"Nos mercados internacionais com maior peso para a Casa Santos Lima, como os Estados Unidos da América, o Canadá, o Brasil e os países nórdicos, registou-se um crescimento de vendas de forma considerável que se acentuou a partir do mês de março, e que se tem mantido superior ao ano de 2019, considerando o mesmo período homólogo. De uma forma geral, a opinião dos nossos importadores é que em resultado do maior confinamento em casa, o consumo doméstico de vinho aumentou e por isso existiu a necessidade de reforçar e garantir o aprovisionamento de stock", diz José Luís Oliveira da Silva, presidente da Casa Santos Lima.
Adianta ainda que registaram "também um aumento do volume de exportação para mercados onde já tínhamos ótimas relações comerciais, mas que com o decretar da pandemia reforçaram as suas encomendas em valores extraordinários até à data", refere José Luís Oliveira da Silva.
Se a pandemia de covid-19 não se refletiu nas exportações da empresa, mas provocou algumas mudanças como alterações de consumo e um aumento na procura de vinhos de qualidade a um preço mais acessível, e de vinhos em Bag-in-Box. No mercado nacional as grandes superfícies e plataformas online continuam a ser os canais de distribuição ativos e permanentes ao contrário do canal Horeca que tem sofrido grandes restrições ao seu funcionamento.
Cinco regiões
O engarrafamento, a expedição e a exportação para todos os mercados foi assegurado através do centro de engarrafamento em Lisboa, na região de Alenquer, na Quinta da Boavista, que pertence à família Santos Lima há cinco gerações. Segundo José Luís Oliveira da Silva, implicou "a reorganização de alguns métodos e circuitos de trabalho, de forma a garantir todas as condições e medidas de segurança, e, consequentemente, a expedição e exportação dos nossos vinhos".
Presidente da Casa Santos Lima
Em termos de produção vitivinícola nas várias regiões em que a Casa Santos Lima está presente e que são Lisboa, Algarve, Alentejo, Douro e Vinhos Verdes, são cerca de 600 hectares de vinha que têm estado a laborar de forma normal. Esta estratégia de expansão do portefólio de regiões nos vinhos que produz e comercializa começou em 2011, quando a família Santos Lima se tornou-se sócia da Sociedade Agrícola Quinta de Porrais (Douro), sendo responsável agora pela produção e comercialização dos seus vinhos e azeite. Mais recentemente adquiriu a totalidade do capital de uma outra empresa vinhateira do Douro, Sociedade Quinta da Fronteira.
Em 2013, deu-se a expansão para o Algarve, em Tavira, com a plantação de vinhas, engarrafamento dos primeiros vinhos e construção de uma adega nova. Em 2014, a família Santos Lima adquiriu a totalidade do capital da Casa de Vila Verde - Sociedade Agrícola, e realizou o primeiro engarrafamento de vinhos do Alentejo, após estabelecer uma longa parceria com um grande produtor da região de Beja.
Enoturismo em perda
"A produção de uvas e vinho é feita individualmente em cada uma das regiões com a plantação própria de vinha e criação de adegas, ou através de parcerias estabelecidas com diversos produtores locais. Uma vez engarrafado o vinho, a atividade de comercialização é estabelecida através da sede da empresa, em Alenquer, onde está a origem da empresa", explica José Luís Oliveira da Silva, presidente da Casa Santos Lima.
A grande vítima da pandemia foi a área de enoturismo. O ano de 2019 tinha tido um desempenho muito positivo, e a previsão era de um crescimento progressivo da atividade este ano. "Tal não se verificou, algo que era expectável a partir do momento em que foi decretada a pandemia, e tendo em conta que a grande maioria dos nossos visitantes são turistas", sublinha José Luís Oliveira da Silva.
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