pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Cidades europeias unem esforços para enfrentar alterações climáticas

Projeto SMARTER testa soluções inovadoras para adaptação ao clima em seis regiões europeias, incluindo a Área Metropolitana de Lisboa. Investigadores portugueses participam no projeto.

19 de Maio de 2025 às 19:51
floresta natureza árvores
floresta natureza árvores Pexels
  • ...

Como tornar as cidades mais resilientes face às alterações climáticas? O projeto europeu SMARTER quer responder a esta pergunta através de soluções concretas e adaptadas às realidades locais. O consórcio, que junta investigadores de vários países, vai desenvolver e testar uma abordagem sistémica em seis cidades e regiões europeias — entre elas, a Área Metropolitana de Lisboa (AML).

O objetivo é transformar e melhorar a forma como os territórios enfrentam os desafios climáticos, promovendo a sustentabilidade ambiental, a inclusão social e a viabilidade económica. "O projeto SMARTER vai estudar soluções para transformar e melhorar a forma como as cidades e regiões enfrentam os desafios das alterações climáticas", refere o comunicado de imprensa. Para isso, será essencial compreender as interdependências entre setores, escalas espaciais e níveis de governação.

Em Portugal, o projeto é liderado por Francesca Poggi, investigadora do CICS.NOVA, centro de investigação da NOVA FCSH. "Trabalhando em conjunto com a AML, que é o nosso parceiro em Portugal, temos uma oportunidade única para envolver atores públicos, privados e as comunidades locais na criação de soluções concretas para territórios vulneráveis às cheias e à subida do nível do mar", afirma a responsável.

A AML junta-se assim a outras cinco regiões e cidades europeias: Tampere/Kuopio (Finlândia), Fryslan (Países Baixos), Ostende (Bélgica), Gdansk (Polónia) e Kalamaki (Grécia). Em cada uma destas áreas serão criados Laboratórios de Adaptação Climática, que funcionarão como projetos-piloto. Estes laboratórios vão permitir testar e replicar soluções inovadoras ajustadas aos desafios climáticos e socioecológicos específicos de cada local.

Entre os principais resultados esperados, destaca-se a criação de ferramentas digitais para apoiar a tomada de decisões em matéria de adaptação climática, um portefólio de soluções inovadoras adaptadas a diferentes territórios, e ainda a elaboração de roteiros estratégicos para integrar estas abordagens nas políticas públicas locais e regionais.

O projeto tem também uma forte componente académica e de investigação. "O projeto SMARTER vai também reforçar uma linha de investigação fundamental sobre a interligação entre ‘Clima, Sociedade e Território’, enquanto impulsiona a inovação no ensino da NOVA FCSH, prevendo-se a integração ativa de estudantes em atividades futuras", sublinha o comunicado.

Além de Francesca Poggi, a equipa portuguesa integra os investigadores e docentes da NOVA FCSH Iva Pires, João Seixas, Rui Pedro Julião e Teresa Santos, reunindo uma abordagem multidisciplinar que cruza geografia, planeamento urbano, ambiente e políticas públicas.

Através desta colaboração europeia, o projeto SMARTER quer contribuir para cidades mais preparadas, inclusivas e sustentáveis, num contexto em que os impactos das alterações climáticas se fazem sentir com crescente intensidade.

Mais notícias