Tentações sob a aparência de bem
Falta-nos muita evidência empírica para sustentar uma lei que obriga as empresas no Reino Unido a tornarem públicos os salários dos seus colaboradores.
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O governo britânico prepara-se para legislar no sentido de garantir transparência salarial nas empresas. A tentação sob aparência de bem resulta da alavancagem de duas das palavras do momento: “transparência” e “discriminação”. Sucede que nem sempre a transparência é um bem; e sucede que nem sempre a diferenciação salarial representa qualquer tipo de discriminação. A diferenciação salarial também não representa, necessariamente, qualquer tipo de diferenciação associada ao desempenho, ou seja, ao mérito do colaborador. Para a diferenciação salarial no seio da mesma equipa, e entre pessoas que desempenham funções equivalentes, podem contribuir fatores como o valor de mercado do colaborador no momento da contratação, o tempo de serviço, a lei laboral ou a fiscalidade. Por exemplo, é expectável que quem seja contratado agora no Reino Unido tenha ofertas salariais mais baixas do que há um ano, dado o aumento das contribuições para a segurança social que entrou em vigor em abril do corrente ano.
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