Jorge Ferreira poderia ter aceitado o carro e o emprego que o pai, empresário, lhe ofereceu quando chegou a hora de entrar no mundo profissional e preparar a sua sucessão. Recusou e preferiu fazer o seu próprio caminho, como recordou numa conversa promovida pela IERA Sharing e pela Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, no âmbito da Semana do Empreendedorismo, em maio de 2023. Hoje considera que o pai desempenhou “um papel fundamental na minha formação e muito me ensinou sobre o mundo dos negócios e sobre liderança de equipas. A maior lição foi claramente que as pessoas seguem o exemplo prático do líder, não tanto os discursos que se façam. Trabalho, honestidade, lealdade e perseverança são valores fundamentais.”
Concluída a formação académica, Jorge Ferreira teve várias experiências de trabalho até entrar no Grupo Amorim, onde permaneceu durante cinco anos. “Aprendi muito em todos os sítios onde estive”, afirmou, realçando sobretudo o muito que aprendeu com Américo Amorim. “Era muito exigente, mas liderava pelo exemplo. Trabalhava de forma intensa e tinha uma grande visão empresarial. Podia ser o homem mais rico do país, mas não usava o dinheiro em seu favor pessoal”, recordou, concluindo: “o dinheiro é importante porque permite investir e realizar projetos.” Em 2001, Jorge Ferreira liderou o management buy-in da Palbit e cumpriu-se o sonho de Jorge Ferreira ser empresário. “Comprámo-la porque mais ninguém a queria”, revelou Jorge Ferreira, que passou a ganhar a terça parte do que ganhava. Sabia que havia riscos, mas o otimismo nunca o abandonou. “Se forem pessimistas, não podem ser empresários”, avisou numa entrevista. A empresa ultrapassou o período crítico, consolidou-se como uma referência europeia na produção de ferramentas de corte de alta precisão e conquistou o mercado internacional, exportando para mais de 70 países. Hoje o Grupo Newpal controla três empresas industriais que são a Palbit, a Copam e a Prado.