Macedo afasta aquisição de 100% do Novo Banco. Mas pode comprar “algo”
CEO da Caixa Geral de Depósitos afirma que a compra do Novo Banco como um todo é impossível à luz das regras da concorrência. Mas não afasta a aquisição de “algo que crie complementaridade” ao banco público.

Uma compra do Novo Banco pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) não seria viável face às regras da concorrência, afirma o CEO do banco público. Em entrevista à CNN Portugal, Paulo Macedo não afasta, no entanto, a possibilidade de a instituição financeira do Estado avançar para uma aquisição que faça sentido para a Caixa.
"Continuamos atentos à possibilidade de aquisição de algo que crie complementaridade à Caixa", afirmou à cadeia televisiva, depois de afastar uma fusão completa entre as duas instituições. Isso, garantiu num excerto da entrevista que será transmitida esta noite, "não seria possível" de acordo com as regras da concorrência, explicou, quando confrontado com a quota de mercado do banco resultante e que poderia alcançar 40% nos depósitos.
A CGD, de resto, "precisa de mais informação" sobre o dossier Novo Banco e "obviamente, qualquer movimento que faça será em sintonia com o acionista", assegurou.
O Novo Banco está prestes a lançar uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa) mas o cenário de venda direta nunca foi totalmente afastado.
CEO da Caixa Geral de Depósitos
No final de fevereiro, quando apresentou o lucro recorde de 1,7 mil milhões de euros em 2024, o CEO da CGD admitiu um interesse que poderá ser materializado mediante condições que não revelou. "Temos ideia das condições que seriam necessárias para haver algum interesse mais decisivo", afirmou Paulo Macedo depois de ser questionado sobre o interesse da CGD numa eventual aquisição da instituição financeira que sucedeu ao Banco Espírito Santo (BES). O presidente executivo do banco afirmou que a Caixa tem interesse em "operações em que o somatório seja maior do que as partes".
"Interessam-nos operações que tenham sinergias no mercado e possam acrescentar valor", continuou, admitindo que o banco "está a analisar hipóteses no mercado".
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