Apesar de existir um consenso esmagador quanto à importância da independência dos bancos centrais, os políticos continuam a tentar moldar a política monetária, com líderes populistas a defenderem frequentemente taxas de juro baixas. Este é claramente o caso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que irá, sem dúvida, procurar um sucessor dócil para o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, quando o seu mandato terminar no próximo ano. Tendo em conta que os Estados Unidos não estão sujeitos aos mesmos compromissos que as economias emergentes, como é que se pode comparar os riscos para a economia norte-americana com os da Turquia durante a sua desastrosa experiência de política monetária que culminou em 2022?

Embora a política monetária esteja sujeita a pressões políticas, tanto nos EUA como na Turquia, as consequências macroeconómicas de cortes nas taxas de juro motivados politicamente seriam muito diferentes, devido a fatores estruturais e institucionais, em especial às disparidades no domínio financeiro, na credibilidade das políticas e nas ligações globais.