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Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

“Temos de descobrir novos mercados para as exportações”

No lançamento da 15.ª edição dos Prémios Exportação e Internacionalização, Luís Ribeiro destacou que nas catorze edições anteriores dos Prémios Exportação & Internacionalização foram premiadas mais de 240 empresas.

Mariline Aves
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Legenda: Luís Santana, CEO da Medialivre, Diana Ramos, diretora do Negócios e Luís Ribeiro, chief commercial officer corporate do Novo Banco.

“O setor exportador é muito importante para Portugal e temos um desígnio nacional que é aumentar o peso das exportações no PIB”, afirmou Luís Ribeiro, chief commercial officer corporate do novobanco, durante o lançamento da 15.ª edição dos Prémios Exportação e Internacionalização, uma iniciativa organizada pelo novobanco e o Jornal de Negócios, em parceria com a Iberinform. Considera que Portugal “está abaixo da média europeia. Em 2022 chegámos perto dos 50% do peso das exportações no PIB português, mas no primeiro semestre de 2025 está em cerca de 44%. Mas, na sua opinião, devemos ter uma ambição maior e não devemos perder como objetivo ter 60% das exportações no PIB em 2030”. Acrescenta que é um objetivo “que deve ser de todos os agentes económicos e políticos”.

Luís Ribeiro foi claro na sua avaliação do panorama económico atual, caracterizando-o como particularmente desafiante. Segundo as suas palavras, “vivemos um contexto mais desafiante, com as tarifas, contextos geoestratégicos diferentes, mas são de facto novos desafios que nós temos que enfrentar”. O executivo enfatizou que “hoje vivemos num mundo com enorme instabilidade, num mundo com muito mais desafios” e que, apesar de o comércio internacional não se ter reduzido, tem mais desafios para os quais a sociedade em conjunto tem que encontrar as respostas.

O banco das empresas

Os números mais recentes das exportações revelam as dificuldades. Nos primeiros oito meses de 2025 as exportações de bens recuaram 11,3% e as importações aumentaram 2,8% em julho, em termos homólogos, acumulando uma subida de 0,7% e 6,3% desde o início do ano, com o défice da balança comercial de bens a agravar-se em 1.173 milhões de euros, atingindo os 3.293 milhões de euros, avança o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Mas Luís Ribeiro sublinhou a importância crucial de diversificar os mercados de exportação, alertando que “não podemos ficar presos ao tema dos Estados Unidos, que representam 6,8% das nossas exportações”. Defendeu que “temos é que descobrir novos mercados. Já demos provas disso no passado e assim será no futuro”.

Para Luís Ribeiro, “o novobanco é conhecido como banco de empresas, para quem o setor exportador é muito importante. Por isso, temos um conjunto de ofertas e um conjunto de mecanismos que nos permite acompanhar os nossos clientes na identificação de novos mercados e apoiá-los nesse caminho”. Mas adverte que a entrada em novos mercados “significa que o risco também é maior, porque são clientes que não se conhecem, mercados que não se dominam, ao contrário dos mercados tradicionais”.

Simplificação e infraestruturas

Em termos de políticas públicas de apoio às exportações, defende que haja simplificação dos mecanismos no acesso aos mercados e investimento em infraestruturas ferroviárias e portuárias. Destacou ainda que “o acesso ao mercado é também feito por infraestruturas tecnológicas, onde penso que o país está muito bem”.

Luís Ribeiro enfatizou que Portugal tem “uma posição geoestratégica importante hoje em dia, quando as rotas do comércio internacional se alteram e a rota atlântica tem um peso maior, naturalmente que o posicionamento de Portugal ganhe uma relevância adicional”.

Defendeu a necessidade de “dar alguma previsibilidade aos agentes económicos para que possam investir e para que possam fazer e desenvolver os seus projetos”. Luís Ribeiro sublinhou que “o acesso ao crédito, quer através das diferentes linhas que existem, quer através dos bancos comerciais ou do Banco Português de Fomento, tem estado aí também muito ativo e bem”.

