Viver até aos 100 anos
Hoje, em muitos países europeus, a esperança de vida aumenta três meses em cada ano. Ou seja, quando envelhecemos um ano aproximamo-nos apenas nove meses da morte, tendo os outros três meses sido resgatados pela ciência.
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Alguns, mais otimistas, apoiados na velocidade das descobertas nos campos da medicina, da genética, da biologia, das nanotecnologias e da inteligência artificial, defendem como Laurent Alexandre e outros do movimento transhumanista, que o primeiro homem a chegar aos 1.000 (mil) anos já nasceu.
Eis um dos maiores desafios da Humanidade: organizar a sociedade para pessoas com outra perspetiva do tempo, da doença, do trabalho em suma da vida.
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Esta é uma grande alteração social que se está a desenrolar sob os nossos olhos e que os mais negativistas, demonstrando nada perceber do que se está a passar, apelidam de envelhecimento, ou ainda pior de Revolução Grisalha, procurando encontrar formas de a contrariar.
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Todos os dias sabemos de pequenas, mas importantes, vitórias da ciência e da medicina contra a doença e contra a morte, vitórias que estão a alterar profundamente a sociedade. Trata-se de um processo irreversível.
Os passos habituais da vida humana nas sociedades mais desenvolvidas, com uma primeira etapa de escolaridade mais ou menos longa, seguida de um período ativo de 30 a 40 anos que desemboca na reforma, podem deixar de fazer sentido.
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A Professora Gratton da London Business School defende que poderão surgir outras etapas e que uma vida longa poderá ser organizada de outra forma.
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E que dizer da família quando em vez das habituais três gerações poderão coexistir quatro ou cinco gerações. Que laços unirão um tetravô ao seu tataraneto?
Em Portugal, infelizmente, a discussão não se foca nas oportunidades que esta alteração abre, mas sim na forma de a contrariar, sendo dominante a estreita e mesquinha visão dos profetas da desgraça centrada nos custos que esta nova etapa da evolução humana pode ter para a Segurança Social!! Como podem ser tão cegos?
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Em 2015, a Google Ventures anunciou que ia investir 425 milhões de dólares em projetos e empresas que trabalhem na área da travagem do processo de envelhecimento. Bill Maris, o CEO, acredita que será possível estender a vida para os 500 anos. Que empresas portuguesas procuraram aproveitar estes fundos?
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É um campo que fervilha de ideias, projetos, uma área entusiasmante. A corrida está aberta, procuram-se aplicações práticas que permitam travar o envelhecimento e prolongar a vida. Trata-se, sem dúvida, de um campo de grande crescimento nos próximos anos, um campo que, como o das tecnologias digitais, vai ser motor de crescimento.
Estarão os nossos empresários, como tem acontecido no passado, a dormir na forma e a deixar passar os comboios na fase em que ainda os podem apanhar? Não será preferível ser o Estado a investir?
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Economista
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Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
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