O "efeito Trump" nas bolsas começou mesmo antes das eleições de novembro de 2016.
Para governar, é preciso fazer escolhas claras e é isso que falta neste orçamento. Há muitas, mas poucas certeiras. Sem pontaria ou coragem para acertar, resta então ao Governo distribuir migalhas por todo o lado.
O Governo deu um passo importante para a redução da suborçamentação do Serviço Nacional de Saúde mas pouco fez perante o problema de falta de financiamento, que é bem real. É um bom princípio começar pela gestão mas para chegar a um bom fim será mesmo preciso mais dinheiro.
O país pode, portanto, agradecer às confederações patronais por aceitarem agora o salário mínimo como um instrumento de justiça social. No entanto, não deve agradecer ao Governo.
Nos oito anos de mandato que estão prestes a terminar, Draghi destacou-se sobretudo pela capacidade de surpreender. A menos que avance com medidas não convencionais mais radicais, a margem de manobra de Lagarde para lançar uma bazuca agora é bem mais estreita.
Encorajado pelo apoio popular e pelos possíveis ganhos eleitorais, António Costa enveredou pela via mais radical para responder aos motoristas. Nem os consumidores ficaram mais tranquilos, acorrendo em massa às bombas de gasolina, nem os sindicatos deram sinais de desmobilização.
Como disse recentemente um banqueiro que se queixava da atual política monetária, "conseguimos aguentar algum tempo debaixo de água, mas não podemos viver lá para sempre".
Da próxima vez que o seu banco aumentar as comissões, talvez seja mais justo insultar alguém no BCE, em vez de Paulo Macedo, Miguel Maya ou qualquer outro CEO.
Greenspan foi eficaz a impulsionar a economia norte-americana na ressaca da crise das "dotcom" em 2000. Tal como Draghi a tirar a Europa do fundo do poço em que se encontrava em 2011.
Anda alguma coisa no ar. A brisa optimista que soprava em Portugal deu lugar a um vento irregular, que vira de direcção tão depressa como muda de intensidade. O país está melhor do que há três anos, sem dúvida, mas o problema é que devia estar muito melhor. E os portugueses mostram-se agora mais impacientes.
Três em cada quatro pessoas que falam português vivem no Brasil. São mais de 200 milhões que estão à beira de ser governados por um fascista. Quem não vê nisto uma tragédia e se recusa a escolher está, na realidade, a fazer a pior escolha possível. É o caso de Assunção Cristas.