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Stellantis quer mais flexibilidade para as metas de emissões na UE

Em entrevista, John Elkann defendeu a introdução de regras específicas para os veículos comerciais ligeiros, bem como um programa europeu de abate dos veículos mais poluentes.

19:11
AP
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A Stellantis quer mais tempo e mais flexibilidade para cumprir as metas europeias de emissões desenhadas para o setor automóvel. Em entrevista ao Politico, o presidente do grupo, John Elkann, pediu à Comissão Europeia que permita aos construtores atingir os objetivos de 2030 com base numa média plurianual, defendendo um período entre 2028 e 2032. A proposta segue o modelo já aceite para as metas de 2025, que passaram a ser calculadas numa média entre 2025 e 2027.

O empresário sublinha que esta flexibilização deve abranger tanto os automóveis de passageiros como os veículos comerciais ligeiros, ainda que defenda que estes últimos precisam de regulamentação própria e metas ajustadas à sua realidade operacional. Para o responsável, as políticas atuais não refletem as especificidades do segmento, nem o desafio adicional que representa para pequenas e médias empresas que estão dependentes destas frotas.

O presidente da Stellantis voltou também a insistir na criação de um grande programa europeu de abate de veículos antigos, um ponto em que o grupo tem vindo a insistir ao longo dos últimos anos. Uma iniciativa deste género, argumenta, permitiria retirar de circulação os automóveis mais poluentes, acelerar a redução de emissões e, em simultâneo, estimular o mercado com incentivos para baixar o preço dos modelos mais eficientes.

Apesar das críticas às metas intermédias, John Elkann não questiona o objetivo principal de Bruxelas de atingir emissões zero nos novos automóveis a partir de 2035 – ao contrário, por exemplo, do CEO da Mercedes-Benz que recentemente  que “as atuais regulamentações rigorosas ameaçam o colapso do mercado automóvel”. 

No entanto, Elkann considera essencial que opções como os híbridos plug-in, sistemas de extensão de autonomia e combustíveis alternativos continuem a ter espaço no mercado para lá dessa data. Excluir estas opções poderá limitar o acesso dos consumidores à transição energética, defende. 

Ainda para este ano está previsto o pacote de revisão da Comissão Europeia para a regulação de emissões da indústria automóvel, uma oportunidade que John Elkann considera que deve ser aproveitada para considerar a inclusão de algumas destas medidas. O objetivo, sublinha, é assegurar que a Europa é capaz de manter o rumo climático ambicioso sem, no entanto, sufocar a capacidade de investimento e inovação dos construtores europeus.

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