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António Costa Silva: “Investir na saúde é investir no futuro”

António Costa Silva salientou o peso da saúde na economia nacional com o emprego de 300 mil pessoas, um peso no PIB de 9%, um volume de negócios que excede os 30 mil milhões de euros e que tem um potencial exportador.

12 de Novembro de 2020 às 12:15
David Cabral Santos
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"Desapareceu a função de planeamento de pensar estrategicamente. Um país que não pensa em termos de futuro, estratégicos, e temos de nos preparar para os riscos sísmicos, climáticos, ciberataques, energético e para enfrentar uma crise climática sem precedentes", disse António Costa Silva, autor da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030. Acrescentou que "a biodiversidade é um seguro de vida da espécie humana e, por isso, tem de se transformar o paradigma de desenvolvimento económico, da luta contra as pandemias e as doenças, da gestão dos riscos.

Defendeu a aposta no SNS, é em toda a galáxia de empresas da indústria farmacêutica o setor social, e redesenhar e regenerar todo este sistema. "O SNS tem vulnerabilidades e problemas que se têm de resolver. Para a crise os fundos que a UE vai disponibilizar devem servir de uma vez por todas para reformatar o SNS, suborçamentado entre 2010 e 2015 perdeu 15% do seu orçamento, funciona de forma desagregada e desintegrada, não tem uma visão integrada", considerou António Costa Silva.

Sugeriu uma política mais vasta sobre as carreiras dos profissionais de saúde para recompensar a sua dedicação a uma área fulcral para o futuro. "Investir na saúde é investir no futuro, não se trata de uma despesa, mas de um investimento", referiu.

Hub da Europa

Na galáxia de ciências da saúde e de serviços de saúde há uma investigação de ponta da saúde, "a inovação e o desenvolvimento tecnológico têm funcionado de forma brilhante com muitos nichos e áreas de ponta, 11% do que as empresas fazem em I&D são feitos na área na saúde e com resultados". Salientou o seu peso na economia nacional com o emprego de 300 mil pessoas, um peso no PIB de 9%, um volume de negócios que excede os 30 mil milhões de euros e tem um potencial exportador.

Neste aspeto sublinhou que Portugal pode ser um hub da Europa em termos de fabricação de medicamentos e de dispositivos médicos de alto valor acrescentado. "A produção de medicamentos na Europa tem a ver com as grandes inovações tecnológicas, esquecemos as moléculas antigas, os fármacos que não têm alternativa terapêutica, com o esmagamento de preços em Portugal perderam competitividade e a sua deslocalização", afirmou António Costa Silva.

Na sua opinião as biotecnologias são essenciais para identificar os agentes patogénicos, alargar os testes que podem ser feitos a novas pandemias e sublinhou o cruzamento da biologia com as ciências da computação e a digitalização da saúde pode mudar completamente o sistema para ter mais eficácia agilidade e que responda às pessoas.

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