Dois factos e uma observação sobre o caso BES
É preciso pensar com lógica e racionalidade sobre o que se passou com o BES. E não com a emoção. Concluída a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), aprovado o seu relatório, vale a pena sublinhar alguns factos, mesmo que dolorosos ou politicamente incorrectos.
- Partilhar artigo
- ...
O primeiro facto é o peso de Angola no colapso do BES. Poucos dias depois da resolução do BES, o Negócios já revelava que os empréstimos do BES ao BESA foram determinantes para a intervenção no banco. A 27 de Julho, o Banco de Portugal foi informado pelo BNA que a garantia soberana de Angola não cobria boa parte dos créditos e que "factos novos de que se tinha dado conta implicavam uma ampla reestruturação da linha de crédito do BES ao BESA". Estamos a falar de 3.880 milhões de euros de acordo com as contas do BES de 30 de Junho. A injecção de capital no Novo Banco foi de 4.900 milhões de euros. Desvalorizar o peso que o BESA e as decisões do Estado angolano tiveram no destino do BES é esquecer o essencial assim como lições para o futuro. Se o BESA tivesse pago o que devia, a história do BES poderia ter sido diferente.
Mais lidas