Este é um dia diferente. Pela primeira vez, neste lugar, escrevo na primeira pessoa. É o momento em que me despeço da direcção do Negócios, um jornal com a melhor equipa de jornalistas de economia do país que tive a honra de dirigir.
António Costa tem razões para estar satisfeito, por enquanto. Passou na frequência, falta saber se consegue passar no exame. O Orçamento do Estado para 2016, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, pode sintetizar-se numa frase: em 2017 logo se vê. Se o modelo escolhido por este Governo provou ou não provou.
Dia 13 de Novembro de 2015. Horas depois, Salah Abdeslam atravessou a fronteira entre França e a Bélgica, foi mandado parar pela polícia francesa e seguiu. Não estava na base de dados. Passados 15 minutos, a polícia belga transmitia a sua identidade aos franceses. 22 de Março de 2016, depois de Paris, Bruxelas está de luto.
O primeiro-ministro tem sido um extraordinário negociador mas chegará o dia em que o jogo de sombras, desejos e fantasias em que nos está a envolver vão chocar com a dura realidade.
São políticos como Lula da Silva e José Sócrates que geram o medo no futuro e destroem a economia e as democracias, que geram Donald Trumps. É impossível provar o que seria a realidade alternativa se Sócrates se tivesse mantido no poder em 2011. Mas com aquilo que sabemos hoje e com aquilo a que estamos a assistir no Brasil, nada de bom nos esperava.
Há alturas em que vale a pena seguir o guião dos livros policiais. E perguntar: Quem ganha com as críticas e eventual fragilização do Banco de Portugal?
É impossível ficar indiferente à mensagem e ao ritual da tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa. Se a prosperidade depender da auto-estima e da confiança em nós, temos no novo inquilino de Belém um inspirador para a união que faz a força, que desafiará os radicalismos.
Foi a 16 de Dezembro de 2014 que Isabel dos Santos e o CaixaBank souberam que tinham de reduzir a participação do BPI no Banco de Fomento de Angola. Estamos a cinco semanas para acabar o prazo que o BCE deu para resolver o problema. Quem está a dificultar a vida a quem?
O Novo Banco está a gerar convergências improváveis, com o PCP e Vítor Bento a defenderem a nacionalização do banco. Compreende-se. A banca está cada vez mais enervada com o atraso da venda, com a deterioração do valor do banco e naturalmente receosa de que a herança do BES acabe por ser demasiado pesada. Falar de nacionalização agora é que se dispensava.
A história é curta e contém uma lição. "Se queremos ir ao Porto, preparamo-nos para ir, cumprindo o Código da Estrada, mas pode haver um desastre, outros podem decidir não cumprir o Código da Estrada... Se há um desastre, podemos prever caminhos alternativos para chegar ao Porto."
São notas rápidas sobre a tarde do primeiro dia de debate da proposta de Orçamento do Estado para 2016. Em ambiente morno, o que se salientou foi a estratégia de Costa de isolar Passos. E as não respostas.