pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Produtos em segunda mão geraram 21,6 mil milhões de euros em 2024 na Europa

Os números são apontados por um estudo do CEBR para a Amazon, que analisou seis mercados europeus. Apesar da dimensão, este segmento deverá continuar a crescer.

24 de Julho de 2025 às 16:19
encomendas, Amazon
encomendas, Amazon Miguel A. Lopes/Lusa
  • ...

Segundo um novo estudo do Centre for Economics and Business Research (CEBR) para a Amazon, o mercado online de produtos usados movimentou 21,6 mil milhões de euros em 2024 nos cinco maiores países da União Europeia (UE) e Reino Unido, e poderá crescer mais 2 mil milhões já em 2025.

Este universo inclui artigos devolvidos sem uso, produtos usados em bom estado e equipamentos recondicionados, que são verificados, limpos e reparados para voltarem ao mercado. “As pessoas estão ativamente à procura de produtos em segunda mão em várias categorias – da tecnologia à moda, passando pelos eletrodomésticos”, afirma Mariangela Marseglia, vice-presidente da Amazon para as lojas europeias. “A revenda de artigos devolvidos não é apenas boa para o planeta e para os negócios. É o que os nossos clientes querem”, assegura.

A popularidade crescente deste tipo de artigos resulta sobretudo de três fatores principais, lê-se no estudo: a pressão financeira sobre os consumidores, uma consciência ambiental cada vez maior e a conveniência de comprar produtos reutilizados online. Em 2024, os consumidores destes mercados europeus pouparam, em conjunto, cerca de 37,7 mil milhões de euros graças às compras em segunda mão e mantiveram mais de 740 milhões de produtos em circulação.

“Estamos a assistir a uma mudança estrutural no consumo europeu”, sublinhou Sam Littlejohn. “Os consumidores estão a abraçar o mercado em segunda mão como nunca antes, impulsionados pela necessidade de poupar e pela vontade de reduzir o impacto ambiental”, garante o diretor de Devoluções e Reparações da Amazon na Europa.

Segundo o relatório Second Chance Impact, 85% dos consumidores com menos de 34 anos compram produtos em segunda mão online, com França e Espanha a liderar neste segmento e apresentarem taxas de adoção de 91% e 89%, respetivamente. Entre os consumidores com mais de 55 anos, o valor desce para 52%.

A pesquisa agora divulgada mostra ainda que mais de um terço (34%) dos europeus já não considera que um produto novo seja necessariamente melhor. A prioridade está hoje focada na funcionalidade, acessibilidade e responsabilidade ambiental.

“A procura por compras em segunda mão ultrapassou os dois mil milhões de euros em 2024 só na Amazon, no Reino Unido e na Europa”, detalha Mariangela Marseglia, que aponta que “a tendência é de crescimento”.

No entanto, o estudo alerta para um desfasamento entre a consciência dos consumidores e o comportamento real, que ainda mostram dúvidas sobre o estado dos produtos ou as garantias associadas. O potencial de crescimento do setor depende, aponta-se, da confiança e da transparência das marcas.

Mais notícias