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WWF investe 1,8 milhões no restauro ecológico de Portugal com o projeto Re-Store

Iniciativa vai recuperar ecossistemas e envolver comunidades em três áreas do país, com ações no terreno que se prolongam até 2030.

23 de Outubro de 2025 às 20:52
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A WWF Portugal lançou oficialmente o projeto Re-Store Portugal, uma iniciativa ambiciosa que pretende investir 1,8 milhões de euros em cinco anos no restauro da natureza em território nacional. O plano combina ciência, ação local e compromisso coletivo, com o objetivo de “mobilizar a sociedade para a regeneração da natureza” e reforçar a infraestrutura natural do país.

O projeto arranca com ações concretas em três áreas prioritárias: o Parque Nacional da Peneda-Gerês, a Serra do Caldeirão e o Estuário do Tejo. Estas zonas foram escolhidas pela WWF com base na importância ecológica e pela necessidade de garantir “qualidade, impacto e sustentabilidade”. Até 2030, as intervenções serão acompanhadas por monitorização científica para medir o impacto das medidas.

“Restaurar a natureza é reforçar a infraestrutura natural do país, aquela que sustenta silenciosamente a nossa economia, a saúde pública e o bem-estar coletivo. Portugal tem tudo para liderar este esforço coletivo, se souber valorizar os seus recursos naturais com ambição e visão estratégica”, afirmou Ângela Morgado, diretora executiva da WWF Portugal, durante a apresentação pública.

Com base num estudo abrangente, a organização identificou nove áreas prioritárias de restauro que incluem o Parque Nacional da Peneda-Gerês, Ria de Aveiro, Serra da Estrela, Serra de Aires e Candeeiros, Tejo, Estuário do Tejo, Vale do Guadiana, Serra do Caldeirão e Ria Formosa. 

As ações previstas vão promover o restauro ecológico de habitats degradados, proteção de espécies, regeneração da biodiversidade e educação ambiental junto das comunidades. 

Num contexto de crise climática, perda de biodiversidade e escassez de recursos naturais, o Re-Store Portugal surge também como uma resposta direta à Lei do Restauro da Natureza da União Europeia (UE), que obriga os Estados-membros a recuperar pelo menos 20% das áreas degradadas até 2030. Em Portugal, este objetivo representa “uma oportunidade de inovação, financiamento e envolvimento social”, reforça a WWF.

“Apostar no restauro ecológico significa trazer prosperidade para todos: mais e melhor água, solos férteis, ar puro, abundância e diversidade, mais saúde, segurança e resiliência. Esta iniciativa é uma chamada de atenção para que Portugal lidere com ambição, conhecimento científico e envolvimento coletivo”, sublinha Ângela Morgado.

A vertente de mobilização pública é uma das inovações do projeto, com o lançamento da campanha “Transformar o impulso em impacto”. Trata-se de uma espécie de loja online, onde se pode “comprar futuro” adicionando ao carrinho ações concretas de restauro.

“Todos podemos e devemos contribuir - o Estado, as empresas, proprietários e os cidadãos em geral, porque todos queremos viver numa natureza próspera e deixá-la assim para as futuras gerações. Precisamos do investimento e do compromisso de todos”, acrescenta a responsável da WWF Portugal.

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