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Pedro Fontes Falcão - Gestor e co-Diretor do Executive MBA do Iscte
26 de Março de 2019 às 19:25

Filmes e filmagens em Portugal

Hipotéticos erros no passado, que possam ter prejudicado a imagem dos apoios à produção de filmes não são razão para se acabar com os apoios, mas apenas para se assegurar que a sua seleção é bem feita.

Fui este fim de semana ao cinema ver um filme português. Na minha opinião, de um não perito em crítica cinematográfica, e tendo em conta as limitações de recursos existentes na sua produção, foi um bom entretenimento, destacando a protagonista e os cenários.

Esta saída à noite levantou-me a questão do valor do cinema em Portugal, visto de duas perspetivas.

A primeira - a produção nacional -, que na minha opinião merece receber apoios, embora seletivos. Hipotéticos erros no passado, que possam ter prejudicado a imagem dos apoios à produção de filmes não são razão para se acabar com os apoios, mas apenas para se assegurar que a sua seleção é bem feita.

A segunda - as filmagens em Portugal -, tanto por portugueses como (e muito importante, por atrair investimento externo) por estrangeiros, é um filão por explorar (ainda mais) que pode ser muito benéfico para o nosso país. O "timing" é favorável pois Portugal está na moda, o que ajuda à captação desses investimentos.

Neste momento, temos o Fundo de Apoio ao Turismo, Cinema e Audiovisual, com um capital de 30 milhões de euros. As candidaturas com certos requisitos serão valorizadas, incluindo a adaptação de literatura portuguesa, a rodagem em locais e em estúdios portugueses e a existência de realizadores premiados.

A existência do fundo é uma ferramenta que pode contribuir para atrair estes investimentos. Contudo, não chega.

Por um lado, podemos tentar alavancar portugueses famosos em Hollywood para nos ajudar (admito que alguns já o tenham feito), como, por exemplo, Joaquim de Almeida, Diogo Morgado, Maria de Medeiros, Daniela Ruah e Carlos de Mattos (perito no desenvolvimento de equipamentos para cinema).

Por outro lado, podemos dinamizar mais a tão falada diplomacia económica, para nos apoiar a desenvolver esta atividade, que pode trazer muita notoriedade mediática para Portugal, pois o cinema tem uma visibilidade mediática muito elevada. Esta é essencial para atrair mais filmagens mas também ajudará a atrair outros negócios, dado que essa notoriedade pode ter um efeito de credibilidade do país nos meios internacionais dos decisores de grandes projetos de investimento em diversos setores.

Também aqui é preciso pensar "grande", pois o tamanho das nossas ambições não deve ser limitado pela pequena dimensão do território português.

Gestor e Docente Universitário

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