
“Os anos 2024 e 2025 têm sido de transformação, durante os quais reforçámos a rentabilidade, consolidámos relações com clientes estratégicos, estabelecemos novas parcerias e lançámos as bases para um crescimento escalável”, afirma Miguel Velosa Rodrigues, CEO da Siscog, que foi anunciado recentemente, e que passou pela Siemens, Yunex Traffic e Vanderlande Logistics
A missão da Siscog é disponibilizar capacidades avançadas de planeamento e gestão de recursos, baseadas em IA, às empresas de transporte. A aquisição da Siscog pela canadiana Modaxo em julho de 2025 não coloca em causa a autonomia, que é central na estratégia da Siscog dentro do novo grupo. “Mantemos total autonomia no desenvolvimento dos produtos e na relação com os clientes, garantindo que a agilidade e a inovação continuam a ser pilares centrais. A Modaxo tem incentivado essa independência, promovido a partilha de boas práticas e está empenhada nas nossas ambições de crescimento”, esclarece Miguel Velosa Rodrigues.
As soluções da Siscog cobrem todo o ciclo de planeamento e gestão das operações de transporte, desde o planeamento a longo e curto prazo até à gestão de perturbações em tempo real. Os produtos, desde o Ontime (horários), ao Fleet (veículos) e ao Crews (tripulações) destacam-se pela capacidade de refletir os objetivos, regras e restrições específicas de cada operador.
A eficácia das soluções
“O que verdadeiramente distingue a Siscog é a combinação de conhecimento especializado, décadas de experiência no setor e a otimização tangível na utilização de recursos. Por exemplo, os nossos clientes reportam ganhos de eficiência entre 2% e 10%, traduzindo-se em poupanças de centenas de milhares de euros”, revela Miguel Velosa Rodrigues. Em média, os clientes alcançam retorno do investimento entre seis a 12 meses, aumentos de receita entre 3% e 5%, e mais de 50% de redução no tempo de planeamento.
Miguel Velosa Rodrigues partilha um caso revelador da eficácia das soluções: “Na VIA Rail Canada, o ceticismo inicial dos planeadores levou o responsável a afixar uma nota na parede com a frase: ‘Confiem no otimizador!’. Temos inúmeros exemplos em que os nossos clientes ficam genuinamente surpreendidos com os resultados obtidos pelos nossos otimizadores, chegando a refazer o planeamento manualmente e a verificar os resultados várias vezes para acreditarem que os ganhos são reais.”
Ao contrário de muitas empresas que recentemente adotaram a Inteligência Artificial (IA) como estratégia de marketing, na Siscog a IA é o ponto de partida. “A IA está no centro da nossa tecnologia desde o início, não como uma tendência recente, mas como um elemento fundacional. Atualmente, em conjunto com a Investigação Operacional, constitui a base das nossas capacidades de automatização e otimização”, explica Miguel Velosa Rodrigues.
Principais mercados
Os sistemas aplicam técnicas de IA para resolver problemas complexos de otimização combinatória, ajudando os operadores a gerir compromissos difíceis entre eficiência de custos, satisfação dos passageiros e das tripulações. A empresa está agora a integrar componentes de aprendizagem orientada por dados, modelos preditivos, simulações de cenários e análises, permitindo aos clientes produzir planos menos suscetíveis à propagação de atrasos.
Os principais mercados da Siscog são a Europa e a América do Norte, com projetos ativos no Reino Unido, Países Baixos, Noruega, Finlândia, Suécia, Portugal, Espanha e Canadá. “Nos próximos três a cinco anos, pretendemos consolidar a nossa posição forte no Norte da Europa, ao mesmo tempo que expandimos pela Europa através de parcerias estratégicas e da presença internacional da Modaxo”, adianta Miguel Velosa Rodrigues.
O investimento em I&D mantém-se como prioridade, com a empresa a reinvestir consistentemente uma parte significativa das receitas nesta área. A SISCOG mantém colaborações ativas com instituições académicas como o Instituto Superior Técnico e vários consórcios europeus de investigação.
A capacidade de adaptação a requisitos regulatórios diferenciados é outro trunfo competitivo. “Os nossos sistemas são concebidos para modelar e cumprir leis locais, acordos coletivos e regras operacionais. Requisitos regulatórios variados, e em constante evolução, são, na verdade, fontes de oportunidade para os nossos sistemas”, conclui Miguel Velosa Rodrigues