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Portugal foi líder do crescimento florestal na União Europeia

Dados do Eurostat colocam o país no topo do crescimento florestal em 2023, mas os especialistas alertam que, sem financiamento estável, o bom desempenho pode não ser duradouro.

18:34
Uniexpo em Albergaria-a-Velha: Soluções e tecnologias para a fileira da floresta
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Portugal foi o país da União Europeia com maior crescimento florestal em 2023, segundo dados divulgados pelo Eurostat. Os números mostram que o crescimento líquido das florestas portuguesas atingiu 11,1%, medido como aumento líquido face ao stock inicial de madeira, o que coloca o país à frente da Dinamarca (7,6%) e da Irlanda (6,8%).

O relatório sublinha que o crescimento florestal é um pilar central para a gestão sustentável das florestas e para o cumprimento das metas climáticas europeias. No extremo oposto da tabela, Malta não registou qualquer crescimento, enquanto o Chipre apresentou o valor mais baixo (1,6%), seguido da Estónia e da Bulgária (ambos com 1,8%).

Para avaliar o crescimento real do stock de madeira, o Eurostat tem em conta não apenas o aumento natural, mas também as remoções e as perdas naturais. Em 2023, 17 países registaram aumentos face ao ano anterior, incluindo a Irlanda (+3,6%), a Dinamarca (+3,2%) e o Chipre (+1,6%), que apresentaram as maiores subidas anuais. Por outro lado, vários países registaram quebras, como a Lituânia (-1,8%), a Chéquia (-1,7%) e a Estónia (-0,6%).

Em Portugal, foi aprovada no Parlamento, já este mês, a resolução que consagra o “Floresta 2050, Futuro + Verde”, um plano estratégico nacional, com horizonte até 2050, que define a visão e as prioridades para uma floresta mais resiliente, sustentável e economicamente valorizada face às alterações climáticas.

O consenso parlamentar em torno do diploma foi elogiado pelo setor e ambientalistas, mas não sem reservas. Num comunicado conjunto, o Centro PINUS e a associação ZERO consideram que o plano representa “um verdadeiro pacto intergeracional” e sublinham que “os ciclos da floresta transcendem os ciclos eleitorais”. No entanto, alertam que “o louvável consenso legislativo é apenas um ponto de partida” e que o documento “continua vulnerável devido a fragilidades estruturais”.

Entre as principais críticas está a ausência de um modelo financeiro sólido, já que o plano “carece de um modelo financeiro robusto, previsível e plurianual”, ficando “perigosamente dependente do ano a ano dos Orçamentos do Estado”. Apontam ainda a falta de um calendário claro, defendendo que o documento “define o ‘quê’ e o ‘porquê’, mas falha no ‘quando’”, o que dificulta o escrutínio e adia a urgência da ação climática.

Como defendem as duas organizações, é essencial “passar das palavras aos atos” para assegurar uma floresta “resiliente, multifuncional e biodiversa” para as próximas gerações.

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