceano e de água do mundo. Temos quee fazer qualquer coisa com a economia do mar, definitivamente”, concluindo que o país pode ser “uma porta de entrada na Europa” para diversos recursos.