Melhor hedge fund macro do mundo valoriza 47%

A aposta nas acções foi a chave do sucesso deste fundo. Sector cresceu em média apenas 2,4%.
Reuters
Mariana Adam e Bloomberg 16 de Novembro de 2017 às 13:01

Os hedge funds que apostam em temas macroeconómicos geraram retornos médios de 2,4% até Outubro, de acordo com a Hedge Fund Research Inc. Este foi o sector com pior desempenho este ano. Resultados que tornam ainda mais surpreendente o disparo de 47% da Singapore’s PruLev Global Macro Fund.

 

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Este fundo regista, de longe, o melhor desempenho mundial entre os hedge funds macro desde o início de 2017 (com mais de 100 milhões de dólares em activos). O vice-director do fundo, August Li, diz que os ganhos deste ano "beneficiaram de uma série de condições como o crescimento económico global mais generalizado, robusto e sustentável" e foi "impulsionando sobretudo pela aposta nas acções dos EUA, China, Japão, Suíça e Zona Euro".

Mas este bom desempenho não começou hoje. O PruLev deu que falar o ano passado por causa dos ganhos que realizaram com apostas em activos que lucrariam com um resultado do referendo a apontar na saída do Reino Unido da União Europeia, como as obrigações dos EUA, australianas e da Coreia do Sul. Esse desempenho ajudou a aumentar os ganhos do fundo em 2016.

"Quando toda a gente pensava que o Brexit era improvável (inicialmente os mercados e os analistas parecerem concordar nesse ponto), foi a altura em que o fundo teve de questionar o sentimento prevalecente e preparar-se para enfrentar um cenário alternativo e estar no lado certo no caso de um cisne negro", referiu na altura numa nota a clientes citada pela Bloomberg, Norman Tang, que gere o fundo. August Li acrescenta agora que a dimensão dos ganhos deste ano está relacionado com o que alcançaram em 2016, também através de apostas em acções após a vitória de Donald Trump, em 2016.

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Outra das razões do sucesso pode ser a dimensão do fundo. Mohammad Hassan, director de hedge funds da Eurekahedge, defende que o facto de o PruLev ter uma carteira de activos mais pequena do que a maioria dos seus concorrentes explica em parte o seu sucesso, isso e "o seu apetite pelo risco".

A Bloomberg revela que alguns dos hedge funds mais conhecidos do mundo, como o Brevan Howard Asset Management LLP, perderam mesmo dinheiro este ano. Mas, de acordo com a mesma fonte, é um produto a ter em conta já o mercado acredita que o aumento das taxas de juros impulsione as oportunidades de negócio. O balanço do ano para já é mau, mas se olharmos apenas para os ganhos do mês passado - o copo está meio cheio – já que registaram os maiores retornos em quase sete anos.

O fundo PruLev funciona em modelo quantitativo - estes fundos costumam utilizar modelos matemático-estatísticos para definir o que e quando comprar e vender – e alocou um terço do risco em acções, outro terço em títulos soberanos e o restante numa combinação de commodities e moedas, revelou August Li. O responsável diz que a baixa volatilidade do mercado ao longo do ano e o fim da calma nos últimos dias "indica que o fundo precisa ser mais cauteloso na implantação de riscos quando entramos em 2018."

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Enquanto muitos fundos de hedge macro asiáticos registaram ganhos este ano, eles não foram tão impressionantes quanto o de PruLev. 

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