Estaleiros de Viana a ferro e Martins
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No caso dos estaleiros vianenses, sem esquecer as culpas dos governos PS e PSD/PP na péssima gestão deste processo ao longo dos últimos anos, tornou-se absolutamente urgente estancar o mal e encontrar uma solução que fizesse ressuscitar a indústria naval em Viana e mitigasse o drama social que adviria do fecho da empresa.
Estes estaleiros, sob desastrosa gestão pública e com trabalhadores sob forte pressão sindical, há muito que tinham cavado a sua sentença. Aos anos que só sabiam encaixar colossais prejuízos dos navios que construíam. Com este histórico, ainda bem que passaram os últimos dois anos praticamente sem fazer nada. Pior do que estar quieto é trabalhar para aquecer mais prejuízos!
Sem dinheiro para investir nos estaleiros e com Bruxelas a apertar-lhe os calos, ameaçando obrigar o Estado português a devolver 181 milhões de euros por ajudas indevidas à empresa, o Governo arranjou a solução possível: fechar e subconcessionar os estaleiros.
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Foquemo-nos agora no essencial: o grupo Martifer, que ganhou sem concorrência este concurso, dá garantias de sucesso? Espero não errar no juízo: o grupo liderado pelos irmãos Martins já deram provas suficientes de bem fazer.
É certo que passa por dificuldades financeiras, tendo em curso um profundo processo de reestruturação para fazer baixar a dívida e capitalizar o grupo. Mas também é verdade que, fora do seu "core", souberam fazer um extraordinário trabalho precisamente na indústria naval, com os estaleiros da Navalria, e no sector mineiro em Aljustrel.
É bom lembrar que, em 2008, os Martins pegaram nestas minas de cobre com 100 trabalhadores e com um investimento previsto de 30 milhões de euros. Ora, já lá investiram para cima de 100 milhões e empregam mais de 600 pessoas. Que belo cartão de visita para Viana. Oxalá não me engane, quanto mais não seja para bem de Viana e da economia portuguesa.
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*Coordenador do Negócios Porto
Visto por dentro é um espaço de opinião de jornalistas do Negócios
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