Ontem foi a vez do ex-governador responder sobre o relatório Costa Pinto, que serviu apenas para constatar que a supervisão falhou. O problema é que não falhou só no BES (entre 2000 e 2010 e em 2011 e 2012, quando se agravou o financiamento cruzado com o GES). Falhou no BPN, no BPP e falhou sempre, até no tempo em que Costa Pinto era diretor no Banco de Portugal. Quando o autor do relatório disse na comissão (como quem conhece a chave do Totobola à segunda-feira) que “a supervisão não atuou em tempo útil “, estava a confessar um problema endémico do banco central. E quando falou da forma como os ativos do NB foram vendidos, fez demagogia. É que, como se ouviu ontem, o Novo Banco tinha, mesmo depois da resolução, perdas de biliões. E perante um cabaz com “fruta podre”, como chamou ontem o ex-governador, o comprador pode esticar a corda. E quando o comprador sabe que existe um prazo para a venda desse cabaz, imposto por Bruxelas, estica-a ainda mais. O resto é demagogia...