Luís Ribeiro destacou que nas catorze edições anteriores dos Prémios Exportação & Internacionalização foram premiadas mais de 240 empresas. Durante este período “têm contribuído para o crescimento de Portugal e para a atividade económica e para a criação de riqueza”.

Os prémios que destacam as melhores empresas

“O grande objetivo dos Prémios Exportação e Internacionalização é destacar os melhores exemplos de empresas que nos últimos anos se têm adaptado, conseguindo encontrar novos mercados, seja por via da colocação dos seus produtos nas exportações, ou seja, por via da internacionalização”, referiu Diana Ramos, diretora do Jornal de Negócios.

Luís Santana, CEO da Medialivre, acentuou ser um projeto com sucesso que tem uma grande relevância para todas as empresas, contribuindo de forma muito significativa para a economia nacional, e sublinhou a importância crescente das exportações para a economia portuguesa. A complexidade da atual conjuntura económica internacional torna este reconhecimento ainda mais pertinente. Como refere Luís Santana, “vivemos num modelo e num ecossistema extremamente complicado com uma instabilidade geopolítica significativa e políticas das tarifas aduaneiras, tornando as economias mundiais mais agressivas, desafiando as empresas que têm como principal atividade a exportação”.

Para a diretora do Jornal de Negócios, a experiência da crise financeira anterior serviu de catalisador para a internacionalização das empresas portuguesas. Diana Ramos explica que “as empresas mudaram substancialmente na primeira grande crise mais recente, quando o país foi resgatado, e perceberam que os mercados internacionais eram uma oportunidade e que, com esta aposta, conseguiam manter mais solidamente os seus negócios”.

Solidez com exportações

Diana Ramos reforça esta necessidade de adaptação, observando que “todo o comércio global se redesenha” e que “as empresas enfrentam maiores desafios”. Na sua opinião, desde a crise de 2012 que “o peso das exportações no produto interno bruto tem crescido na economia portuguesa”. É essencial “manter esse caminho e, para manter essa solidez, só com empresas que se ajustem e que encontrem novos negócios nos mercados internacionais através da colocação dos seus produtos ou pela via da internacionalização de novos negócios”.

Os quinze anos dos Prémios Exportação e Internacionalização, fruto de uma parceria entre o Jornal de Negócios e o Novo Banco, “explicam o sucesso da iniciativa”, afirmou Luís Santana. Diana Ramos valoriza esta parceria, referindo que “o Novo Banco tem sido um parceiro desde a primeira hora porque também é um banco que naturalmente se posiciona mais próximo das empresas” e que “só um parceiro que acompanha a vida das empresas de forma tão próxima permitiria dar a este prémio a importância e a solidez que tem”.

As categorias e o júri dos prémios Prémios internacionalização  Destinam-se a premiar empresas que, através de uma estratégia bem-sucedida de internacionalização, conseguiram expandir as suas operações para novos mercados e consolidar a sua presença global. Prémios Exportação  Distinguem as empresas que apresentaram um desempenho excecional no campo das exportações, contribuindo para o aumento da presença de produtos e serviços portugueses nos mercados internacionais. A análise tem por base os IES (Informação Empresarial Simplificada) entregues pelas empresas referentes a 2023.
O júri  É formado por três membros: Alberto Castro, professor na Universidade Católica do Porto, Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição e Luís Palha da Silva, presidente do Conselho de Administração e administrador delegado, Pharol, SGPS. Nas duas categorias de prémio, tanto nas exportações como na internacionalização, o júri reserva-se sempre ao direito de não atribuir os prémios quando não encontrar consenso que justifique a sua atribuição. As categorias de PME e Grande Empresa são as definidas na Recomendação 2003/361CE da Comissão Europeia.
Candidaturas As empresas podem candidatar-se até de Outubro em https://premiosexportacaoeinternacionalizacao.negocios.pt/
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