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O drama das microempresas familiares dos sectores tradicionais

Nesta situação, a fragilidade destas microempresas, actuando, normalmente, em negócios tradicionais – comércio, serviços, hotelaria e restauração, detidas e operadas pelo pai, mãe e filhos – é enorme.

As empresas familiares são uma realidade com um peso económico relevante em todas as economias ocidentais, representando, sempre, mais de 50% de todos os indicadores económicos relevantes – PIB, VAB, emprego…, não sendo Portugal, uma excepção.

Sob a designação genérica de “empresa familiar”, encontra-se uma grande variedade de organizações empresariais, em termos da dimensão da empresa, variedade e complexidade dos negócios e dimensão e complexidade da família.

Encontramos empresas familiares que vão desde microempresas, detidas e geridas por um único núcleo familiar básico, até grandes grupos empresariais, com negócios e sistemas de gestão muito sofisticados.

A literatura que existe sobre empresas familiares debruça-se, normalmente, sobre empresas de média e grande dimensão, exigindo estruturas complexas de gestão das empresas e instrumentos de governance da família, também, de razoável complexidade.

O “manual de gestão de empresas familiares” que publiquei recentemente, enquadra-se também, nessa linha, desenvolvendo modelos complexos de gestão destas unidades, num processo sistémico de interacção entre a empresa e a família.

Todos estes modelos apontam como um dos pontos fortes das empresas familiares a sua resiliência em épocas de crise económica, por força do seu conservadorismo financeiro e da solidariedade familiar, que abdica de dividendos e reforça o capital da empresa, nestas circunstâncias.

Mas os manuais não tratam os problemas das microempresas familiares em épocas de crise sanitária ou equivalente, como a que vivemos nos últimos dois anos.

Nesta situação, a fragilidade destas microempresas, actuando, normalmente, em negócios tradicionais – comércio, serviços, hotelaria e restauração, detidas e operadas pelo pai, mãe e filhos – é enorme.

Há situações dramáticas, no nosso país, neste tipo de empresas familiares.

Este conjunto de factos está na base de ter defendido, recentemente, que estas microempresas familiares em sectores tradicionais deviam ser acompanhadas pelo Ministério do Emprego e da Segurança Social e não pelo Ministério da Economia.

Em grande número de casos, trata-se dum modo de criação de emprego e não da criação duma unidade empresarial, pelo que caem no domínio do Emprego e da Segurança Social.

Tinha, também, a vantagem de concentrar a actividade do Ministério da Economia no desenvolvimento de processos de crescimento e consolidação empresarial das empresas familiares de média dimensão.

E de tratar de modo diferenciado as microempresas de base tecnológica, com programas específicos para o crescimento e afirmação das nossas start-ups tecnológicas.

Espero que, na reflexão pós-pandemia se possa desenvolver esta solução, fazendo crescer a economia e mantendo princípios robustos de solidariedade social.

Durante a presente fase de pandemia, todos os apoios para estas microempresas familiares em sectores tradicionais pecam por escassos.

Durante a presente fase de pandemia, todos os apoios para estas microempresas familiares em sectores tradicionais pecam por escassos.
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